Como transformar a sala de aula em um ambiente de aprendizagem colaborativa

Blog Como transformar a sala de aula em um ambiente de aprendizagem colaborativa

05/01/2024
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A aprendizagem colaborativa é uma estratégia que se baseia na interação entre os estudantes e na participação ativa de cada um no processo de construção e desenvolvimento do conhecimento. O objetivo da estratégia é valorizar a troca de experiência, o cooperativismo entre os alunos e a capacidade de protagonismo de cada um deles. Continue a leitura e entenda melhor como essa prática funciona e quais benefícios ela pode trazer!

Aprendizagem colaborativa: o estudante como agente ativo de seu desenvolvimento

No artigo “Aprendizagem colaborativa: teoria e prática“, da Universidade de São Paulo (USP), os autores Patrícia Torres e Esrom Irala explicam que o fio condutor da prática, além do desenvolvimento de diferentes habilidades, passa por uma aprendizagem que não está focada na figura do professor como um transmissor de conteúdo. Veja: 

“A aprendizagem colaborativa e a aprendizagem cooperativa têm sido frequentemente defendidas no meio acadêmico atual, pois se reconhece nessas metodologias o potencial de promover uma aprendizagem mais ativa por meio do estímulo: ao pensamento crítico; ao desenvolvimento de capacidades de interação, negociação de informações e resolução de problemas; ao desenvolvimento da capacidade de autorregulação do processo de ensino-aprendizagem. Essas formas de ensinar e aprender, segundo seus defensores, tornam os alunos mais responsáveis por sua aprendizagem, levando-os a assimilar conceitos e a construir conhecimentos de uma maneira mais autônoma.

Tais propostas trazem intrinsecamente concepções sobre o que é ensino, aprendizagem e qual a natureza do conhecimento. Uma das ideias fundamentais que elas encerram é a de que o conhecimento é construído socialmente, na interação entre pessoas, e não pela transferência do professor para o aluno. Portanto, rejeitam fortemente a metodologia de reprodução do conhecimento, que coloca o aluno como sujeito passivo no processo de ensino-aprendizagem. Em oposição a essa abordagem tradicional de ensino, que ainda está fortemente arraigada no cotidiano das escolas, essas propostas reconhecem o conhecimento prévio de cada estudante, sua experiência e seu entendimento de mundo. O processo ensino-aprendizagem não está mais centrado na figura do professor, e o aluno exerce nele papel fundamental. O professor atua na criação de contextos e ambientes adequados para que o aluno possa desenvolver suas habilidades sociais e cognitivas de modo criativo, na interação com outrem.”

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4514719/mod_folder/content/0/Aprendizagem-colaborativa.pdf.

O artigo apresenta a conceituação de aprendizagem colaborativa, citando o professor Pierre Dillenbourg, e pontua como a filosofia pode assumir diferentes dinâmicas e resultados. Veja: 

“Um conceito simples de aprendizagem colaborativa apresentado por Dillenbourg (1999) é que essa é uma situação de aprendizagem na qual duas ou mais pessoas aprendem ou tentam aprender algo juntas. De acordo com o autor, esse conceito geral pode ser interpretado de várias maneiras: o número de sujeitos pode sofrer grande variação, podendo ser duas ou milhares de pessoas; aprender algo também é um conceito muito amplo, pois pode significar o acompanhamento de um curso ou ainda a participação em diversas atividades como, por exemplo, as de resolução de problemas; o aprender ‘em conjunto’ pode ser interpretado de diversas maneiras, como situações de aprendizagem presenciais ou virtuais, síncronas ou assíncronas, esforço totalmente em conjunto ou com  divisão de tarefas. Assim sendo, a prática de aprendizagem colaborativa pode assumir múltiplas caracterizações, podendo haver dinâmicas e resultados de aprendizagem diferentes para cada contexto específico.

Em uma visão mais ampla do que significa aprender colaborativamente, pode-se dizer que, de maneira geral, se espera que ocorra a aprendizagem como efeito colateral de uma interação entre pares que trabalham em sistema de interdependência na resolução de problemas ou na realização de uma tarefa proposta pelo professor. Segundo alguns estudiosos desse tipo de aprendizagem, a interação em grupos realça a aprendizagem, mais do que em um esforço individual. Uma aprendizagem mais eficiente, assim como um trabalho mais eficiente, é colaborativa e social em vez de competitiva e isolada.”

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4514719/mod_folder/content/0/Aprendizagem-colaborativa.pdf.

E, então, entendendo que a aprendizagem colaborativa consiste em uma interação entre os estudantes, com o objetivo de construir a aprendizagem e identificando que a abordagem favorece o desenvolvimento de uma série de habilidades que contribuem para formar um cidadão crítico e transformador, como colocá-la em prática? Acompanhe e descubra! 

5 ideias para colocar a abordagem em prática

1. Envolva os estudantes na construção do ambiente

Que tal pensar em uma atividade em que os próprios alunos colaboram para a mudança do ambiente de aprendizagem? É possível sugerir a eles, por exemplo, que organizem uma rotina de estudos em conjunto e ilustrem isso em um esquema visual, que pode ser colado na parede da sala. Outra possibilidade é propor uma intervenção feita pela turma, seja com decorações com as quais eles se identificam, seja com a pintura de uma parede.

2. Crie espaços flexíveis

Reorganizar a disposição tradicional de mesas e cadeiras enfileiradas pode favorecer a aprendizagem colaborativa. Uma sugestão é propor que os estudantes se organizem em uma roda, em fileiras juntas organizadas horizontalmente, em fileiras voltadas umas para as outras, em formato de “U”, em grupos e por aí vai. A ideia é não se limitar à organização tradicional, favorecendo a troca entre os estudantes. E, claro, sempre que possível, mude o ambiente: teste o pátio, a biblioteca, a praça ou outros espaços públicos. 

3. Combine as habilidades ao sugerir grupos

Ao sugerir atividades a serem feitas em grupo, você pode definir quais são os integrantes de cada um, levando em conta as habilidades e características que você já identificou. A ideia é que o grupo seja complementar e diversificado – você pode reunir uma pessoa extrovertida com um estudante mais tímido, por exemplo, ou alguém com perfil de liderança e outro com visão sistêmica de processos. 

>> Dica de leitura: Planejando o trabalho em Grupo (Elisabeth Cohen)

“Aprendizagem Baseada em Projetos” e “Sala de Aula Invertida” são exemplos de práticas que podem ser feitas em grupo. 

4. Valorize a diversidade e a inclusão

A pluralidade de perspectivas, histórias e experiências aprimoram a experiência de aprendizagem em vários sentidos. Atividades que promovem, celebram e valorizam a diversidade, dando voz aos diversos grupos que compõem a comunidade escolar e a 

5. Utilize metodologias ativas

As metodologias ativas colocam os estudantes como protagonistas do próprio desenvolvimento e estimulam a aprendizagem colaborativa. “Rotação por Estações”,

Essas dicas sobre aprendizagem colaborativa foram úteis pra você? Acompanhe o Portal CER e fique por dentro de outras práticas pedagógicas que podem contribuir com a sua jornada!

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