
Com o Novo Ensino Médio, muitas novidades passaram a fazer parte da rotina de estudantes e professores. Entre elas, estão as disciplinas eletivas, que nada mais são do que elementos que compõem os itinerários formativos. Ou seja, além de escolher um itinerário formativo, o estudante tem opções dentro dele, o que permite uma personalização ainda maior da sua trajetória.
Neste post, vamos explicar melhor o que são as disciplinas eletivas, como elas funcionam e como apoiar os estudantes na decisão. Acompanhe!
Já falamos sobre o assunto em alguns posts do portal, mas, para irmos adiante no tema das disciplinas eletivas, vale dar alguns passos atrás e retomar pontos importantes.
Conforme as diretrizes do novo modelo, 60% do currículo do Ensino Médio (nos três anos de formação) deve ser determinado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os outros 40% são flexíveis – com foco na formação técnica e/ou profissional – e podem ser definidos pelo próprio estudante.
Relembre as áreas de conhecimento que podem ser escolhidas pelos educandos:
Entre essas, somente as disciplinas de português, inglês e matemática são obrigatórias em todos os anos.
Como pontuamos, são itens que podem compor os itinerários formativos. Elas não são obrigatórias, e a sua oferta pode variar de acordo com a decisão da instituição escolar. Pode até haver a oferta de disciplinas eletivas para determinados itinerários e, para outros, não.
De qualquer forma, conforme os processos da escola, é possível que os estudantes decidam mesmo até por aquelas que não pertencem à área escolhida de seu itinerário formativo. O benefício disso é que, nesse cenário, é viável expandir a sua experiência e, assim, seguir mais alinhado ao seu projeto de vida.
Importante saber! Já falamos no primeiro parágrafo, mas vale repetir: itinerários formativos e disciplinas eletivas não são a mesma coisa. São itens que se complementam, mas um não substitui o outro.
Em um vídeo publicado no YouTube, a diretora pedagógica da Plataforma Eleva, Carol Pavanelli, conceitua bem o tema. “Em um esquema muito parecido com o Ensino Superior, o aluno vai poder escolher disciplinas que não fazem parte da área do conhecimento dele, ou mesmo do itinerário formativo que escolheu, mas que o interessa de alguma forma”, ressalta.
Quanto à carga horária, a junção de todos os itens que compõem o itinerário formativo devem corresponder a, no mínimo, 1.200 horas. Não há limite máximo, porém a maior parte dessas horas deve estar concentrada na área específica.
Em um vídeo publicado no canal da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com orientações práticas para a elaboração de itinerários formativos, há a sugestão de que as 1.200 horas sejam divididas da seguinte forma:
200 horas – Parte comum a todos os itinerários formativos
200 horas – Disciplinas eletivas
800 horas – Parte específica da área do itinerário formativo
Para ter uma ideia de quais podem ser as disciplinas eletivas, compilamos abaixo algumas sugestões publicadas no site do ClipEscola:
Não há regras específicas para o assunto abordado em cada uma das disciplinas; no entanto, vale uma pesquisa prévia dos gestores escolares com os estudantes, a fim de entender quais temas podem ser mais interessantes.
Outro exemplo prático é a forma como a Plataforma Eleva dividiu as disciplinas eletivas nas suas instituições. Carol Pavanelli explica que elas foram separadas em dois grupos, totalizando oito disciplinas, da seguinte forma:
São recortes de componentes curriculares existentes em algum itinerário formativo. O estudante que faz parte de outro itinerário pode se interessar e querer se aprofundar naquele assunto. Entre as opções, estão:
São aquelas que, como o nome sugere, ampliam o conhecimento para além da área acadêmica. Entre as opções, estão:
Pensando em um cenário sistêmico, antes mesmo de chegar na escolha das eletivas, é fundamental que os gestores escolares e os educadores – a escola, de forma geral – promova iniciativas que garantam a autonomia do estudante para que sigam com uma escolha segura, consciente e responsável, alinhada com o seu projeto de vida e com o futuro profissional que almeja.
Existem algumas práticas para esse processo. Entre elas, a de oferecer educadores para, propriamente, orientarem a escolha do educando. Nesse caso, os orientadores trabalham como um mentor, dando suporte para que os estudantes façam a “escolha certa”. Tal mentoria vai apoiar o jovem na identificação de seu talento, interesse e competência e, com base nesse conjunto, falar sobre as áreas do conhecimento que mais combinam com o seu perfil. Também é importante que o orientador explique como atua cada itinerário formativo.
Outra opção é dedicar espaços e períodos específicos visando conversar sobre as disciplinas eletivas. O máximo de informações é o que tornará possível a fundamentação dos estudantes para avaliarem as opções disponíveis e, então, selecioná-las de acordo com o seu projeto de vida. Palestras, seminários e feiras de exposição são boas dicas nesse sentido, além de horários reservados para professores e estudantes conversarem especificamente para o tema.
Você gostou desse conteúdo sobre disciplinas eletivas e quer complementar o seu conhecimento com mais informações sobre o tema? Leia o Observatório que fizemos sobre a BNCC, que aborda o itinerário formativo de empreendedorismo na prática.