A revolução tecnológica tem desestabilizado estruturas até então tradicionais e consolidadas, como o jornalismo. A importância da checagem de fatos surge a partir do uso cada vez mais intenso das redes sociais. Nesse contexto, notícias verdadeiras e embasadas competem com as fake news – que costumam ter maior alcance. Por isso é tão importante verificar se o conteúdo é verdadeiro ou não.
A boa notícia é que podemos adotar estratégias para reverter esse cenário e o fact-checking pode ser uma boa ferramenta para orientar a formação de alunos nesse momento em que as informações podem ser produzidas e divulgadas por qualquer pessoa com acesso à internet. Um dos fundamentos da educação empreendedora é desenvolver a autonomia dos estudantes, fazendo com que eles sejam protagonistas do próprio aprendizado. Por isso, saber lidar com a informação e filtrar fontes e dados para construir o próprio conhecimento é tão importante.
Quer saber como? Veja a seguir.
O termo parece ser recente, mas não é. O fact-checking é um método jornalístico criado na década de 1920, no contexto norte-americano de profissionalização dessa área. Naquela época, jornais e revistas contrataram equipes com a intenção de constatar a confiabilidade dos fatos apresentados nas notícias, antes de sua publicação.
Por esse motivo, desde o seu surgimento, o fact-checking nada mais é do que o uso de estratégias e ferramentas para avaliar se determinada notícia é sustentada por fatos reais e atuais. Também é uma forma de verificar se o conteúdo é imparcial e se foram entrevistadas pessoas com diferentes opiniões e vivências sobre o assunto tratado. Além disso, a prática busca entender o contexto em que a notícia está inserida e conhecer seu autor.
As redes sociais frequentemente são um bombardeio constante de notícias das mais variadas fontes. Por isso, é essencial que os usuários saibam avaliar sua veracidade.
Além de desenvolver essa habilidade, o fact-checking pode ser a chance de gerar:
Quer uma boa notícia? O que não falta são opções para tratar o assunto na escola. O Instituto Poynter, por exemplo, é uma entidade dedicada ao ensino do jornalismo que dispõe de um plano de aula sobre o tema, disponível para download. Com duração estimada de 75 minutos, esse planejamento inclui exercícios práticos, exibição de vídeos e momentos de debate sobre as diferenças entre opinião e fato, notícia e boato. Pode ser uma boa opção para professores de Língua Portuguesa, História ou Sociologia.
Se quiser ir além, também é possível criar uma miniagência de checagem de notícias na turma, fornecendo todas as ferramentas para que os alunos verifiquem as informações que recebem no dia a dia.
Outra possibilidade é criar um jogo de tabuleiro, em que o percurso indica todos os caminhos para a formação do senso crítico entre os alunos. O educador pode também organizar visitas a redações jornalísticas a fim de colocar o aluno em contato com a atividade profissional e entender quais os passos para a verificação de informações.
Buscando contribuir com a definição do melhor caminho para a sua turma, não deixe de conferir alguns projetos gratuitos e com licença aberta desenvolvidos em 2018 durante o Mediathon: Educação para a Informação.
Para fazer a checagem de fatos, adote estas orientações básicas:
O fact-checking também faz parte do ensino da educomunicação. Saiba como essa prática também pode ajudar a fortalecer a autonomia dos alunos.