
O trabalho com a Educação Empreendedora do Instituto Barros de Ensino – IBENS – se dá desde o início de suas atividades, em 2009, como disciplina transversal no 8º ano do Ensino Fundamental.
Em 2014 o IBENS firmou parceria com o Sebrae/PI, por meio de metodologias desenvolvidas pelo Sebrae, os programas de educação empreendedora JEPP (Jovens Empreendedores Primeiros Passos), no Ensino Fundamental, e DESPERTAR, no Ensino Médio. Os alunos, após estudos sobre as características do comportamento empreendedor e temas direcionados, desenvolveram um projeto de montagem de uma empresa sob a orientação do professor e com acompanhamento do Sebrae. Dessa forma, puderam apresentá-la na Feira do Empreendedor IBENS, envolvendo, além da comunidade IBENS, toda a sociedade da cidade de Oeiras.
Entendendo a importância da Educação Empreendedora neste século XXI, com foco no protagonismo juvenil e no projeto de vida, o IBENS propõe levar alunos e professores a transpor os muros da escola e a aplicar a resiliência, vencendo as dificuldades diárias, desenvolvendo competências e habilidades múltiplas, como sugerem os quatro pilares da Educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver com os outros, aprender a ser.
E é via metodologia de projetos que embasamos nossa proposta para atingir a maturidade pretendida, despertando no educando o sentimento de pertencimento do espaço em que está inserido, a independência nas escolhas pessoais, conhecimento sobre sustentabilidade e preservação ambiental, a autogestão, a resiliência emocional, o engajamento, a abertura ao novo, enfim, despertando no educando a autoestima. Isso porque entendemos que o desenvolvimento do comportamento empreendedor amplia a capacidade de fazer escolhas acertadas e ter bom crescimento pessoal, provocando realização pessoal e inúmeros benefícios à sociedade.
Assim, envolvendo e despertando na criança o hábito da leitura, como modo de encontrar ideias e modelos inspiradores nas brincadeiras e respeito ao outro, ampliamos as habilidades comunicativas e persuasivas da linguagem, como também o conhecimento da moeda nacional, o hábito de organização pessoal, o cuidado e a preservação com o meio ambiente.
Durante dois meses, desenvolvemos o projeto de Educação Empreendedora, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Nesse tempo, os alunos e o professor orientador, este último preparado pelo Sebrae, aprendem de Empreendedorismo, conhecem boas práticas e exemplos e ousam na montagem de uma empresa, cujo resultado final é a apresentação para toda comunidade.
Os frutos têm sido bastante animadores; todavia, a empresa que tem “caído no gosto da juventude” é a de Empreendedorismo Social. A cada ano, as turmas nos surpreendem com uma prática transformadora. Já revitalizaram praças, montaram biblioteca na Fazenda da Esperança – comunidade terapêutica para dependentes químicos – e bibliobrinquedoteca em comunidade de alta vulnerabilidade.
Ano passado, 2020, em meio à pandemia, vivemos o momento de maior resiliência ao aplicar o programa em formato virtual.
Cada aluno, em casa, com a família, montou seu negócio e obteve resultados. Ainda hoje, alguns continuam com a empresa criada. Nesse desafio surgiu diversos aprendizados e aplicação de estratégias de marketing.
O aprendizado com essas propostas de aplicação de metodologias de educação empreendedora pode ser comprovado na mostra de depoimento dos alunos, como este, por exemplo:
“Nossa empresa optou pelo Empreendedorismo Social – Amigos da Buchada. Desenvolvemos um projeto um tanto quanto diferente dos outros, já que, neste ano, a meta foi ajudar a mãe de uma aluna IBENS. Tivemos como proposta a criação de um perfil no Instagram para divulgar e disseminar o trabalho da dona Otacília, uma cozinheira de mão cheia que faz buchadas para vender, mas que, em razão da pandemia, teve sua fonte de renda comprometida.”( De quem é o relato acima?)
Como consequência da divulgação do perfil, a Otacília teve suas vendas impulsionadas e maior reconhecimento do trabalho. Como dizia o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, “não são as crises que mudam o mundo, mas sim nossa reação a elas!”.
Um outro exemplo é do estudante João Armando, do 2º ano do Ensino Médio :”Tive uma excelente experiência com o projeto, pois, além de desenvolver minhas habilidades como empreendedor, eu passei a enxergar as dificuldades não como um problema, mas sim como uma possibilidade de melhoria. Penso também que nestes tempos, a adaptação é vital em qualquer situação. Nossa empresa se insere no Empreendedorismo Social, tratando do bem-estar social sem objetivar lucros.”
Nesse contexto, podemos reiterar que a Educação Empreendedora promove motivação na construção de ideias inovadoras, formando cidadãos mais críticos, autônomos, humanitários, resilientes e autogestores, nestes tempos tão desafiadores que a humanidade vive.
Maria do Socorro – diretora e sócia do Instituto Barros de Ensino (IBENS), no município de Oeiras no Piauí.