As escolas espalhadas pelo Brasil adotam diferentes linhas pedagógicas. Cada uma tem suas características específicas e que se adaptam melhor ao que os estudantes ou os familiares buscam. Hoje, vamos falar de uma que tem tudo a ver com a educação empreendedora: o método Montessori.
Antes de especificar como a metodologia se realiza na prática, precisamos dar alguns passos atrás e deixar claro como a abordagem surgiu.
O método Montessori foi desenvolvido por Maria Montessori, pedagoga, pesquisadora e médica, nascida em 1870, no norte da Itália. Foi ela que percebeu que as crianças têm uma capacidade autônoma indiscutível – e é esse um dos pontos que guia a sua metodologia.
Para Ana Amélia Rigotto, coordenadora pedagógica da Escola Infantil Montessori, de Belo Horizonte, Maria Montessori foi uma revolucionária. “Ela constatou que a criança já nasce com um potencial muito grande, especialmente de autoeducação. O futuro da educação está na criança por isso – pois ela tem tudo para se desenvolver, desde que tenha um ambiente propício para isso”, afirma.
Também conhecido como a “pedagogia da autonomia”, o método Montessori preza a independência da criança. “A (Maria) Montessori dividiu a vida da criança em planos de desenvolvimento, de seis em seis anos”, conta Ana Amélia. Ao todo, são quatro períodos que focam em diferentes etapas do desenvolvimento e vão do nascimento à maturidade ( até 24 anos).
Como o nome já diz, a autoeducação é a capacidade inerente de qualquer criança aprender. Maria Montessori acreditava que essa característica era própria do indivíduo: a vontade e o ímpeto de mexer, descobrir, investigar e pesquisar. É, em suma, a capacidade da criança de se desenvolver naturalmente.
A palavra Cosmos designa “o universo em seu todo” e vem do grego “ordem”. No método Montessori, acredita-se que a forma de transmitir conhecimento tem tudo a ver com a ordem – a partir de uma organização “lógica”, as crianças interpretam e compreendem novos conhecimentos.
Em linhas gerais, a ciência se constrói baseada em observações e experimentos. No caso do método Montessori, esse pilar define que, para compreender a criança, é preciso observá-la atentamente, entendendo como pode ocorrer uma construção diária da melhor forma de educá-la.
Nesse pilar, estamos falando do espaço físico. A linha Montessori acredita que o espaço de estudo deve estar adaptado e organizado para permitir o desenvolvimento adequado de cada criança, especialmente a sua independência. “A criança tem liberdade, e o ambiente deve oferecer os materiais com os quais ela vai interagir e aprender por meio do manuseio”, afirma Ana Amélia.
Os educadores (ou os adultos que interagem com a criança, como os pais) têm tudo a ver com a aplicação desse método. Eles precisam estar preparados e interagir com a criança de forma coerente com o que a metodologia prega. “O educador está ali para ajudar a criança a se guiar”, afirma Ana Amélia.
Interligado com todos os anteriores, esse pilar diz respeito à capacidade natural das crianças de se desenvolverem de forma orgânica de acordo com cada fase da sua vida. Assim, ela alcança seu equilíbrio emocional e psicológico.
Partindo do princípio de que empreendedorismo diz respeito à autonomia, à autoconfiança, à independência e ao olhar crítico, é muito fácil relacionar essa abordagem pedagógica ao empreendedorismo. Não é por acaso que o método Montessori foi a abordagem que perpassou a vida de nomes bem-sucedidos como os criadores da Amazon, do Google e da Wikipedia.
A linha trabalha, naturalmente – e respeitando cada fase da vida da criança – características que favorecem o espírito e o comportamento empreendedor. “É muita organização e raciocínio lógico. A criança se desenvolve com uma disciplina baseada na liberdade – de se autogovernar e respeitar o próximo. Quem cresce nessa pedagogia tem uma capacidade de viver em sociedade com autonomia de pensamento e um senso de responsabilidade muito grande”, revela Ana Amélia Rigotto.
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