Com a nova proposta da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), os educadores precisam se ater ao desenvolvimento de novas competências e habilidades. E os filmes podem ser ferramentas educativas úteis para contribuir na formação do imaginário dos estudantes.
Um dos principais objetivos da BNCC é formar estudantes mais bem preparados para a realidade e os desafios do século XIX. Por isso, a BNCC enfatiza alguns pontos como cultura digital e outros que se relacionam com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
E, para ajudar você nessa missão, trouxemos aqui seis sugestões de como desenvolver as competências da BNCC por meio de filmes.
Então, prepare a pipoca e leia até o final!
De forma bem resumida, a BNCC nos trouxe estas 10 competências:
1 – Conhecimento
2 – Pensamento científico, crítico e criativo
3 – Repertório cultural
4 – Comunicação
5 – Cultura digital
6 – Trabalho e projeto de vida
7 – Argumentação
8 – Autoconhecimento e cuidado
9 – Empatia e cooperação
10 – Responsabilidade e cidadania
Todas elas devem ser observadas no material didático, no planejamento e na sala de aula. O intuito é formar estudantes mais bem preparados para a realidade que os cerca e aproximar a escola da vida real.
E vamos agora para a nossa lista de sugestões de filmes para trabalhar as competências da BNCC:
Conta a história de um menino, Brad, com sintomas especiais, em razão da síndrome de Tourette. O filme é baseado em fatos reais e mostra o preconceito enfrentado em sala de aula, bem como o relacionamento difícil do menino com o pai – que não entendia os sintomas da doença.
Brad lutou com o preconceito e com a falta de crédito – muitos professores e educadores chegaram a duvidar de sua capacidade. Apesar das circunstâncias desfavoráveis, Brad conseguiu superar inúmeros obstáculos e se tornou um professor bem-sucedido.
É uma história que inspira a persistência e o esforço nos estudos. O filme tem classificação etária indicativa de 10 anos e pode ser utilizado para trabalhar algumas competências da BNCC como o conhecimento – dada a persistência de Brad e o seu sucesso profissional, apesar das condições desfavoráveis.
Outras competências poderão ser trabalhadas tais como empatia e cooperação que faltou em relação a Brad tanto na escola quanto por parte do pai. E, por fim, cabe a relação com o projeto de vida, porque ele soube ter persistência e construir uma carreira profissional.
É um filme francês baseado em uma história real, que conta a história de duas pessoas de origens bem diferentes.
Driss é jovem de origem simples do subúrbio, com uma força de vontade fora da curva, divertido e de espírito vivo, mas com alguns problemas de comportamento. E Philippe, de origem privilegiada, mas que ficou tretaplégico por conta de um acidente. Por isso, passa a levar uma vida com certa falta de esperança e vontade de viver.
Mesmo sem experiência, Driss consegue emprego como cuidador porque ele foi capaz de demonstrar a Philippe um sentimento verdadeiro de empatia. Driss não tem uma atitude de piedade ou de pena, mas o trata com a dignidade da pessoa que Philippe é.
E, assim, nasce uma verdadeira amizade entre os dois, de forma que Philippe consegue passar a encarar a vida com muito mais leveza e otimismo.
O filme tem classificação recomendada de 12 anos e pode ser usado para trabalhar a habilidade número 9 da BNCC, de empatia e cooperação, e em segundo plano é possível também relacionar com a habilidade de responsabilidade e cidadania.
É um filme bastante interessante, especialmente se essa falta de empatia for perceptível em sala de aula.
O filme conta a história de Carter, o dono de uma loja de esportes que aceitou o desafio de ser técnico de basquete em uma escola com muitos estudantes indisciplinados e desengajados com os estudos.
A história traz diversas reflexões sobre o caminho para ser um vencedor. Carter consegue transformar a atmosfera da escola e encorajar os estudantes a ser mais disciplinados, esforçados e estudiosos.
A moral da história é que a jornada para o sucesso é árdua, exige muito esforço e não vale a pena deixar a vida passar sem se empenhar para alcançar o que sonhamos.
É um filme muito indicado para estudantes do Ensino Médio, pois alguns conflitos como a presença constante em festas e a falta de interesse podem despertar certa identificação.
A classificação indicativa é de 14 anos. Esse filme pode ser trabalhado no contexto do projeto de vida, especialmente se a indisciplina e a falta de engajamento com os estudos estiverem presentes.
Este documentário da Netflix traz importantes reflexões sobre o uso das redes sociais, tema cada vez mais atual e relevante na formação dos jovens. A indicação etária é a partir de 12 anos.
O filme mostra os mecanismos presentes nas redes sociais – os famosos algoritmos –, chamando a atenção para o potencial de vício diante do uso prolongado dessas redes pelos jovens e por crianças. São apresentados também os efeitos colaterais desse comportamento, como aumento de doenças mentais.
O documentário reúne pessoas que já trabalharam em redes sociais – como Facebook, Instagram e Google –, que, por meio de relatos, explicam o funcionamento das redes sociais. Esses são ilustrados com cenas fictícias de uma família, em que dois filhos acabam se viciando no uso do celular. Tal combinação de relatos e ilustração pode ser bastante didática para os jovens compreenderem o risco de um uso desregrado e excessivo das redes.
O documentário mostra, por exemplo, o quanto o ato de receber uma curtida pode afetar a saúde mental – dado o desejo natural do ser humano de ser amado. E a dificuldade que algumas pessoas enfrentam de lidar com a realidade, de tão imersa no ambiente digital.
Este documentário pode ser usado para trabalhar a habilidade de cultura digital.
Este filme é uma animação da Disney, bastante agradável de assistir. Apesar de ter classificação livre, para ser trabalhado em sala de aula é recomendável a partir de 8 anos – idade em que as crianças já conseguem distinguir melhor o que é realidade e ficção. Pode ser útil também para trabalhar com adolescentes.
Neste caso, a principal competência da BNCC é o autoconhecimento. De forma bastante leve, o filme aborda as emoções e as memórias humanas.
Trata-se da história de uma criança de 11 anos, que, diante de uma mudança de cidade, passa a lidar com diferentes memórias e emoções, classificadas em: alegria, tristeza, raiva, nojinho e medo.
A narrativa é surpreendente – apesar de ser uma animação voltada para crianças, o filme acaba engajando também os adultos, porque foge do clichê. E a forma como a história se desenvolve é bastante educativa no sentido de aprender a dar nomes aos sentimentos e a procurar ajuda para manejar as emoções. Por isso, pode ser bastante útil para que seja levado à sala de aula.
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