Você provavelmente já ouviu falar sobre o ChatGPT, não é? A ferramenta que ficou famosa por ser capaz de responder a questões complexas com uma linguagem natural, fluida e ortograficamente correta. Mas o que é, afinal? Pode ser usado na educação? Como? Respondemos a essas e a outras perguntas ao longo deste post, acompanhe!
É um chatbot controlado por Inteligência Artificial (IA), que, por meio de um chat, interage com humanos e entrega soluções em texto para perguntas de diferentes assuntos. Ele foi criado pela OpenAI, empresa de pesquisa em IA, sediada em São Francisco, na Califórnia (EUA). Para acessá-lo, basta ir em www.chat.openai.com e fazer o seu login.
Uma publicação da Nova Escola traz a opinião de alguns educadores. Entre elas, está a da professora Débora Garofalo, primeira brasileira e sul-americana a ser finalista no Global Teacher Prize. De acordo com ela, perceber o ChatGPT como um aliado da educação é uma boa perspectiva. “Devemos olhar essa ferramenta como uma companheira de aprendizagem do estudante, que vai contribuir para processar informações, trocar ideias e atuar dentro do seu processo de ensino e aprendizagem”, afirma.
Quando o assunto é a relação entre os professores e o robô virtual, Carla Arena, consultora na área Digital e Tecnologias Educacionais, aposta no poder do ChatGPT de inspirar os docentes a reverem suas práticas. “Precisamos entender como as tecnologias podem potencializar as práticas pedagógicas que já desenvolvemos com sucesso. Não é descartar o que já fazemos, mas trazer mais elementos tecnológicos para promover aprendizagens mais profundas e críticas”, pontua.
Não devemos ignorar: as vantagens do software para a educação são muitas, incluindo o que pontuamos acima, ou seja, a possibilidade de o programa funcionar como um aliado e potencializador do processo de ensino-aprendizagem, tanto para estudantes como para professores.
Mas é possível olhar ainda mais longe, e quem nos confirma isso é Bill Gates. Conforme relata a publicação da Revista Exame, em uma palestra realizada em San Diego (EUA), o fundador da Microsoft afirmou que os chatbots de Inteligência Artificial, em pouco tempo, poderão ajudar na Educação Infantil, apoiando no aprendizado de leitura e escrita em 18 meses e melhorando as notas escolares. “No início, ficaremos surpresos com a forma como um assistente de pesquisa de leitura pode ajudar a dar feedback sobre a escrita”, declarou.
Os desafios, é claro, também se revelam. Fabrício Spricigo, pedagogo e doutor em Educação, fala sobre o receio dos professores quanto ao plágio. “Outra questão que assusta os professores é a questão do próprio plágio e da fonte. Se o estudante consulta suas produções textuais somente a partir dessa base de dados, como já temos o Google, o ChatGPT vem nesta mesma linha mas de modo mais aperfeiçoado, porque a Inteligência Artificial já faria esse trabalho [de conexão dos conteúdos], o que poderia ser utilizado de forma a burlar o sistema educativo, a forma como a avaliação é realizada hoje”, afirma.
E por falar em Inteligência Artificial, o Observatório de Educação, plataforma do Instituto Unibanco, publicou um especial sobre o tema que traz uma série de reflexões sobre seu impacto na educação, e muitas delas podem ser pensadas considerando o ChatGPT. A publicação cita a pesquisa Intelligence Unleashed – an argument for AI in education, que aponta sobre o uso da IA na educação contribuir para uma compreensão mais profunda de como o aprendizado realmente acontece – como é influenciado pela conjuntura socioeconômica, por exemplo. “Nesse contexto, a IA na educação oferece a possibilidade de uma aprendizagem mais personalizada, flexível, inclusiva e envolvente. Além disso, as ferramentas fornecem informações não apenas sobre o que está sendo aprendido, mas também como está sendo aprendido e como os alunos estão se sentindo”, relata a publicação.
Em um artigo publicado pela Vivo, Dora Kaufman, pesquisadora dos impactos éticos e sociais da Inteligência Artificial, fez ponderações sobre o uso do programa. Ela reforça a importância de o corpo docente rever as práticas pedagógicas e acompanhar a evolução da tecnologia. “O ChatGPT evidencia com mais transparência a necessidade de rever práticas consagradas. Não se sustenta mais avaliações do desempenho do aluno com base em resumos de tópicos/assuntos; as avaliações têm que ir além, analisando o entendimento do aluno e a sua capacidade de discernimento e de raciocínio”, afirma.
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No mesmo texto da Nova Escola que citamos acima, uma das perguntas diz respeito a como fazer do recurso uma oportunidade de aprendizagem. E a resposta traz reflexões interessantes. Veja:
“Em sala de aula, ele pode ser utilizado de diversas maneiras e em todas as áreas de estudo para pesquisa, revisão e comparação, entre outras utilidades. Os professores também podem realizar o letramento digital e debater questões éticas sobre o uso seguro da internet.”
Em um artigo da Vivo, Dora Kaufman listou algumas possibilidades de uso do programa por professores:
Entre outras possibilidades, estão:
Veja alguns comandos possíveis para utilizar no programa:
Exemplo:
“Me explique sobre [inserir o tema] como se eu fosse um iniciante. Leve em conta que preciso transmitir esse conteúdo para uma turma do [inserir grau da turma].”
Exemplo:
“Crie [inserir número que você deseja] perguntas sobre o [inserir o tema]. Varie entre questões de múltipla escolha e de texto corrido [se desejar, insira outros formatos].
Exemplo:
“Me ajude com 5 ideias diferentes de atividades em sala de aula para eu trabalhar o [inserir o tema] com estudantes na faixa de [inserir idade ou grau da turma]. Dê preferência pelo uso de metodologias ativas [ou outra especificidade que desejar].
Dá pra perceber como são muitas possibilidades, não é? Vale lembrar, de qualquer forma, que o ChatGPT não deve – nem é capaz – de funcionar como um substituto do professor. É recomendado encará-lo como um ponto de partida para desenvolver atividades, como uma ferramenta complementar, e é fundamental que os educadores e os estudantes questionem as respostas.
Gostou desse conteúdo sobre o uso do ChatGPT em sala de aula? Acesse também nosso material sobre tecnologias na educação e conheça as possibilidades de uso.