Avaliação formativa: novos caminhos para enriquecer a aprendizagem

Blog Avaliação formativa: novos caminhos para enriquecer a aprendizagem

15/03/2022
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O que é a avaliação formativa? Você já ouviu falar? Preparamos este post para explicar alguns detalhes sobre o tema que pode fazer toda a diferença na sala de aula. Acompanhe!

O que é avaliação formativa?

Em linhas gerais, é uma prática que estimula a visão sistêmica e panorâmica do processo de ensino-aprendizagem. O aluno continua a ser o centro do processo, mas esse tipo de acompanhamento também coloca luz sobre a prática pedagógica do educador. Resumidamente, podemos definir a avaliação formativa como um recurso de observação e aperfeiçoamento das maneiras de ensinar e de aprender.
O que a diferencia de uma avaliação convencional é a possibilidade de o professor investigar as dificuldades do aluno enquanto o processo acontece e não somente no fim de um período.
Ou seja: em vez de avaliar o aprendizado quando termina o bimestre ou o trimestre, o educador faz uma avaliação constante – e de diferentes formas – daquele aluno, daquela turma.
As informações coletadas, além de criar proximidade e estreitar os laços entre aluno e professor, permitem uma reprogramação das atividades que estão por vir, com o objetivo de facilitar a assimilação do conteúdo por parte da turma ou de um grupo de alunos. É como recalcular a rota a tempo de chegar no destino correto, entende?
Essa abordagem vai ao encontro do que já sabemos e precisa sempre estar em pauta para que os processos sejam constantemente adequados e reavaliados: os estudantes, naturalmente, têm ritmos e formas diferentes de aprender. Respeitar isso é essencial para o sucesso de uma formação integral.

As características da avaliação formativa

Necessariamente, uma avaliação formativa feita de maneira consistente é:
1. Sistemática, porque só é possível fazê-la com base na coleta de evidências e dados. É assim que o professor e o aluno se tornam capazes de identificar o quão alinhados estão ao que se espera daquele ensino e daquela aprendizagem. Entender, sistematicamente, quais resultados foram alcançados (ou, se não foram, o porquê disso) e como a evolução da aprendizagem ocorreu é primordial para tornar a educação mais efetiva a cada dia.
2. Contínua, porque não se mensura o processo de ensino-aprendizagem pontualmente, por uma ação realizada no fim de dois ou de três meses. A proposta é, exatamente, fazer uma investigação constante do progresso da aprendizagem.
3. Cumulativa, porque as evidências e os registros da avaliação formativa não podem e não devem ser apenas quantitativos – mais do que coletar dados, eles se transformam em novos métodos e novas orientações que podem fazer toda a diferença na sala de aula.

Os benefícios da avaliação formativa

  • Favorece a evolução do corpo docente e dos estudantes.
  • Torna as relações aluno-aluno e professor-aluno mais fortes e mais empáticas.
  • Abre espaço para que pais e tutores acompanhem a evolução da aprendizagem.
  • Desenvolve o protagonismo dos estudantes.
  • Motiva a sala de aula e desperta o interesse pelo aprendizado.

Como colocar a avaliação formativa em prática e combiná-la com a educação empreendedora

Alguns instrumentos podem ser úteis para dar forma à avaliação formativa. Dentre elas, o incentivo e a promoção de:
  • Atividades de múltipla escolha
  • Atividades de resposta construída
  • Autoavaliação
  • Portfólios
  • Caixa de dúvidas
  • Registro pessoal ao fim da aula sobre o que o estudante aprendeu
  • Prova em dois tempos
O mais importante, contudo, é responder a três perguntas básicas antes de colocar o método em prática: o que se pretende avaliar, para qual fim e como. Valendo-se dessas respostas, elaborar um plano de ação, ainda que flexível, fica bem mais fácil.
Lembre-se: por não haver uma frequência obrigatória, a avaliação formativa pode ser conciliada de diferentes formas na rotina escolar. O obrigatório e indispensável é que ela seja contínua.
Quando trazemos a Educação Empreendedora para o debate, basta listarmos as competências desenvolvidas por ela para automaticamente relacioná-la à avaliação formativa. Isso porque, em suma, a Educação Empreendedora desenvolve um cidadão com pensamento crítico, com iniciativa, com capacidade de solucionar problemas e de trabalhar em equipe.
As metodologias ativas, por exemplo, definidas como práticas de um ensino empreendedor, são ótimas opções para serem aplicadas e combinadas com uma avaliação formativa de sucesso. No fim das contas, os dois conceitos convergem e se encontram em um ponto principal: o protagonismo dos estudantes.

Palavra de especialista

Em um webinar promovido pela Associação Nova Escola, organização sem fins lucrativos que tem a missão de transformar a educação brasileira, discutiu-se a “avaliação formativa para ensinar e para aprender melhor”. A convidada para falar sobre o tema foi Katia Stocco Smole, doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e, hoje, diretora do Instituto Reúna e fundadora do Grupo Mathema.
Para fechar este post, separamos trechos interessantes da conversa que podem ser úteis para educadores. Confira:
Você [educador] não muda a sua forma de avaliar usando uma didática convencional do século XVII, do século XIX. No século XXI, nós temos métodos ativos de aprendizagem, aprendizagem criativa. Tudo o que está sendo falado a respeito de novas mentalidades, de nova ação, de atitude, do protagonismo desse estudante.”
Ao ser questionada por um professor sobre a dificuldade que tem com o engajamento dos alunos, mesmo utilizando diferentes metodologias, Katia responde:
“Paciência pedagógica. [Você] precisa grudar a avaliação [formativa] nas metodologias ativas. Por exemplo: circulou pela rotação por estações de trabalho, faz uma roda de conversa […] Senta para ver o que foi bom, o que deu certo, o que podia ser melhor. Se você faz no quadro uma rotina de trabalho, acostume-se a avaliar com os estudantes o que deu certo naquela rotina de trabalho e o que não deu. Quando eles virem a avaliação sendo usada para melhorar rumos e para organizar, isso vai fazendo mais sentido.
A outra coisa é: às vezes, nós estamos dando aula para um estudante que não está conseguindo entender a lógica que é muito clara para nós. Eles precisam de passos para essa mudança.”
Gostou do conteúdo sobre avaliação formativa e quer aprender novas maneiras de ensinar estudantes de diferentes idades? Confira dicas preciosas no Observatório “Geração Z vs. Geração Alpha: por que a Educação Empreendedora é especialmente importante para elas?“.
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