Design Thinking: educação baseada na solução de problemas

Blog Design Thinking: educação baseada na solução de problemas

23/07/2018
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Acompanhar o dinamismo do mundo atual é um grande desafio para todos. Não é fácil administrar inúmeros acontecimentos ao mesmo tempo.
Diante desse cenário, é impossível não pensar na educação baseada na solução de problemas. A todo momento, surgem novas dificuldades em que há a obrigatoriedade de resolvê-las da forma mais empática e adequada possível.
Essa educação, tão evidente atualmente, é voltada ao empreendedorismo, que direciona o estudante para o protagonismo da própria história. E o novo mercado de trabalho, ligado à formação de empresas com foco na inovação, exige pessoas cada vez mais qualificadas para lidar com essa restauração.
Para isso, uma ferramenta bastante útil a essa educação é a do Design Thinking (DT). Ela está atrelada à visualização de ideias com soluções estratégicas, sobretudo nos negócios. Esse novo ambiente de inovação requer, portanto, uma educação para preparar o estudante a essa grande demanda repleta de inovações.

O que é Design Thinking?

Thomas Lockwood, PHD em gestão de Design e sócio-fundador da Lockwood Resource, empresa de recrutamento internacional especializada em Design e Inovação, define que:
“Design Thinking é essencialmente um processo de inovação centrado no ser humano que enfatiza a observação, a colaboração, o aprendizado rápido, a visualização de ideias, o conceito de prototipagem rápida e a análise dos concorrentes no mercado, que, no final das contas, influencia a inovação e a estratégia do negócio”.
Essa citação, entre outras palavras, enquadra-se na educação ligada ao empreendedorismo porque salienta o ser humano como centro de todos os acontecimentos. E isso, por seu turno, denota que cada vez mais é necessário ouvir e respeitar a opinião de cada estudante a respeito de algo.
Ao respeitar a opinião de cada um, de acordo com o Design Thinking para Educadores, presume-se que essa estratégia pode fazer a diferença por meio de um processo de ensino intencional e colaborativo, enfatizado na criação para se chegar ao novo, impactando positivamente. Portanto, o Design Thinking Educadores argumenta que
“é um novo jeito de pensar e abordar problemas ou, dito de outra forma, um modelo de pensamento centrado nas pessoas”.
Beat Schneider, autor do livro Design – Uma Introdução, corroborando com o autor acima, postula que design
“é a visualização criativa e sistemática das diferentes funções de objetos de uso e sua adequação às necessidades dos usuários. Ou seja: é uma forma de entregar a melhor solução de acordo com os interesses e a experiência do usuário”.
À vista disso, esse novo pensar do Design em questão não trará um manual e muito menos uma receita de bolo pronta, ou seja, um guia para que o professor siga os passos e ‘tudo bem’. Muito pelo contrário, o educador terá de usar a sua criatividade, centrada no estudante, para depois trabalhar a criatividade de cada um deles. E isso, por sua vez, nos remete a um grande desafio na prática.
Mas, antes de se falar em desafios, é importante saber um pouco da história do Design Thinking (DT).

Uma história concisa do Design Thinking

O DT, atualmente, não é mais voltado apenas ao estilo refinado de objetos das artes gráficas. E sim na investigação de como o objeto será útil à pessoa, no caso da escola; ao educando, de acordo com a interpretação de cada um deles.
Assim, essa arte está presente no cotidiano de cada indivíduo. Seja na forma de uma embalagem, seja na capa de revista, seja em anúncios, entre outros.
Nesse contexto, não há uma tradução exata do DT para o português. Thinking, no inglês, significa “pensar” ou “achar”. Contudo, ao digitá-la no Google Tradutor, por exemplo, sairá “Design Thinking”. Portanto, a definição dependerá do contexto em que o DT for inserido.
Vale ressaltar, neste artigo, que o conceito de DT não é recente. Os estudos começaram em 1910. Mas somente em 1969, Herbert Alexander Simon foi o primeiro a apresentar a concepção de design como uma “forma de pensar”, em seu livro: The Science of the Artificial. E em seguida, esse conceito foi levado à engenharia, em 1973, por Robert Mckim, em Experiences in Visual Thinking.
Entretanto, é de cunho de Rolf Faste, professor da Universidade de Stanford, umas das mais prestigiadas do mundo, situada na Califórnia (EUA), que popularizou o conceito de DT. Sendo uma forma de agir para solucionar problemas, segundo o observatório Design Thinking, Centro de Referência em Educação Empreendedora Sebrae (CER).

Design Thinking: grande desafio para o professor

JB Queiroz, cofundador Canal do Ensino, menciona que o professor deve voltar a aprender e evoluir para poder ensinar. Não só ensinar, porém, mas sim trocar, colaborar numa outra perspectiva: qual o problema ou qual ponto se deve alcançar, pois o educando hoje não quer saber se haverá aula de equação, e sim o que ele resolverá com esta aula.
Nesse prisma, evidencia-se que o ser humano sempre é o centro. E, o professor, na sala de aula, deixa o papel de ser o único transmissor do conteúdo da disciplina. Ele pode, por exemplo, formar um círculo em que todos sentados, inclusive ele, troquem informações de igual para igual.
Assim, mostrar que a experiência dele talvez seja alguns anos de vida e talvez algumas experiências que não sejam mais nem menos, porque pode haver experiências distintas que se complementam.
Essa cocriação, portanto, é fantástica para o ensino-aprendizagem. Ao se considerar uma característica empreendedora, o empreendedor tem sempre em mente o objetivo de resolver algo. Então, ele está olhando para uma oportunidade.
Entretanto, segundo Queiroz, se ele estiver com o olhar voltado a um viés de oportunismo, talvez o Design Thinking não se encaixe, pelo fato de o oportunismo ser uma fraqueza de mercado. E, ao falar em oportunidade, projeta-se para o desenvolvimento de mercado. Isso foi só percebido, conforme esse autor, porque foi aplicado o DT para a resolução do problema.
O DT, por conseguinte, avançou muito rápido nas redes sociais depois que o Canal de Ensino em questão começou a orientar os professores em relação aos cursos gratuitos com certificado da Fundação Getúlio Vargas (FGV), da Fundação Bradesco, dentre outras instituições, e todos visando a resolução de problemas.
Depois da divulgação desses cursos, o Canal de Ensino atingiu mais de um milhão de pessoas no Facebook e mais de dois milhões de visitas mensais, impactando sobretudo mais de 80 milhões de pessoas no mundo. Todas as cidades do Brasil acessaram a rede desse canal baseado em questionamentos para a resolução de problemas. Em suma, o que você tem feito para melhorar a educação?

O Design Thinking na prática

O CER Sebrae especifica que, para colocar o DT em prática, existem cinco passos que devem ser seguidos, que vão desde a identificação de um desafio até a solução e sua implantação.
Contudo, o modelo não se segue linearmente porque há pensamentos divergentes e convergentes que devem ser considerados e posteriormente utilizar as melhores ideias.
Antes de começar esse desafio, o professor deve:
  • formar grupo no máximo com cinco estudantes;
  • utilizar um espaço que inspire as ideias dos educandos e
  • utilizar post-its em grandes folhas de papel, recorte de imagens coladas nas paredes, entre outros onde o panorama seja visto por todos;
Em seguida a esse preparo, o professor deve lançar o desafio, dado que todo o processo DT começa com ele. E, ao lançá-lo ao estudante, inicie: “Como podemos…”. Dar início ao desafio dessa maneira é importante para que todos estejam na mesma posição, inclusive o professor. Outra ação a qual se deve ficar atenta é não colocar a resposta na frase que forma a pergunta.
Eis dois exemplos tirados do Observatório do CER Sebrae:
  • “Como podemos projetar o espaço da sala de aula para estimular a atitude empreendedora?
  • Como podemos utilizar a tecnologia digital para inserir o empreendedorismo na escola?
Em seguida, o professor fará uma lista com possíveis temas e, após a primeira seleção, reescreverá os problemas seguidos de “Como podemos…”, para que se torne uma possibilidade, e não uma regra. Posteriormente, iniciar essas fases especificadas:

Cinco passos do DT

  • Descoberta: esta fase é elementar para que o professor entenda as expectativas, as preocupações e as ideias dos estudantes. Deve haver um bom entendimento das soluções propostas para depois compreender o público-alvo.
  • Interpretação: após a compreensão da fase anterior, agora é necessário encontrar o significado de tudo que foi coletado e de conhecer as oportunidades de ação para a solução do desafio proposto. Esta etapa é um pouco confusa por causa das divergências de opinião.
  • Ideação: nesta fase, cria-se o momento de gerar ideias com base nas oportunidades da fase anterior. O brainstorm, por sua vez, é uma técnica influente para o compartilhamento de ideias no grupo.
  • Experimentação: colocar as ideias em prática, construindo protótipos a fim de que elas tenham vida. Eles são cruciais para que cada ideia seja compartilhada, permitindo aos outros que possam experimentar a solução proposta para o desafio em pauta, mesmo de forma rústica.
  • Evolução: este é o grande momento para a implementação do projeto em questão, o qual apresenta a solução a quem posso auxiliar, colocando-a em prática em sua escola.

Sugestões de tarefas a serem seguidas em cada fase do DT

O Observatório do Sebrae, a respeito do Design Thinking, mostra metodologicamente sugestões de tarefas de todas as etapas do DT. Além disso, evidencia algumas regras para criação de brainstorms eficientes com o objetivo de que o professor e os estudantes consigam inovar a educação alicerçada nas soluções de problemas.

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