
Atenção para identificar as necessidades dos professores, sensibilidade para entender o que precisam para garantir um bom trabalho e gestão efetiva para executar as suas necessidades formativas estão entre as atividades de uma boa coordenação pedagógica. Como fazer isso – em especial em um cenário que ainda traz inúmeros reflexos da pandemia – é o que vamos discutir no post de hoje. Confira!
No roda de conversa “Gestão escolar: como mapear as necessidades dos professores e planejar as formações na escola“, publicada e organizada pela Nova Escola, são levantadas reflexões pertinentes sobre o tema. O bate-papo foi mediado pelo jornalista Bruno Mazzoco e contou com a participação de Elaine Cásper, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Luís dos Santos Metalúrgico, em São Bernardo do Campo (SP), e de Paulo Cunha, especialista em Novo Ensino Médio.
Elaine contou que, na escola em que atua, uma das ferramentas utilizadas pela coordenação pedagógica para avaliar a necessidade dos professores é a avaliação 360o – em que há um feedback “completo”: os professores são avaliados pelos próprios pares, pelos estudantes e pelos gestores. Com base nesses resultados, a coordenação pedagógica tem dados suficientes para planejar uma formação específica. Para Paulo Cunha, esse tipo de avaliação é fundamental e deve ser contínuo. Se for pontual, sua efetividade é comprometida. “Não se trata de avaliar momentos específicos, mas sim um processo contínuo de aprimoramento desse professor em serviço […] Não se trata de uma ação individualizada no professor. […] Essa formação tem que fazer sentido naquela escola em função dos alunos que se quer formar”, pontua.
Outro recurso bem utilizado pela coordenação pedagógica da E. E. Luís dos Santos Metalúrgico foi a escuta ativa. A coordenadora contou que, no fim de 2021, reuniu todos os gestores escolares, coordenadores e supervisores a fim de que apontassem a possível fragilidade de toda a comunidade escolar, incluindo os professores. Isso tornou viável a construção de indicadores que permitissem um monitoramento efetivo.
Ainda sobre a relevância desse diálogo, o Diário Escola publicou um texto com dicas para realizar reuniões pedagógicas eficientes. Além de reforçar sobre o objetivo desses encontros durante o ano letivo – propiciar que o corpo docente e a coordenação pedagógica possam discutir e acompanhar o andamento dos processos de ensino-aprendizagem – e enaltecer a importância do espaço para ouvir as demandas dos professores, o artigo traz dicas valiosas a fim de que essas reuniões tenham resultados satisfatórios. Confira:
O coordenador pedagógico deve organizar uma pauta considerando o tempo do encontro e, assim, distribuir as atividades de acordo com ele.
Fonte: https://diarioescola.com.br/reunioes-pedagogicas/
No bate-papo da Nova Escola, o mediador fala sobre como a formação dos professores está diretamente atrelada ao diagnóstico da equipe e pergunta a Paulo Cunho como colocá-lo em prática. A resposta dele reforça a influência da participação ativa da coordenação pedagógica no contexto. “Do ponto de vista da formação dos professores, a gente precisa entender o diagnóstico sob diferentes perspectivas. Uma delas, por exemplo, é a compreensão e um alinhamento de perspectivas”, sinaliza. O especialista sugere entender o que o conjunto de educadores pensa sobre o processo educativo – do ponto de vista da área do conhecimento, das metodologias, do processo formativo. “Uma primeira questão importante nesse diagnóstico é possibilitar um certo alinhamento”, afirma.
Cunha complementa sobre a importância de considerar diferentes momentos de cada docente. “Em qualquer situação, você tem professores que estão no final da carreira, professores que estão no meio, professores que estão iniciando. São pessoas que tiveram momentos de formação diferentes, com trajetórias diferentes e com momentos históricos diferentes”. Ele se dá como exemplo, contando que se formou como professor na década de 1980, e que é completamente distinto – do ponto de vista social e histórico – do que se formar agora.
E é na busca pelo ponto de contato entre esses professores de momentos diversos que a coordenação pedagógica entra como um coadjuvante imprescindível. “Parece que a mediação da formação é uma boa ferramenta para que a gente estabeleça um diálogo entre professores que tiveram e têm vivências diferentes. Esse é o primeiro ponto do diagnóstico”, ressalta.
Consideradas todas essas situações, não é difícil perceber a ação-chave para planejar a necessidade formativa dos professores, certo? O grande segredo é ouvir cada um deles, de forma atenta e sensível, para compreender até mesmo o que não é dito verbalmente. Além disso, abrir espaço para que os atores escolares diretamente envolvidos com o corpo docente expressem a sua visão é parte do processo, uma vez que são os principais “termômetros” do cenário.
Vale lembrar que, em especial no momento em que vivemos, em que experimentamos diversas consequências da pandemia da covid-19, a preocupação e a valorização da saúde mental devem ser uma das prioridades de qualquer coordenação pedagógica.
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