Educação bilíngue e a Educação Empreendedora

Blog Educação bilíngue e a Educação Empreendedora

30/06/2022
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A educação bilíngue é uma tendência no Brasil, principalmente no que se refere à língua inglesa. Os profissionais fluentes em inglês recebem salários até 60% maiores, o que tem levado a um aumento da demanda por matrículas em escolas que possibilitam o bilinguismo.

Segundo a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), a língua inglesa é considerada uma língua franca. Por isso, com a nova base, o inglês ganhou ainda mais destaque. Há mais falantes não nativos desse idioma do que os nativos no mundo.

Neste texto vamos esclarecer alguns conceitos de educação bilíngue, no contexto da BNCC, e entender como a Educação Empreendedora e o ensino de idiomas podem se conectar. Leia até o final.

O que é educação bilíngue

Antes de mais nada, é importante esclarecer que existem três tipos de nomenclatura quando se fala em uma educação bilíngue – formação, escola bilíngue e escola internacional.

As escolas internacionais surgiram no contexto de atender os expatriados. Elas vieram para o Brasil com o intuito de formar descendentes de migrantes. Dessa forma, o currículo é organizado de modo a cumprir os requisitos do Ministério da Educação (MEC) e de institutos internacionais, incluindo também uma formação cultural.

Isso implica uma grade curricular mais extensa em carga horária e em disciplinas e, consequentemente,  custos. Afinal, os professores precisam ter uma formação específica na matéria que lecionam e algum certificado internacional de proficiência linguística. Ao terminar o ano escolar, o diploma de Ensino Médio será válido no Brasil e em outros países.

Os termos, no entanto, que podem gerar mais confusão são formação bilíngue e educação bilíngue.

Por força de lei, a formação bilíngue é quando temos uma carga horária ampliada de ensino da segunda língua, em média, a partir de 3 horas de aula semanais, mas depende do segmento.

Já a educação bilíngue pressupõe não apenas uma ampliação de carga horária, mas também aulas de disciplinas da grade curricular – como matemática e geografia – na segunda língua.

Isso também acarreta critérios diferentes – há uma necessidade de contratar professores com formação na disciplina e fluentes na segunda língua. Além disso, é exigido dos professores especialistas em alguma disciplina um certificado de proficiência nível B2, conforme o Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR).

Em todos os casos, há maior contextualização do ensino da língua estrangeira. Pois, mesmo quando temos somente a ampliação da carga horária, nas metodologias mais modernas de ensino de uma segunda língua, são utilizados métodos em que a língua estrangeira se torna um meio de aprender algum conteúdo, e não apenas uma finalidade.

Benefícios da educação bilíngue

Quando estamos falando sobre educação de nativos digitais, isto é, de estudantes que já nasceram imersos em um mundo tecnológico, a educação bilíngue em inglês ou em alguma outra língua relevante abre ainda mais janelas. Afinal, parte significativa dos conteúdos disponíveis na internet e até mesmo dos populares jogos eletrônicos estão ainda em inglês.

Nesse aspecto, dominar a língua inglesa possibilita um acesso a elementos culturais com um nível de compreensão maior. Sob um olhar mais profissional, o conhecimento de idiomas também amplia as possibilidades profissionais.

Pode-se, por exemplo, conseguir melhores oportunidades de emprego no Brasil e no exterior, principalmente em tempos de trabalho remoto.

Pensando em benefícios de uma educação bilíngue, listamos alguns itens:

1 – Fluência na língua desde a infância

A primeira vantagem de ter acesso a uma educação bilíngue é o conhecimento do idioma desde cedo. Assim, ao longo dos anos, o estudante terá mais tempo para se aperfeiçoar, alcançando no início da vida adulta um nível de domínio do idioma mais avançado ou mesmo fluente.

Quanto mais tempo de contato com a língua, melhor a capacidade de pronunciarmos as palavras como um nativo, por exemplo.

2 – Curva de aprendizagem é mais rápida

Quanto mais jovem, maior a facilidade em aprender algo novo. Isso se relaciona com características de adaptabilidade e sobrevivência do ser humano. Por isso, aprender um idioma na infância é mais célere do que na vida adulta.

3 – Aprender uma língua é uma habilidade

Todas as habilidades que assimilamos ao longo da vida, seja uma modalidade esportiva, seja um instrumento musical, seja alguma atividade manual, podem ser consideradas ganhos cognitivos. Com o aprendizado de um idioma, não é diferente. São novas áreas do cérebro que são estimuladas à medida que temos contato com o novo.

4 – Aprendizado cultural

Ao estudarmos um idioma, é comum aprendermos também elementos culturais de cada povo. Usualmente são estudados pontos culturais, costumes, alimentação, dentre outros fatores.

Além do estudo em sala de aula, isso permite que o estudante possa ter mais experiência cultural, por exemplo, ao ter contato com livros, filmes e jogos em outras línguas.

Por outra via, conhecer culturas diferentes contribui para a formação de pessoas mais tolerantes e com um repertório mais rico.

Educação bilíngue e BNCC

A BNCC inovou ao tornar o ensino de inglês obrigatório a partir do 6° ano do Ensino Fundamental Anos Finais. O inglês foi escolhido pela BNCC pelo seu papel na comunicação global.

Entende-se o papel do inglês na formação de uma cidadania global ativa, isto é, o idioma permite uma participação social global. São ampliadas as possibilidades culturais, de comunicação, de trabalho, de lazer e de mobilidade.

A proposta da BNCC é que o ensino da língua inglesa seja de maneira muito similar ao ensino da língua portuguesa. De forma que foram previstas as mesmas habilidades e competências da língua portuguesa para a inglesa, adicionando alguns pontos específicos.

Destacam-se as habilidades culturais dentro da língua inglesa, como contato com diferentes manifestações artístico-culturais. E a aprendizagem mais natural do idioma nas cinco dimensões – leitura, escrita, oralidade, conhecimentos linguísticos e dimensão cultural.

Educação Empreendedora e língua estrangeira

Hoje, o ensino da língua pauta-se em metodologias mais modernas, como a Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Linguagem (ou do inglês Content and Language Integrated Learning – CLIL). Isso faz com que a língua deixe de ser o foco e passe a ser o meio de aprendizagem.

Na prática, quando falamos nessa educação bilíngue, constatamos que são utilizados conteúdos diversos para contextualizar o ensino do idioma. Já é sabido que práticas como decorar conjugações de verbos em outros idiomas ou mesmo determinadas frases não é a melhor forma de ensinar uma língua a crianças e a adolescentes.

Isso faz com que o processo de aprendizagem seja mais natural, mais próximo à forma como aprendemos a nossa língua materna.

Nesse sentido, explorar conteúdos que estimulem a criatividade, o raciocínio lógico, a capacidade de resolução de problemas e as habilidades socioemocionais em inglês é cada vez mais comum. Habilidades, por sua vez, que estão intimamente relacionadas com a Educação Empreendedora.

Portanto, uma saída estratégica para as escolas implementarem ainda mais a Educação Empreendedora é aproveitar as aulas de idiomas. Principalmente quando estiverem sendo trabalhadas as habilidades previstas pela BNCC sobre cultura.

Para que as aulas de um segundo idioma se conectem com a realidade, é necessário se conectar com um leque cada vez maior de conteúdos, como é o caso da Educação Empreendedora.

Para saber mais sobre implementação de Educação Empreendedora e a BNCC, leia este post.

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