O ano de 2020 não foi fácil. Mas como é comum na História, a pandemia do novo coronavírus, que chegou ao país em março, trouxe muitos desafios, como também acelerou diversas mudanças em todos os setores da sociedade. Um dos exemplos é o comércio eletrônico. Segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o setor cresceu, em alguns meses, o que estava previsto para crescer em cinco anos. Um salto que leva as empresas de tecnologia, os comerciantes e até os consumidores a se reinventarem em tempo recorde, adaptando-se a novas tecnologias e a uma nova mentalidade.
Com a Educação, não foi diferente. Em pouco tempo, as escolas e as universidades adotaram tecnologias para a realização das aulas on-line, passaram a fazer a gestão de documentos na nuvem e migraram a comunicação entre equipe e familiares para as redes sociais, acelerando uma transição que muitas ainda estavam resistentes a fazer. No entanto, a pandemia também escancarou as diferenças sociais e de realidades entre as escolas e provou que, sim, a tecnologia é importante, porém as relações interpessoais, o trabalho colaborativo e as competências socioemocionais são e serão ainda mais protagonistas na Educação.
Depois de um período de tantas transformações, muitas tendências de Educação para 2021 são resultado do cenário inesperado de 2020. Veja a seguir algumas delas.
Tendências de Educação para 2021
1. Transformação digital
Como não podia deixar de ser, uma das principais tendências de Educação para 2021 é que escolas, universidades e instituições de ensino façam, de vez, a transformação digital.
Segundo a pesquisa TIC Educação, o salto tecnológico na Educação é obrigatório. Em 2019, apenas 14% das escolas públicas tinham ambiente ou plataforma virtual de aprendizagem. Já em 2020, de acordo com levantamento do Instituto Unibanco e da Todos pela Educação, esse percentual avançou em 95% dos Estados brasileiros, impulsionado pelos esforços para contornar os obstáculos impostos pela pandemia.
Isso vai além da adoção de tecnologias de forma isolada, já que inclui a criação de um projeto integrado e sistêmico de contratação de soluções digitais para todos os âmbitos da atividade educacional: da atração de novos estudantes, passando pelos processos seletivos, pela criação e distribuição de conteúdo educativo, pela gestão escolar e pelo relacionamento com os jovens e os seus familiares.
2. Ensino Híbrido
Após um longo período de aulas exclusivamente remotas, muitas escolas se preparam para a retomada das atividades presenciais. Entretanto, se o ensino híbrido era considerado o futuro da Educação, agora ele é uma das principais orientações de Educação para 2021. O ano será, definitivamente, o ano de transição para modelos híbridos, que mesclam atividades on-line e off-line e combinam diversas plataformas, visando entregar o máximo de personalização, acessibilidade e mobilidade aos estudantes.
3. Personalização do ensino
Um dos trunfos de uma educação mais digital é a possibilidade de se criar atividades mais personalizadas, que variam de acordo com o interesse e se adaptam ao ritmo de aprendizagem de cada estudante.
Assim, após um ano de intensas experimentações com novas plataformas e tecnologias educativas, a personalização do ensino é uma das inclinações de Educação para 2021. Com a personalização, estudantes se tornam mais protagonistas de sua jornada de aprendizagem, sendo capazes de optar pelas metodologias e pelos suportes que mais lhes convêm. Além disso, as plataformas adaptativas oferecem feedbacks valiosos aos educadores sobre o desempenho individual de cada jovem, tornando-se ferramentas estratégicas para uma educação de mais qualidade.
4. Gamificação
Outro setor que deu um salto considerável em 2020, consagrando-se como uma das tendências de Educação para 2021, foi o de games e sua consequente inclusão nas atividades educativas. O gasto com jogos, segundo levantamento da Superdata, foi de U$ 10 bilhões, ou seja, o maior montante da História. Com isso, 46% dos apps – fora das aplicações corporativas – baixadas são games. E, claro, a Educação tem muito a ganhar com isso.
O crescimento pelo interesse em jogos não só impulsiona a criação de games educativos, mas motiva educadores a utilizar games queridinhos dos jovens – como o Minecraft – nas atividades das aulas.
5. Formação de professores
Assim como os estudantes foram expostos a novas metodologias e tecnologias em 2020, os professores foram muito desafiados em sua prática profissional. Dominar a Cultura Digital e suas linguagens passou a ser uma exigência para os educadores e também uma oportunidade de darem um passo inovador na profissão. Por isso, o investimento por parte das escolas na formação de professores deve ser um dos focos das instituições de ensino no ano que inicia.
Ademais, com a adoção dos novos currículos escolares, pautados pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), haverá naturalmente uma demanda por formação de professores para o Ensino Baseado em Competências (EBC) e para os novos formatos propostos na BNCC, como os Itinerários Formativos.
6.Avaliação Baseada em Competências
As competências propostas na BNCC, somadas aos desafios trazidos pela pandemia, fizeram com que o Sistema de Avaliação Educacional passasse a ser questionado e revisto. Assim, a Avaliação Baseada em Competências se torna uma das tendências de Educação para 2021, após um ano em que os estudantes foram testados em muitos outros sentidos, além da aprendizagem cognitiva.