Gestão da sala de aula: como criar melhores relacionamentos com os estudantes

Blog Gestão da sala de aula: como criar melhores relacionamentos com os estudantes

23/04/2019
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Uma jornada que compreende algumas horas diárias, por aproximadamente 200 dias por ano, com amplo conteúdo para ser assimilado, certamente torna a gestão da sala de aula mais efetiva e prazerosa, principalmente quando ocorre em um ambiente acolhedor, atrativo e orientado.
Se nesse percurso as vivências forem instigantes, e as conexões entre professor e alunos se concretizarem, mais do que o resultado esperado, podem-se conquistar experiências positivas capazes de agregar para os dois lados. Mas como alcançar essa boa gestão da sala de aula e criar melhor relacionamento com os alunos?

Boa gestão da sala de aula

A gestão da sala de aula pode ser definida como o conjunto de práticas que professores e gestores escolares adotam visando à aprendizagem efetiva. Compreende: o relacionamento interpessoal entre professor e alunos; a organização da coletividade; e a realização do trabalho com o conhecimento.
E, nesse contexto, vale ressaltar dois pontos importantes:
Diagnóstico: o primeiro é como essa jornada vai se iniciar, e aqui a expressão “a primeira impressão é a que fica” cumpre um papel importante. Nessa relação que está começando, é fundamental que o professor, de fato, conheça a nova turma e saiba um pouco mais do que cada aluno traz consigo. É ali que se forma um entendimento sobre as características, as necessidades e as forças desse grupo.
Planejamento: com claro entendimento sobre o contexto da turma, é viável ser traçado um planejamento que se encaixe no desenho feito pelo diagnóstico anterior, dando ao plano curricular uma modelagem mais real, capaz de alcançar os resultados pretendidos e de preencher eventuais lacunas que tenham sido captadas.
Com esse panorama para o ano, está posta a base que vai permitir desenvolver conexões mais prósperas com os alunos. De forma prática, esse relacionamento com os estudantes pode ser cultivado por diferentes frentes.

Conexão entre professor e alunos

Clayton Cook, professor do Departamento de Psicologia Educacional da Universidade de Minnesota (EUA), realizou um experimento denominado “Estabelecer – Manter – Restaurar”, que analisava a relação entre professor-estudante em três fases: no primeiro contato, no decorrer do ano letivo e em momentos de conflito. Aqui, vamos pontuar as principais boas práticas utilizadas pelo estudo, que podem contribuir para o dia a dia escolar.
  • Estabelecer
Conversas individuais são capazes de nutrir aspectos como conexão, confiança e compreensão, importantes para saber mais sobre o aluno. Perguntas abertas, escuta reflexiva, declarações de validação, expressão de entusiasmo ou interesse e elogios ajudam os estudantes – especialmente os tímidos ou introvertidos – a se engajarem em sala de aula.
  • Manter
Feedbacks frequentes também contribuem para manter o vínculo e orientar o percurso durante o ano. Tomar nota das interações positivas e negativas obtidas com cada aluno pode fornecer dados importantes. Se mais de um quinto das interações é negativa, é hora de convidar o estudante para uma conversa. Por outro lado, reconhecer o bom comportamento e perguntar, com frequência, como os estudantes estão indo e qual tipo de suporte necessitam também contribui para o acompanhamento próximo e frequente.
  • Restaurar
Demonstrar empatia em situações de conflito evita que a relação se quebre e que os estudantes se tornem desinteressados. A reconexão intencional por parte do professor é uma maneira eficaz de restaurar o vínculo. Outra estratégia é focar na solução, em vez de focar nos problemas. Separar o comportamento e a pessoa também é importante para evitar que o aluno assuma aquele rótulo e internalize o estereótipo.

Sala de aulas mais atrativas e criativas

Quando promove uma jornada escolar mais diversificada, rica em experiências, o professor também favorece o relacionamento com o aluno, que passa a ver o momento em sala de aula com mais abertura, interesse e expectativa. Alguns caminhos podem proporcionar tal variedade.
Planejar atividades que contam com dois professores em sala de aula possibilita mais auxílio e interação com os alunos. É possível, por exemplo, distribuir a turma entre dois grupos para que cada docente faça a orientação de um deles, com mais profundidade e disponibilidade. Outra opção é um professor instruir a turma, enquanto o outro fica responsável por acompanhar de perto o desenvolvimento das tarefas.
Melhor do que ser espectador é experimentar na prática. As metodologias ativas oferecem diferentes possibilidades de abordar o conhecimento com a turma, com o diferencial de que o aluno é colocado como protagonista nesse processo. Essa abordagem faz com que o estudante reflita mais profundamente sobre a questão que está sendo trabalhada e exponha sua ideias e soluções para resolver o problema. O modelo ainda favorece o trabalho em equipe, capaz de contribuir para o desenvolvimento de competências socioemocionais importantes.

Atividades que incentivam a educação empreendedora, por se conectarem à vida cotidiana, despertam o interesse dos alunos, que se sentem à vontade para compartilhar sua percepção de vida e propor soluções. Projetos focados em geração de renda, desenvolvimento de feiras ou atuação sobre algum problema social, por exemplo, requerem construção conjunta entre alunos e professores, além de trabalhar aspectos importantes como planejamento, gestão, finanças, habilidades empreendedoras, dentre outros.

Atividades que trabalham emoções e sentimentos contribuem para que alunos e professores conheçam as sutilezas uns dos outros, que no dia a dia escolar não são possíveis de ser captadas. Momentos como esse criam abertura maior para o compartilhamento de dificuldades e características e promovem um ambiente de mais empatia, além de aumentar o senso de pertencimento, à medida que há o reconhecimento de si no outro, de alguma forma.

Professores atualizados

Desafios em sala de aula fazem parte da realidade escolar. Por mais que os educadores tenham passado por formações técnicas consistentes, a prática na escola mostra um contexto muito mais complexo, com alunos de perfis variados. Soma-se a isso o fato de que, o tempo todo, surgem novidades na sociedade, que, de alguma maneira, impactam também o cenário escolar.
É por isso que a formação continuada tem muito a contribuir com a vivência do educador em sala. Por meio de cursos, especializações, oficinas e capacitações, o professor enriquece seu repertório e aumenta a sua capacidade de pensar novas estratégias educacionais com o propósito de aumentar a conexão com os alunos.
O blog do CER também está repleto de conteúdos que certamente vão contribuir para melhorar o relacionamento com os alunos e implantar processos efetivos de educação.
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