
As competências socioemocionais na BNCC – Base Nacional Curricular Comum – estão presentes nas 10 competências gerais, segundo o MEC. Na prática, isso significa que os currículos escolares devem contemplar o desenvolvimento dessas habilidades.
E, afinal, o que são habilidades socioemocionais? Elas dizem respeito à capacidade de administrar as próprias emoções e de se relacionar consigo mesmo e com os outros. É um tema ainda recente, e, por isso, pode ainda ser desafiador para os professores e os educadores.
Para saber quais são essas competências e como trabalhá-las em sala de aula, leia até o final!
As habilidades socioemocionais se referem à capacidade de gerenciar as emoções, agindo de forma proporcional às exigências do meio e mantendo um bom relacionamento consigo e com os outros.
Isso envolve a forma de pensar, de agir, de relacionar, de lidar com as emoções positivas e negativas, de tomar decisões, de enfrentar o novo e o desconhecido e também de ser capaz de levar uma vida perseguindo o que se almeja.
Pense no seu dia a dia, quantas vezes a sua vida pessoal e profissional exigiu que você fosse capaz de:
Todas essas situações exigiram em alguma medida as habilidades socioemocionais. E, em algumas delas, pode ser que você tenha sido capaz de responder de forma adequada, e em outras, pode ser que tenham faltado recursos emocionais.
A boa notícia é que as competências socioemocionais podem ser aprendidas e desenvolvidas.
As competências socioemocionais estão presentes nas 10 competências gerais da BNCC. E elas foram fundamentadas com base na indicação do CASEL, organização internacional sem fins lucrativos que pesquisa e estuda o desenvolvimento socioemocional.
Portanto, no fundamento das competências socioemocionais da BNCC, temos as 5:
E existem muitos materiais disponíveis sobre o desenvolvimento dessas capacidades de forma alinhada à Base.
O primeiro ponto é que o educador precisa tomar consciência de quais são essas competências. Portanto, busque se aprofundar no tema e compreender o significado de cada habilidade.
E se você, professor, quer desenvolver as suas habilidades socioemocionais, fizemos um material para ajudar, acesse aqui.
O segundo é entender que essas habilidades podem ser desenvolvidas na rotina escolar, dentro das atividades que já estavam previstas, em várias disciplinas, mas também em momentos específicos. Algumas matérias, naturalmente, são terra fértíl para trabalhar as habilidades socioemocionais, como é o caso da Educação Empreendedora.
Contudo, é importante que o educador trabalhe de forma intencional, e não por acaso. Portanto, ao fazer o plano de aula ou o planejamento das atividades pedagógicas, o professor deve ser capaz de estipular metas claras para o desenvolvimento dessas habilidades.
Em algum momento, é útil trazer para a sala de aula o significado dessas competências, mostrando ao estudante que ele é capaz de internalizá-los e de desenvolver.
Nas situações de descontrole, ou que algum estudante tenha uma postura não adequada,cabe ao professor saber apontar o caminho e fornecer feedbacks construtivos.
Por fim, exige-se saber lidar com a diversidade dos estudantes – alguns naturalmente terão mais facilidade com uma ou outra habilidade.
Nós viemos de uma tradição de currículos muito conteudistas e mais focados no desenvolvimento das habilidades técnicas. Isto é, a capacidade de raciocinar, o domínio do idioma, a capacidade de se fazer cálculos, ler, escrever e muito mais.
O conhecimento técnico é, e continuará sendo, muito relevante na formação do indivíduo e na vida profissional. Todavia, é necessário uma adequação da educação no sentido de formar pessoas prontas para o mundo que as espera fora do ambiente escolar.
Mas, em um contexto de rápidas mudanças, como é o caso de um mundo BANI, é preciso ir além do técnico.
Mundo BANI é uma expressão criada pelo antropólogo e futurista estadunidense Jamais Cascio, que surgiu publicamente, pela primeira vez, em 2020. Trata-se de um anacrônico em inglês de: Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible, isto é, frágil, ansioso, não linear e imprevisível.
B – Brittle ou Frágil: um mundo em que as construções e as relações sociais não são tão sólidas, e que estamos sempre em situações de risco.
A – Anxious ou Ansioso: estamos cada vez mais acostumados com um ritmo acelerado – de atualização, de novidades, de resultados rápidos – e a ansiedade se tornou uma doença cada vez mais comum – já que estamos vivendo com pressa e com medo do que pode vir a ocorrer.
N – Nonlinear ou não linear: isso diz respeito à dificuldade de relacionar a causa e o efeito de uma forma linear, ou seja, as causas e os efeitos passam a ser desproporcionais e até mesmo desconectados.
I – Incomprehensible ou incompreensível: diante do volume de informações disponíveis, muitas vezes nos perdemos sobre o que é o fato ou a verdade, e fica mais difícil entender os fenômenos à nossa volta.
Portanto, educar uma pessoa para o presente e para o futuro é preparar esse estudante para um rol de habilidades que antigamente não se faziam tão necessárias.
É fundamental entender que o objetivo é conciliar essa formação socioemocional com a técnica. E que um dos ganhos do desenvolvimento de habilidades será também em aspectos cognitivos; afinal, esse estudante será capaz de aprender mais.
Para se aprofundar ainda mais neste tema, acesse o nosso e-book Guia Definitivo das Competências Socioemocionais.