The Good Project: o que há por trás do bom educador?

Blog The Good Project: o que há por trás do bom educador?

17/02/2022
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Preparar pessoas para refletirem sobre dilemas éticos que surgem na vida cotidiana e oferecer as ferramentas necessárias para que possam tomar decisões cuidadosas. Essa é linha que guia a atuação do The Good Project, parte integrante do grupo de pesquisas educacionais Project Zero que tem variados materiais publicados com a abordagem de temas importantes sobre o que é e como agem bons profissionais e cidadãos.

O projeto, criado nos Estados Unidos, já tem um “braço” no Brasil, focado na educação e com muitas possibilidades. Continue lendo e saiba mais!

The Good Project

O The Good Project promove excelência, engajamento e ética na educação, preparando estudantes para se tornarem bons profissionais e cidadãos. Outro propósito é que esses sejam pessoas que possam contribuir para o bem-estar geral da sociedade.

O trabalho do grupo é feito por meio de pesquisas sobre temas como trabalho, participação cívica, colaboração organizacional, vida familiar, conceitos de qualidade, educação superior e o uso de mídias digitais pelos jovens. Tais pesquisas são a base para os conceitos, os modelos e os recursos concebidos pelo projeto, visando a fomentar e auxiliar a reflexão sobre dilemas éticos, bem como implementar as ferramentas necessárias para a tomada de decisão no dia a dia.
Tudo isso tem como pano de fundo os 3 Es, valores entendidos como fundamentais em bons profissionais, cidadãos e trabalhos: Excelência, Ética e Engajamento.

Qual o significado de bom trabalho ou de fazer o bem?

Quais os valores por trás das decisões que tomamos em situações complicadas ou em relação às pessoas pelas quais nos sentimos responsáveis? Quais fatores apoiam ou impedem nossa maneira de fazer o bem? Entender os recursos usados pelas pessoas e, então, oferecer fundamentação teórica, propostas curriculares e recursos didático-pedagógicos é a forma como o The Good Project disponibiliza ferramentas a fim de preparar as pessoas para esse perfil.

The Good Project no Brasil

O The Good Project Brasil é uma iniciativa do Núcleo de Pesquisas em Novas Arquiteturas Pedagógicas da Universidade de São Paulo, USP, que conta com a colaboração da equipe do projeto americano, buscando desenvolver os princípios do programa também por aqui.
O Bom Educador é o foco do projeto no país, que atua com a meta de oferecer cursos, recursos pedagógicos e publicações, também com base em pesquisas de qualidade e abrangentes, que auxiliem educadores, profissionais e estudantes na construção de projetos de vida e de práticas pedagógicas que tenham como base a ética, a excelência e o engajamento.
O trabalho desenvolvido até aqui visa a entender o que realmente é Bom Educador no Brasil. E, com essa informação, é possível compreender o papel das novas inovações e arquiteturas pedagógicas na construção de uma educação de qualidade e identificar competências e habilidades para esse bom professor.
Outro “braço” do projeto é o desenvolvimento de projetos de vida dos bons educadores, que, claro, também devem ser baseados nos 3 Es. Assim, são estudados e propostos modelos educacionais e analisados os valores daqueles que buscam atuar na docência, dentre outras coisas.
Em 2021, teve início um projeto de desenvolvimento docente que engloba os cursos “Repensando o Currículo”, focado em quem atua com a Educação Básica (dos últimos anos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio). A formação propõe experiências e práticas emancipadoras e ativas, visando auxiliar as escolas e os docentes a repensar o seu papel, o currículo e as práticas educacionais.
A trilha é composta de quatro cursos: Repensando o currículo: As linguagens nas práticas educativas; Repensando o currículo: Ciências; Repensando o currículo: Humanidades; e Repensando o currículo: Projetos de Vida e Cidadania.
Para saber mais, clique aqui.

Quem é o criador do projeto, Howard Gardner?

O psicólogo cognitivo e educacional e também professor na universidade americana Harvard Howard Gardner criou o, atualmente chamado, The Good Project, em 1995, juntamente com os também psicólogos Mihaly Csikszentmihalyi e William Damon.
Gardner é um dos autores mais renomados e reconhecidos internacionalmente quando o assunto diz respeito a pesquisas e a publicações que dialogam com a educação. Em seus estudos, ele se propôs a entender se as aptidões intelectuais humanas eram suficientes para avaliar uma pessoa. Ou seja, ele partia do pressuposto de que avaliar o QI não era suficiente para medir competências e habilidades reais.
A partir daí, ele desenvolveu a Teoria das Inteligências Múltiplas, que dita que cada pessoa possui variadas competências mentais e que essas são relativas, não absolutas. Ou seja, dentro desse contexto, Gardner desenvolveu a ideia de que cada um de nós tem um número de faculdades mentais relativas. Em outras palavras, todos somos diferentes.
Isso significa que alguém pode ter mais facilidade para usar números do que palavras, e que, por isso, é necessário adaptar a maneira como as pessoas aprendem, além de valorizar pessoas diversas que, claro, também possuem habilidades diversas.

Teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner

São nove as inteligências que as pessoas podem ter, segundo a teoria de Howard Gardner. E, claro, a teoria não tem fim em si mesma, já que até ela mudou com o tempo, com o acréscimo das duas últimas da lista abaixo. Conheça:
Inteligência Lógico-Matemática: capacidade de fazer operações numéricas e dedutivas.
Inteligência Linguística: relacionada à habilidade de aprender idiomas variados e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos, como é feito na comunicação interpessoal, por exemplo.
Inteligência Espacial: habilidade de compreender, reconhecer e manipular situações em que a visão é importante.
Inteligência Físico-Cinestésica: capacidade de utilizar o corpo, ou seja, os movimentos corporais para resolução de problemas ou criação de algo. Pode ser compreendida como uma “inteligência corporal”.
Inteligência Interpessoal: a maneira como as intenções e os desejos das pessoas são compreendidos. Está diretamente ligada a como o indivíduo se relaciona com outras pessoas e em grupo.
Inteligência Intrapessoal: diferentemente da anterior, está relacionada ao desenvolvimento de um autoconhecimento, de maneira que esse entendimento de si mesmo possa ser usado para tomar atitudes que visam a alcançar certos objetivos.
Inteligência Musical: é o que muitos chamam de “talento musical”, ou seja, a aptidão para apreciar, compor ou tocar padrões musicais.
Inteligência Natural: relacionada à capacidade de reconhecer e classificar espécies da natureza.
Inteligência Existencial: a habilidade de desenvolver reflexões sobre temas da vida, aquelas questões fundamentais da existência humana.

Repensando as metodologias de ensino

“Fazer as coisas de uma maneira nova é fácil; nós chamamos isso de ‘novidade’. O que é desafiador é fazer as coisas de uma maneira nova que acaba sendo aceita pelos outros; nós chamamos isso de ‘criatividade’. O que é ainda mais desafiador, no entanto, é fazer algo de uma maneira nova que seja ética e faça avançar a condição humana; nós chamamos isso de ‘Bom trabalho’”.

Howard Gardner

Com base na Teoria das Inteligências Múltiplas, o mundo da educação passou a repensar as metodologias de ensino aplicadas nas salas de aula, fazendo com que instituições começassem a estimular todas as inteligências de seus alunos.
Na prática, a tão valorizada habilidade matemática continuou extremamente valorizada, mas competências socioemocionais e aspectos cognitivos variados passaram a ser desenvolvidos em projetos pedagógicos integrais.
Tal mudança dialoga com a busca pela personalização de ensino e pelo protagonismo dos estudantes, como a própria Educação Empreendedora prega, já que cada estudante é único na forma de aprender e na forma com que atuará no mundo.
Estimular o ensino-aprendizado de estudantes capazes de resolver problemas reais e preparados para os desafios do mundo do trabalho e da sociedade em geral é essencial. Quer saber como aplicar os diferentes tipos de educação em sua escola? Clique aqui e saiba mais.
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