Como aplicar o pensamento computacional na educação

Blog Como aplicar o pensamento computacional na educação

24/10/2019
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A tecnologia está presente em praticamente todos os aspectos da vida humana, desde o ambiente de trabalho, educação até os momentos de lazer. Ainda muito novos, crianças e adolescentes têm contato intenso com televisão, celular, tablet e tantos outros aparatos adquiridos em busca de maior conforto no dia a dia.
Mas será que todas as pessoas sabem quais são os princípios que regulam o funcionamento dessas máquinas? Mais do que isso, será que professores e gestores escolares têm conhecimento sobre como aplicar o pensamento computacional na Educação?
A presença quase constante da tecnologia na vida moderna traz a necessidade de que todos compreendam a tecnologia mais profundamente, tendo a capacidade de utilizá-la de maneira crítica.
O pensamento computacional, método de raciocínio proveniente da Ciência da Computação, oferece essa possibilidade para quem o desenvolve. E, além disso, apresenta uma estratégia de resolução de problemas não aplicável somente ao mundo da tecnologia, mas às mais variadas áreas do conhecimento.
Neste post, entenda como aplicar o pensamento computacional na Educação com exercícios práticos para a sala de aula.

PENSAMENTO COMPUTACIONAL E A BNCC

Encontramos o pensamento computacional localizado na 5.ª competência da Base Nacional Comum Curricular (BNCC):
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”
Sendo assim, a BNCC sugere que o pensamento computacional seja iniciado dentro da área de Matemática.
O objetivo é garantir que o estudante consiga compreender as dificuldades, analisando-as de forma organizada, identificando padrões e transformando as partes complexas de um problema, em várias partes menores. Encontrando, assim, a solução para as demais áreas de conhecimento.
Afora isso, o conceito ainda trabalha a possibilidade de o estudante criar um olhar atento aos desafios do coletivo, considerando apenas os pontos relevantes para análises críticas, minimizando diretamente a falta de foco e a ansiedade.

Como o pensamento computacional funciona

Como dito, pensamento computacional é um processo mental de resolução de problemas baseado em conceitos da Ciência da Computação, visando a formulações que possam ser executadas por seres humanos, por computadores ou por uma combinação de ambos.
Os benefícios do método colocam à disposição dos estudantes mais confiança e autonomia, maior preparo para a vida profissional e capacidade de entender e produzir tecnologia.
Sendo dividido em quatro grupos, os benefícios são encontrados da seguinte forma:
1°) Decomposição – ato de decompor um desafio em problemas menores, a fim de facilitar sua resolução.
2º) Padrões – reconhecimento de padrões que geram o problema.
3º) Abstração – ação de ignorar detalhes específicos do problema, a fim de chegar a uma solução generalizante que se aplique a uma classe de problemas.
4º) Algoritmo – criação de um algoritmo para a resolução do problema, ou seja, uma lista ordenada de instruções.

Atividades que desenvolvem o pensamento computacional na educação

Segundo a Secretaria de Educação do Estado do Paraná, o pensamento computacional na Educação pode ser desenvolvido por meio de três tipos de atividades. Vejamos:
  • Atividades altimétricas – aliam conceitos de métrica (medida) e alquimia (mágico, transformador), resultando na construção de brinquedos didáticos que podem ser produzidos pelos próprios estudantes com o emprego de material reciclável ou alternativo.
  • Computação desplugada – consiste em atividades fora do mundo virtual que simulam tarefas de computador.
  • Computação plugada – são atividades de computação que utilizam o computador.
Confira alguns exemplos de atividades que desenvolvem o pensamento computacional na Educação e podem ser aplicadas em sala de aula, conforme propostas pela Secretaria de Educação do Paraná.

Desenho no escuro

Nessa atividade, o aluno simula o processo de programação. Aqui, ele entende que os computadores são programados por meio de comandos de dados em uma linguagem de vocabulário limitado e que essas máquinas sempre obedecem às instruções ao pé da letra, mesmo que, no final, seja obtido um resultado que não faz sentido nenhum.
Os alunos devem ser distribuídos em duplas, em que sempre um representará o programador, e o outro, o computador. O programador recebe um cartão com um desenho e deve dar instruções simples ao computador para que este o reproduza com fidelidade, sem deixar com que ele veja o desenho ou falar do que se trata.
Também não é permitido descrever a imagem ou dar pistas sobre ela. O objetivo é que o desenho feito pelo computador seja o mais parecido possível com a imagem dada.

Caminhos das artes

Em uma folha A4, faça uma tabela com 9 linhas e 7 colunas. Em algumas células aleatórias, posicione figuras de quadros famosos de artistas como Tarsila do Amaral, Salvador Dalí, Pablo Picasso, dentre outros, isto é, uma obra para cada pintor.
Esse será o tabuleiro do jogo. Imprima um papel com fotos (e nome) dos pintores, de tamanho pequeno, para caber nas casas do tabuleiro.
O jogo também funciona em duplas de um programador e um computador, e o objetivo é que o computador leve a imagem de cada pintor à sua obra. O programador deve dar comandos como “ande duas casas para a direita” ao computador, e este só poderá fazer o que for ordenado pelo primeiro. Tal atividade pode ser adaptada a outras disciplinas também.

Torre de Hanói

Conhece aquele jogo em que existem dois pinos e vários discos de tamanhos diferentes? Que tal levar alguns à sala de aula? Esse quebra-cabeça trabalha as quatro etapas do pensamento ocupacional, contribuindo tanto para o raciocínio lógico quanto para a capacidade de resolução de problemas.
O objetivo do jogo é transferir todos os discos de um pino para o outro em no máximo 31 movimentos, sendo que só é permitido mover apenas um disco por vez, e mais: um disco maior nunca poderá ficar em cima de um disco menor do que ele.

Aprender programação online

Depois de realizar atividades desplugadas visando desenvolver o pensamento computacional na Educação, é interessante também realizar atividades no computador. Existem plataformas como o Scratch, que ensinam Lógica de Programação a crianças mediante projetos divertidos, e o site Code.org, que ensina conceitos de Ciência da Computação e Linguagens de Programação lançando mão de tutoriais e cursos. Com isso, os alunos podem experimentar a linguagem computacional.
A escola do século XXI exige que treinar o pensamento computacional na Educação é oferecer aos estudantes conhecimentos sobre objetos que influenciam a sua vida diretamente, tornando-os mais conscientes.
Significa também propiciar uma ferramenta de resolução de problemas que os ajude a desenvolver autonomia e protagonismo na vida acadêmica e pessoal. Isso pelo fato de existir a capacidade de separar, exclusivamente, tudo o que é importante para o resultado positivo de suas ações.
Sendo assim, o pensamento computacional é a chave para tornar o estudante um ser humano criativo, crítico e com soluções cada vez mais inovadoras para o desenvolvimento de toda a comunidade.
Confira também nosso infográfico com 4 habilidades desenvolvidas pelo pensamento computacional.
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