
Para além da transformação que já ocorre diariamente em todo o mundo, os educadores atravessam um período que exige ainda mais atenção. Os desafios oriundos da pandemia ainda estão sendo entendidos – e os obstáculos ficam maiores com a implementação efetiva do Novo Ensino Médio. Mas como identificar, então, a necessidade dos professores e desenvolver estratégias que vão apoiá-lo em sala de aula? Trouxemos algumas possibilidades neste post. Acompanhe!
Um olhar atento e cauteloso da coordenação pedagógica para esse cenário de retomada do processo de ensino-aprendizagem é fundamental para mapear e identificar a necessidade dos professores.
O assunto foi pauta do vídeo publicado pela Nova Escola, plataforma digital que produz conteúdos sobre o mundo da educação. O jornalista Bruno Mazzoco mediou a conversa que envolveu Elaine Cásper, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Luís dos Santos Metalúrgico, em São Bernardo do Campo (SP), e Paulo Cunha, especialista no Novo Ensino Médio.
Segundo Elaine, no modelo da escola em que atua, algumas ferramentas são utilizadas para identificar a necessidade dos professores. Entre elas está a avaliação 360o, em que os professores são avaliados pelos estudantes, pelos pares e pelos gestores em todas as competências predefinidas pela instituição. Com base nos resultados e as “notas” que o educador obtém em cada categoria, a coordenação pedagógica planeja uma formação específica. “A partir daí, eu proponho para esse professor uma atividade, que a gente chama de Piaf – Plano Individual de Aprimoramento e Formação. Onde eu busco essa atividade? Existe um material chamado cardápio, eu vou lá e escolho uma atividade para o desenvolvimento profissional desse professor específico”, revela. Segundo ela, esse Piaf não é fruto exclusivamente dessa avaliação e pode ser aplicado em qualquer momento. Além disso, a escola ouviu todos os envolvidos. “No fim do ano passado, nós nos sentamos – gestores, coordenadores e supervisão – e apontamos as nossas fragilidades. Era [o momento da] construção de indicadores e o monitoramento”, aponta.
Foi como resultado dessa troca que a escola adotou medidas resolutivas para sanar as dores que estavam sendo expostas. Ela conta ainda que todos os processos de avaliação da instituição, incluindo o Piaf e a Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC), retroalimentam-se. “Eu faço uma formação, parto para a observação, a observação me dá elementos para uma nova formação, e aí a gente vai caminhando”, explica.
Paulo Cunha fez uma reflexão importante valendo-se do relato da coordenadora, de que essa avaliação deve ser um processo contínuo, não pontual – caso contrário, perde sua efetividade. “Não se trata de avaliar momentos específicos, mas sim um processo contínuo de aprimoramento desse professor em serviço”, afirma. “O outro elemento que você traz que é central, é que não se trata de uma ação individualizada no professor. Essa formação do professor tem que fazer sentido naquela escola em função dos alunos que se quer formar”, complementa.
>> Para assistir ao bate-papo completo, clique aqui
Identificar a necessidade dos professores também pode acontecer por meio de reuniões pedagógicas eficientes. E ainda que pareçam simples, não é exatamente fácil torná-las efetivas. Em uma reunião pedagógica, o objetivo principal é criar um espaço para que educadores, coordenadores e demais membros da comunidade escolar discutam e entendam a evolução do processo de ensino-aprendizagem como um todo. É também um momento para entender o status e a evolução do Planejamento Político-Pedagógico.
Essas reuniões são direcionadores importantes que visam entender como está o andamento pedagógico da instituição escolar e, claro, identificar a necessidade dos professores.
O site Diário Escola conversou sobre o tema com Luisa Cadorim Facenda, pedagoga e especialista em Gestão Escolar e mestre em Educação, que trouxe boas ponderações sobre o tema. Segundo ela, “as reuniões pedagógicas são espaços privilegiados para a discussão da prática pedagógica. Configuram um ambiente propício para a reflexão, a busca de soluções dos problemas que surgem e para o compartilhamento de novas metodologias de ensino”.
A pedagoga reforça que são ótimas oportunidades para que a coordenação pedagógica atue de acordo com a realidade dos educadores. “Representam um leque de oportunidades para a formação continuada e o desenvolvimento das relações interpessoais. Se bem planejados, esses encontros podem ser fortes aliados no trabalho do coordenador junto aos professores no ambiente escolar”, aponta. A matéria compila ainda as dicas que a especialista levantou para que essas reuniões sejam produtivas. Conheça:
Fonte: https://diarioescola.com.br/reunioes-pedagogicas/
Como falamos em outros posts, a Educação Empreendedora é muito mais do que ensinar a abrir empresas ou gerenciar negócios. Ela visa à formação integral dos estudantes, preparando-os para a vida em sociedade e para gerarem valor para o mundo. Isso se dá também porque eles se tornam autônomos em seu processo de desenvolvimento. Automaticamente, esse modelo exige dos professores uma adequação em relação à forma tradicional de lecionar. Esse cenário, como bem apontado por Paulo Cunha no bate-papo que citamos no início do texto, envolve a participação de todos e, claro, favorece a troca entre os membros da comunidade escolar. Isso torna mais fácil expressar e identificar a necessidade dos professores.
E, na sua instituição escolar, mapear a necessidade dos professores já é uma prática? Para apoiar a sua jornada e aprimorar os seus processos, acompanhe o Portal CER e fique por dentro de tudo o que ocorre no mundo da educação.