Depois de dois anos sem a famosa comemoração de São João, por causa da pandemia, chegou a hora de matar a saudade. Afinal de contas, as festas juninas escolares, além de marcarem a passagem do primeiro para o segundo semestre do ano, são sempre esperadas e, de alguma forma, marcam a infância e a juventude dos estudantes, dos professores e dos demais atores da comunidade escolar. É por isso que, no post, trouxemos algumas dicas para ajudar você a inovar nessa celebração, expandindo os ganhos para os estudantes – valendo-se do desenvolvimento de diferentes competências e estreitando os laços entre escola e família. Confira!
Antes das dicas, vamos relembrar um pouco da origem dessa cultura popular.
No século XVI, as festas eram tradicionais na Península Ibérica – Portugal e Espanha – e, durante a colonização, foram trazidas para o nosso país pelos portugueses. Na época, era chamada de “festa joanina”, fazendo referência direta a São João. Depois, passou a ter o nome que tem hoje para se atrelar ao mês de junho (“junina”).
No início, o cunho religioso da data era mais forte do que hoje, já que a festividade é tida muito mais como parte da cultura popular do que da religião. A forma como a festa se espalhou e evoluiu no Brasil associou a data a símbolos comuns das zonas rurais.
Atualmente, a cultura popular, embora seja comum e marque presença em todo o país, destaca-se em especial na região Nordeste, onde são realizadas as maiores festas juninas do país. Entre os exemplos, estão o São João de Caruaru, em Pernambuco; a Mossoró Cidade Junina, no Rio Grande do Norte; o Bumba Meu Boi, de São Luís, no Maranhão; e o São João de Campina Grande, na Paraíba.
Danças típicas como as quadrilhas, comidas (em sua maioria, à base de milho), bebidas como o quentão e vestuários caipiras e sertanejos – camisas xadrez, botas, calças remendadas e chapéu de palha – são símbolos comuns das festividades de norte a sul do Brasil.
Vamos às dicas! Veja as sugestões que colocamos a seguir e, claro, adapte cada uma delas conforme a idade dos alunos.
Mais do que “só” preparar a decoração da festa junina, que tal envolver os alunos nessa produção e ainda ensinar a eles sobre sustentabilidade?
Um bom caminho é definir diferentes itens de decoração – bandeirolas, balões, fogueira artificial, painéis, objetos decorativos de mesa e por aí vai –, distribuir um para cada turma e orientar os professores para que coloquem a “mão na massa” com os alunos. Nesse processo, a sustentabilidade pode ganhar vida, por meio da utilização de papéis recicláveis, plásticos, caixas de leite e até reutilização de sucata. É fundamental que, durante a construção em conjunto, os responsáveis expliquem os processos e reforcem a importância da redução do lixo e do desperdício, que contribuem para a preservação do meio ambiente e do nosso planeta.
#Dica: tirar foto das produções e fazer um mural para ser fixado no dia da festa junina pode ser interessante.
Na mesma lógica da distribuição dos itens de decoração, propor uma espécie de “aulão” para que diferentes grupos fiquem responsáveis por uma comida típica também é uma ótima opção. As alternativas são várias: canjica doce, paçoca, pé de moleque, cachorro-quente, pastel, milho, maçã do amor, curau, pamonha, cocadas, etc.
É possível tornar todo o processo muito enriquecedor: além de ensinar sobre o preparo do prato e permitir o contato dos alunos com a culinária regional, vale sugerir uma pesquisa sobre a sua origem.
Trabalhar a festa junina de maneira transdisciplinar abre espaço para a cultura popular, bem como traz diversão. Veja algumas sugestões a seguir e, claro, solte a criatividade!
Para as aulas de produção textual, vale propor o desenvolvimento de um artigo abordando diferentes temas de São João, desde a sua origem e aspectos linguísticos e culturais até temas afins que podem estar no vestibular: agronegócio, êxodo rural, alimentos transgênicos, impacto da globalização nas áreas rurais, etc.
Para os mais novos, uma boa sugestão é sugerir colagens – que também podem integrar um painel físico – que combinam recortes de imagens de comidas, roupas, objetos decorativos e paisagens.
Sabemos que as festas juninas são divertidas, acolhedoras e permitem ótimas lembranças; mais do que isso, podem espalhar bondade! Que tal torná-las solidárias? Seja sugerindo uma contribuição simbólica e revertendo o lucro em doações, seja inserindo as comunidades carentes próximas da escola na festa, seja propondo uma campanha do agasalho… Possibilidade é o que não falta.
Além de esquentar o coração de quem mais precisa, a organização dessas atividades pode ter apoio dos próprios alunos, auxiliando-os no desenvolvimento de várias competências e habilidades como gestão, proatividade, empatia, organização e finanças. De acordo com a idade, é possível fazer reuniões periódicas para definir diferentes atividades da festa junina e das ações solidárias.
O tradicional evento maranhense “BumbaMeuBoi”, que citamos no início do texto, utiliza vários instrumentos musicais que marcam a cultura: tambores, matracas, triângulos, maracás. Que tal inserir as crianças e os jovens nesse contexto? Se tiver acesso aos instrumentos ou a profissionais da área, convide músicos para aulas práticas e breves. Se não for possível, não é preciso ir tão longe: sugerir a pesquisa sobre os equipamentos e aprofundar na história de cada um deles já pode enriquecer o aprendizado de forma significativa.
Ainda que esse formato seja mais teórico, há a possibilidade de levar o aprendizado de maneira mais dinâmica aos estudantes por meio dos vídeos explicativos. Eles podem falar diretamente da festa junina ou ainda tratar de temas relacionados. Veja alguns exemplos:
Como a festa junina é comemorada em outros países – Clique aqui e dê o play
E aí, gostou dessas sugestões de atividades inovadoras para a festa junina na escola? Continue acompanhando o Portal CER e tenha acesso às melhores dicas do universo da Educação Empreendedora!