Autonomia na educação infantil: inspire-se na experiência de uma escola da Bahia

Blog Autonomia na educação infantil: inspire-se na experiência de uma escola da Bahia

18/10/2019
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Sabia que é possível desenvolver nas crianças autonomia e protagonismo desde pequenas? O espaço escolar é rico em vivências que podem estimular o aluno da educação infantil a adotar uma postura ativa com relação à realidade que o cerca. Isso só depende da forma com que o educador o conduz no cotidiano da escola e também se ele acredita que os pequenos são capazes de refletir sobre a realidade e criar soluções.

Em Salvador (BA), um ambiente tão corriqueiro quanto a cantina foi o cenário de ações de protagonismo por parte de alunos da educação infantil. A professora Rosana Torres da Silva, ganhadora do prêmio Professores do Brasil de 2018 na categoria Pré-Escola, na região Nordeste, coordenou um projeto no qual as crianças ficaram responsáveis pelo gerenciamento do espaço da cantina, trazendo ideias para melhorar a sua dinâmica.

Com a prática, as crianças imbuíram-se de mais coragem para se afirmarem e exporem as próprias ideias, aprendendo que podem contribuir com o mundo ao seu redor. Tudo isso colabora para que elas cresçam desenvolvendo naturalmente uma mentalidade empreendedora.

Leia o relato e inspire-se!

Educação infantil com vida

O projeto “O cotidiano e seu valor para a vida na escola… por uma escola com vida” nasceu de uma atividade feita com alunos de 4 e 5 anos, distribuídos em grupos para fazer uma salada de frutas. Sob supervisão, eles tinham de cortar, servir, limpar e dar apoio ao que fosse preciso.

O envolvimento das crianças foi muito grande, e a professora notou que, mais do que explorar sabores, cores e textura das frutas, os pequenos estavam interessados no planejamento e na organização da refeição, empenhando-se em solucionar os desafios que apareciam e ir em busca dos utensílios necessários.

A experiência gerou a reflexão de que as crianças são capazes de exercer autonomia sobre os espaços da escola. “Tivemos uma mudança de pensamento sobre o que é infância, entendendo que aquela criança, mesmo pequena, é um ser capaz. Percebemos que podemos fazer práticas que desenvolvam mais o interesse delas, transformando-as em protagonistas do próprio aprendizado”, conta a professora Rosana Torres.

Assim, em parceria com a coordenação da escola, foi idealizado o projeto de gerenciamento do refeitório, pelo qual os estudantes passaram a participar diariamente tanto da organização do lanche quanto da organização do espaço.

Liberdade e responsabilidades aos pequenos

O projeto foi estruturado em conjuntos de ações temporárias e permanentes que ofereciam liberdade criativa aos alunos da educação infantil e pequenas responsabilidades que deveriam administrar. Ações temporárias foram a criação de cartazes sobre alimentação saudável, a realização de debates sobre possíveis problemas do refeitório e a ambientação do local, feita com plantas, desenhos e música, dentre outras.

As ações permanentes ou diárias diziam respeito à contagem de todas as crianças para as refeições, estas sob responsabilidade de ajudantes que deveriam ir de sala em sala e depois ler o resultado para as funcionárias da cantina; a escrita e a ilustração do quadro com o cardápio do dia; a contagem de copos, pratos e talheres; e o aviso para todas as crianças quando as mesas estivessem prontas. Todas as atividades estão detalhadas no relato no site Professores do Brasil.

A autonomia e a confiança no aprendizado

“Desenvolvendo autonomia, a criança se reconhece como ser capaz e se coloca como sujeito ativo no mundo”, constata a professora. Ela também defende que a autonomia, o interesse e a autoestima são muito importantes para o sucesso do processo de aprendizagem.

O projeto gerou nas crianças mais segurança e confiança para, por exemplo, expor suas tentativas de escrita. Alunos que antes se recusavam a escrever palavras em relação às quais tinham dúvidas de como seriam grafadas começaram a fazer tentativas e até a ajudar os colegas.

Também foram notáveis os avanços de comportamento. Os alunos ficaram mais afetuosos com os colegas e também com os funcionários, aprenderam trabalhar em equipe e a se comunicarem mais. Com o sentimento de que a escola também lhes pertence, ficaram mais cuidadosos com os espaços que utilizavam. Ainda, alguns pais relataram que seus filhos começaram a ajudá-los mais, levando aprendizados da cantina para a casa.

A autonomia é uma das competências que formam a base do comportamento empreendedor, permitindo que os jovens sejam capazes de entender suas limitações e forças e traçar caminhos possíveis para seu futuro profissional, buscando, eles próprios, as maneiras de colocar seus planos em prática. Quer conhecer outras 7 maneiras de estimular a autonomia dos alunos? Confira neste post.

 

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