Behaviorismo na educação: o comportamento e o aprendizado

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01/12/2022
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A educação – e a vida, no geral – sofre influências de inúmeras correntes e teorias, que podem perdurar e impactar o processo de ensino-aprendizagem até mesmo por décadas. Esse é o caso do behaviorismo na educação; você já ouviu falar? E a teoria de Skinner, já escutou sobre isso por aí? Se ainda não, continue esta leitura, pois vamos apresentar essas e outras informações. Acompanhe!

Quem foi Skinner

Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Esse é o nome do escritor, professor e psicólogo norte-americano, que ficou conhecido pela sua teoria – que deu origem ao behaviorismo –, baseada na convicção de que é possível controlar e moldar o comportamento humano.

Quanto à sua trajetória, a monografia escrita por Jenifer Ogasawara, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), “O conceito de aprendizagem de Skinner e Vygotsky: um diálogo possível“, resume bem:

“Burrhus Frederic Skinner nasceu em 1904 na cidade de Susquehanna, no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos. Concluiu o segundo grau em 1922, no mesmo ano entrou na universidade Hamilton College. Graduou-se em literatura inglesa e línguas românicas, em 1926, e, com essa formação, Skinner decidiu ser escritor. Essa ideia foi abandonada em 1928 quando resolveu fazer o curso de pós-graduação em Psicologia, se inscrevendo no programa de Psicologia Experimental, em Harvard University. Obteve os títulos de Mestrado e Doutorado, em 1930 e 1931, respectivamente. Após o doutoramento, permaneceu em Harvard, até 1936, com um apoio financeiro para fazer pesquisas. Após isso, mudou para Minneapolis para assumir as atividades de professor e de pesquisador na University of Minnesota. Foi lá que Skinner encontrou espaço livre para ensinar e pesquisar o behaviorismo.”

Fonte: https://web.archive.org/web/20181123114557/http://www.uneb.br:80/salvador/dedc/files/2011/05/Monografia-Jenifer-Satie-Vaz-Ogasawara.pdf

“Sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950”, afirma a publicação da Nova Escola.

O behaviorismo leva esse nome por causa da palavra behavior, que significa comportamento. O pensador tinha, entre seus principais pensamentos, a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano.

A influência do behaviorismo na educação

A Teoria da Aprendizagem de Skinner ficou conhecida por ter, como ponto central, o comportamento. Como aponta o texto da Infoescola, quando se fala dessa teoria, alguns tópicos se sobressaem – e são eles que representam, de forma objetiva, o behaviorismo na educação e a forma como essa corrente enxerga a aprendizagem escolar.

A palavra-chave da teoria de Skinner é comportamento. Para ele, a aprendizagem concentra-se na capacidade de estimular ou reprimir comportamentos, desejáveis ou indesejáveis.

  • Na sala de aula, a repetição mecânica deve ser incentivada, pois leva à memorização e, assim, ao aprendizado.
  • O ensino é obtido quando o que precisa ser ensinado pode ser colocado sob condições de controle e sob comportamentos observáveis.
  • Os comportamentos são obtidos punindo o comportamento não desejado e reforçando ou incentivado o comportamento desejado com um estímulo, repetido até que ele se torne automático.
  • A aprendizagem concentra-se na aquisição de novos comportamentos e ocorre através de estímulos e reforços, de modo que se torna mecanizada.
  • De acordo com a teoria de Skinner, os alunos recebem passivamente o conhecimento do professor.
  • Em sua visão, os comportamentos são obtidos pelo reforço – estímulo do comportamento desejado.
  • O papel do professor é criar ou modificar comportamentos para que o aluno faça aquilo que o professor deseja.
  • A compreensão do comportamento humano apoia-se em seu comportamento operante.
  • De acordo com Skinner, o seu interesse está em compreender o comportamento humano, não em manipulá-lo.
  • Em seus últimos anos, Skinner atacou a psicologia cognitivista, afirmando que a educação é um modelo que se dá do meio para o indivíduo, e não o contrário.
  • Segundo o modelo behaviorista de Skinner, os fenômenos mentais devem ser discutidos como padrões de comportamento.
  • Todo comportamento é fruto de um condicionamento, e assim não existem habilidades inatas nos organismos.

Fonte: https://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-skinner/

A proposta do behaviorismo na educação

O behaviorismo na educação se aproxima do modelo tradicional de aprendizagem, em que o professor tem o papel majoritário de transmitir conhecimento ao estudante. Alguns trechos do artigo “A teoria behaviorista e suas implicações na concepção e prática no contexto escolar” explicam melhor. Confira:

No que se refere ao processo educativo, de acordo com Nogueira (2007 p. 85)

os pressupostos associacionista-behavioristas constituem a base da escola tradicional, aquela que é voltada para o que é ensinado‘. Ou seja, cabe ao educador transmitir o conhecimento ao aluno. Acrescenta se que o behaviorismo skinneriano possibilita a compreensão de que ‘conhecer é um ato de descobrir o ambiente, experienciá-lo, associar fatos ambientais e valorizar a aprendizagem por meio da prática‘ (FILHO et al., 2009, p.30).

Tendo como alicerce a teoria empirista ‘o modelo behaviorista de aprendizagem é centrado

em condições externas e no comportamento do aluno‘ (NOGUEIRA, 2007 p. 85). A escola nessa concepção é vista como espaço que possibilita o desenvolvimento da autonomia do sujeito; a prática escolar tem planejamento sistemático de ações a serem realizadas sempre em consonância com os objetivos almejados, estando isso sob a responsabilidade do professor que deverá transmitir o conhecimento necessário ao aluno (NOGUEIRA, 2007).

No que diz respeito ao desenvolvimento da autonomia do estudante – prática muito valorizada pela Educação Empreendedora – o behaviorismo na educação faz valer as crenças de Skinner. “No livro Tecnologia do Ensino, de 1968, o cientista desenvolveu o que chamou de máquinas de aprendizagem – a organização de material didático de maneira que o aluno pudesse utilizar sozinho, recebendo estímulos à medida que avançava no conhecimento”, confirma o texto da Nova Escola.

Quanto às tradicionais punições, a teoria não é a favor. “Skinner considerava o sistema escolar um fracasso por se basear na presença obrigatória, sob pena de punição. Ele defendia que se dessem aos alunos ‘razões positivas’ para estudar”, aponta a publicação. Além disso, o behaviorismo na educação também se encontra com métodos da Educação Empreendedora quando o assunto é ensinar o estudante a pensar, o famoso “ensinar a aprender”. “O ensino deve ser planejado para levar o aluno a emitir comportamentos progressivamente próximos do objetivo final, sem que para isso precise cometer erros (…). A ideia é que a máquina de aprendizado se ocupe das questões factuais e deixe ao professor a tarefa fundamental de ensinar o aluno a pensar“, afirmou Maria de Lourdes Zanotto, professora da PUC-SP.

Esperamos que seja útil em sua jornada conhecer melhor o behaviorismo na educação. Recomendamos, também, outra leitura que pode ser valiosa para a sua instituição escolar: clique aqui e baixe o e-book Pedagogia da Presença: conceito, aplicação e benefícios.

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