Educação Empreendedora: entenda o que é e como aplicá-la

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10/08/2023
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O que é a Educação Empreendedora e como colocá-la em prática? Respondemos a essas e a outras perguntas neste post.Educação Empreendedora: entenda o que é e como aplicá-la

A definição de Paulo Freire, educador e filósofo brasileiro, converge com todas as premissas da Educação Empreendedora, uma vez que ela forma jovens preparados para construírem e protagonizarem o seu desenvolvimento. 

Veja o que você vai aprender:

O que é a Educação Empreendedora 

Quando falamos em Educação Empreendedora, é comum que as pessoas associem rapidamente o termo única e exclusivamente à abertura de negócios ou à administração de empresas. A verdade é que ela vai além disso e é, essencialmente, diferente do ensino do empreendedorismo, que se refere ao ensino especificamente voltado para a criação, implementação e gestão de um negócio próprio, podendo ser empresarial, social ou ambiental.

A Educação Empreendedora pode ser entendida como um conjunto de competências técnicas e comportamentais que formam pessoas prontas para gerarem valor para si e para o mundo. Ela pode ser pensada como uma ferramenta poderosa e valiosa que guia os educadores no despertar de uma nova mentalidade nos estudantes – que se desenvolvem como cidadãos mais críticos, autônomos e transformadores.

Palavra de especialista

Em uma entrevista, Jacinto Jardim, diretor do Gabinete de Educação para o Empreendedorismo e Cidadania Global (GabEECG) e investigador da Universidade Aberta, de Portugal, traz definições cruciais para entendermos a função e os resultados da implementação da Educação Empreendedora. Confira alguns trechos. 

Sobre os conceitos de cidadania e Educação Empreendedora

“A Educação Empreendedora tem a ver com todas as estratégias utilizadas para que os estudantes desenvolvam um conjunto de competências, a fim de que consigam ter espírito de iniciativa e sejam capazes de criar produtos, serviços ou organizações originais. O empreendedorismo tem este grande objetivo: desenvolver competências para ajudar a superar desafios. No contexto inovador e disruptivo em que vivemos, em nível internacional, em que tudo é novo, o que precisamos é desenvolver, sistematicamente, uma atitude, um mindset, com base nos quais os estudantes vão desenvolver um modo de ser, de conviver e de aprender a fazer.

Quando falamos de cidadania, estamos nos referindo àqueles vínculos que fazem com que uma pessoa se sinta parte de uma comunidade humana. Dentro dessa comunidade, toda pessoa tem deveres e tem direito à voz, a expressar as suas necessidades e opiniões; tem espaço para dizer aquilo que pensa, aquilo que mais necessita. A cidadania é isto: é sentir que pertencemos a uma comunidade e temos, por um lado, responsabilidade com ela, ao mesmo tempo em que temos deveres com os laços humanos que criamos. Precisamos nos responsabilizar para fazer com que as próprias comunidades sejam cada vez mais humanas.

Quando discorremos sobre os dois conceitos, citamos o exemplo do Brasil. Falarmos sobre empreendedorismo e sobre igualdade de vida no país passa por falarmos também sobre a supressão da miséria, que existe em todos os cantos do mundo. Precisamos cuidar deste aspecto: um empreendedorismo que seja cada vez mais humano. Aquele que ajuda efetivamente a ser feliz, a realizar sonhos humanos. Neste nosso mundo ocidental, temos de propiciar uma Educação Empreendedora assim, que ajude o indivíduo a viver plenamente.”

Sobre o perfil empreendedor na prática pedagógica

“O perfil pedagógico de quem trabalha essas temáticas da educação para o empreendedorismo passa, em primeiro lugar, por a pessoa ter um conjunto de competências e atitudes que transmitem por meio do exemplo e do modo de ser e fazer. Do ponto de vista prático, parte do princípio de que ninguém pode dar aquilo que não tem. E se, por exemplo, os nossos professores, educadores, famílias e sociedade não têm esse espírito empreendedor, essa capacidade de ‘pensar fora da caixa’ e de realizar projetos… Se não tivermos pessoas que contribuem, em um determinado modelo, para ativar tudo isso, não teremos propriamente o empreendedorismo na sociedade.

O ponto de partida é ter um conjunto de competências, atitudes e comportamentos a serem transmitidos para todos, adequando as novas gerações. Aí podemos formar o futuro.

Em segundo lugar, temos o ‘learning by doing’, o ‘aprender fazendo’. É a prática, a experiência, o colocar a ‘mão na massa’; é fazer um projeto e transformá-lo na realização de algo maior.

Depois, em terceiro lugar, dentro do perfil empreendedor do pedagogo, precisamos contar com a lógica da colaboração, da equipe. É o chamado ‘empreendedorismo colaborativo’. Empreende quem trabalha em rede, quem trabalha em equipe, quem trabalha com os outros. Isso pode acontecer na medida em que conseguimos identificar talentos diferenciados. Essa é a chave para o empreendedorismo colaborativo. As pessoas têm talentos diferentes: são bons comunicadores, bons escritores, bons pintores, bons músicos; existem pessoas que têm talentos para questões humanas; há outras, por sua vez, que são mais introvertidas, então são os melhores pensadores, bons investigadores. A questão é, além de identificar bem o talento de cada um, devemos diferenciá-los para uni-los e permitir a complementação entre um perfil e outro – aquele que tem mais facilidade de falar verbalmente se complementa com aquele que gosta mais de escrever, por exemplo.

O interessante disso tudo é que existem talentos extraordinários, mas há uma grande dificuldade em identificá-los, porque a nossa tendência é a de imitar. O segredo é identificar os talentos e depois juntá-los, criando redes que farão um trabalho em equipe. Isso é fácil de dizer, mas não é tão simples de aplicar na prática. Quando acontece, fazemos coisas extraordinárias.

No perfil do educador, precisamos colocar a pessoa em contato, em rede com todas as instituições, com as empresas. Enfim, o perfil do educador no ensino do empreendedorismo passa por estabelecer relações, criar laços, criar redes. Em um mundo global e digital como o nosso, precisamos de pessoas que façam essas conexões.”

>> Leia a entrevista completa aqui

O que são competências empreendedoras

O conceito de competências abrange atributos que tornam as pessoas capazes de mobilizar conhecimentos, habilidades e atitudes para colocar em prática determinada coisa. 

E aqui, antes de irmos à definição, vale um momento de reflexão sobre o que diz Edgar Morin, sociólogo, historiador e filósofo francês, acerca da definição de conhecimento: 

“A educação deve mostrar que não há conhecimento que não esteja, em algum grau, ameaçado pelo erro e pela ilusão. A teoria da informação mostra que existe o risco do erro sob o efeito de perturbações aleatórias ou de ruídos em qualquer transmissão de informação, ou em qualquer comunicação de mensagem.

O conhecimento não é um espelho das coisas ou do mundo externo. Todas as percepções são, ao mesmo tempo, traduções e reconstruções cerebrais com base em estímulos ou sinais captados e codificados pelos sentidos.”

Edgar Morin no livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro

Feita a reflexão, vamos ao conceito: as competências empreendedoras, por sua vez, dizem respeito às características que fazem parte de um perfil empreendedor. 

Essas competências podem ser vistas por duas importantes referências, o EntreComp e o Empretec. Confira a seguir. 

EntreComp

O EntreComp é um estudo da Comissão Europeia utilizado mundialmente como referência para a Educação Empreendedora. Nele, as competências empreendedoras são categorizadas em três grandes grupos (“Em ação”, “Recursos” e “Ideias e oportunidades”), totalizando 15 competências. 

Educação Empreendedora: entenda o que é e como aplicá-la

Empretec

O Empretec, por sua vez, vem de um estudo da década de 1980, feito pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Esse estudo virou base para um programa de Treinamento Comportamental de Empreendedorismo, nomeado Empretec; desde 1993, o Sebrae é a instituição responsável pelo programa no Brasil, em parceria com a com a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)

O foco do programa é o fortalecimento do comportamento empreendedor, trabalhando o conjunto de 10 competências, divididas em três grandes grupos: competências ligadas à motivação de realização; competências ligadas à capacidade de planejamento; e competências ligadas ao exercício de poder.

#1 Perceber e buscar oportunidades e tomar a iniciativa de aproveitá-las

#2 Analisar e entender ameaças, para planejar decisões

#3 Exigência e eficiência, entendendo todo o processo de venda

#4 Persistir diante de obstáculos

#5 Ter comprometimento, sendo fiel às suas metas e objetivos

#6 Buscar informação, que é essência para fazer escolhas

#7 Estabelecer metas, para dar os passos certos

#8 Planejar e monitorar para possíveis ajustes no negócio

#9 Ter persuasão e rede de contato

#10 Ser independente e confiar em si 

Essas competências têm o foco em conhecimentos, atitudes e habilidades importantes para o comportamento empreendedor, tanto no sentido estrito quanto no amplo.

Embora muitos outros quadros referenciais de competências empreendedoras tenham sido desenvolvidos no mundo, desde os anos 1980, o conjunto de competências do Empretec se difundiu amplamente e influenciou a criação de muitas soluções de treinamento ou educacionais, especialmente no Brasil.

Qual a importância da Educação Empreendedora e como se relaciona com a BNCC

Basta conhecermos o resultado da Educação Empreendedora nas pessoas para entendermos o reflexo que ela pode ter no mundo. 

As estratégias educacionais inspiradas na mentalidade empreendedora desenvolvem as competências empreendedoras que citamos no tópico anterior. Esses atributos apoiam a formação de jovens capazes de definir os seus objetivos de vida, com uma visão de mundo ampliada e uma postura participativa. 

Com base no seu desenvolvimento, os estudantes elaboram uma perspectiva diferenciada sobre a própria vida e conseguem atuar de maneira autônoma e responsável. Isso impacta diretamente o seu processo de aprendizagem e a construção do seu projeto de vida, uma vez que desenvolvem a capacidade de olhar para si e identificar potenciais e fraquezas. 

É importante ter em mente, contudo, que a Educação Empreendedora não deve ser pensada de maneira isolada – a sua evolução demanda práticas interdisciplinares, que passam por diferentes áreas do conhecimento. 

Esse trabalho de desenvolvimento das competências empreendedoras ganha ainda mais força se pensado dentro da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – e é fundamental que as duas coisas caminhem juntas. A BNCC visa ao desenvolvimento de competências essenciais – e a Educação Empreendedora se relaciona com as 10 competências gerais determinadas pelo documento. 

>> Clique aqui e acesse o Guia de Implementação da BNCC

A pedagoga Priscila Boy deu uma entrevista ao CER  sobre a BNCC e a Educação Empreendedora. A seguir, veja o que ela diz sobre a relação entre os dois pontos para a instituição e para os estudantes. 

“A BNCC é importante porque ela é a garantia do estudante dos direitos que ele pode exigir da escola, isto é, são os direitos que ele tem de aprender. 

Sobre a Educação Empreendedora, o diálogo da Base traz uma série de elementos que convergem para a necessidade de trabalhar essa visão empreendedora do estudante.

Os elementos da Educação Empreendedora, como autoconhecimento, planejamento e estratégias para chegar aos objetivos, estão descritos na BNCC como um objetivo de aprendizagem.

O estudante precisa saber quem ele é, precisa trabalhar todo o processo educativo em torno do seu projeto de vida, sendo considerado ‘empreendedorismo’, que é a capacidade de executar e elaborar coisas novas.

Você pode empreender tendo uma empresa ou você pode empreender em ações sociais, tendo uma ONG, um ministério em uma igreja; qualquer coisa que você vai fazer na vida é um empreendimento que exige etapa, foco e clareza sobre quem você é e sobre o seu projeto de vida.

Assim, a relação da Base com a Educação Empreendedora é muito ligada uma na outra, pois tudo que a BNCC propõe sobre seguir um percurso, sobre o aluno influenciar o mundo, está ligado à Educação Empreendedora.”

> Leia a entrevista completa aqui

https://materiais.cer.sebrae.com.br/lp-ebook-educacao-empreendedora-potencial-transformar-educacao

Já pensou em dar os primeiros passos com a Educação Empreendedora em sala de aula? 

💡 Conheça o JEPP

A BNCC orienta que as competências empreendedoras sejam ensinadas desde o Ensino Fundamental – assim, ao chegar no Ensino Médio, o assunto já será familiar. Focando nisso, o Sebrae promove o programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). Basicamente, a iniciativa leva conteúdo de empreendedorismo aos jovens e também atua na formação dos professores. 

Funciona assim: o JEPP oferece todo o material escolar que será utilizado durante a jornada, que é composta por nove módulos; essa jornada pode acontecer no período de um trimestre, um semestre ou mesmo ao longo do ano, sempre de acordo com a disponibilidade da escola. Cada ano tem sua duração total distribuída em encontros – em geral, de 10 a 15 encontros –, que variam de 2h a 2h30 cada um, totalizando 235 horas do 1º ao 9º ano. Os estudantes são instigados, com base em histórias, a desenvolverem o comportamento empreendedor e vivenciarem as etapas de um Plano de Negócios. 

>> Saiba mais sobre o JEPP aqui

Como instigar o espírito empreendedor dos jovens? 

💡 Conheça o Despertar

Quando o projeto de vida e os desafios profissionais estão mais próximos, como no caso dos jovens que saem do Ensino Fundamental e vão para o Ensino Médio, trabalhar o comportamento empreendedor se torna ainda mais importante. 

E é nesse cenário que aparece o Despertar, programa que apoia a preparação dos estudantes – para que vivenciem aspectos da cidadania como fator de responsabilidade social, contribuindo tanto para uma mudança socioeconômica quanto para o desenvolvimento de futuros profissionais. 

Na prática, a iniciativa oferece metodologia, material didático e treinamento para que os professores possam colocar em prática as atividades e dinâmicas durante todo o ano letivo; elas são divididas em três etapas: encontros em sala de aula, atividades em campo e Feira do Jovem Empreendedor. 

Mão na massa: planos de aula

Ter um plano de aula estruturado facilita qualquer processo de ensino-aprendizagem, bem como a administração do tempo do educador. Pensando nisso, o Sebrae criou e disponibiliza gratuitamente 260 planos de aula prontos para serem aplicados na aprendizagem do Ensino Fundamental. Os documentos indicam quais habilidades e competências empreendedoras são desenvolvidas em cada atividade, além de detalhar objetivos, abordagens, procedimentos indicados para cada um deles e a relação com a BNCC.

>> Conheça aqui os planos de aula

A Educação Empreendedora no contexto do Novo Ensino Médio

A proposta do Novo Ensino Médio, que passa pela flexibilização da grade curricular, traz o empreendedorismo como um dos quatro eixos estruturantes para a criação dos itinerários formativos.

Como afirma a BNCC, esses itinerários “devem garantir a apropriação de procedimentos cognitivos e o uso de metodologias que favoreçam o protagonismo juvenil, e organizar-se em torno de um ou mais dos eixos estruturantes”. No caso do eixo do empreendedorismo, conforme aponta o material do Nosso Ensino Médio, os objetivos são:  

  • aprofundar conhecimentos relacionados ao contexto, ao mundo do trabalho e à gestão de iniciativas empreendedoras, incluindo seus impactos nos seres humanos, na sociedade e no meio ambiente;
  • ampliar habilidades relacionadas ao autoconhecimento, empreendedorismo e projeto de vida; e
  • utilizar esses conhecimentos e habilidades para estruturar iniciativas empreendedoras com propósitos diversos, voltadas a viabilizar projetos pessoais, sociais ou produtivos com o uso de tecnologias variadas.

Metodologias ativas: a prática em sala de aula

Educação Empreendedora: entenda o que é e como aplicá-la

Uma das premissas da Educação Empreendedora é colocar o estudante como ator principal do seu processo de aprendizagem. Por isso, as estratégias pedagógicas aplicadas na Educação Empreendedora se inspiram em metodologias ativas que trazem uma série de ganhos no processo de ensino-aprendizagem. Veja alguns exemplos. 

Sala de aula invertida 

Nesse modelo, o estudante faz o primeiro contato com o conteúdo fora da sala de aula. Ele, sozinho, vai atrás de ferramentas que vão ajudá-lo a entender o que foi proposto pelos professores – ou seja, ele trilha o próprio caminho do saber. 

Depois de entender em quais fontes pesquisar e qual a melhor forma de planejar o aprendizado, o aluno leva o conteúdo aprendido e as dúvidas remanescentes para a sala de aula. O professor, por sua vez, assume um papel de mediador, avaliando e complementando as discussões e aprofundando os assuntos. 

Quer saber mais sobre como colocá-la em prática? 

CONHEÇA OS BENEFÍCIOS E SAIBA COMO COLOCAR A SALA DE AULA INVERTIDA EM PRÁTICA

Cultura maker

Nesse caso, a premissa é a ‘mão na massa’. Baseada no conceito do “faça você mesmo”, os estudantes criam ou consertam objetos com as próprias mãos – eles aprendem fazendo, literalmente. O professor passa a ter um papel de tutor, que instiga a busca pelo conhecimento e avalia os passos dados pelo estudante. 

Muitos caminhos podem ser explorados nessa metodologia – a criação de produtos ecológicos, de marcenaria e até prototipagem. 

Que tal entender como acontece no dia a dia?

SAIBA MAIS SOBRE A APLICAÇÃO DA CULTURA MAKER NA EDUCAÇÃO

Gamificação

É natural que os jovens tenham certa sintonia com os jogos. Isso aumenta a eficácia da metodologia e, naturalmente, o engajamento da turma. 

A gamificação consiste no uso de mecânicas e elementos comuns de jogos para servirem ao processo de ensino-aprendizagem. Sistema de pontuação e ranking, objetivos específicos a serem alcançados e recompensas ao completar as missões são alguns dos exemplos que podem ser utilizados em sala de aula. 

Assim como as outras metodologias ativas, a gamificação pode passar por diferentes áreas do conhecimento – é possível pensar, por exemplo, em um concurso de leitura, uma feira científica, um campeonato de geografia, um concurso de leitura, e por aí vai. 

Acesse o nosso infográfico sobre “Como planejar aulas gamificadas” 

Aprendizagem entre pares

Como o nome sugere, a proposta dessa estratégia é que os estudantes resolvam desafios ou criem projetos em duplas. A ideia é fazer com que a turma entenda o potencial do trabalho em equipe, desenvolvendo as habilidades interpessoais e a capacidade de comunicação. 

O professor, embora também funcione como um mediador, pode participar ativamente da metodologia, orientando os pares, apontando os melhores caminhos e levantando dúvidas que instigam a reflexão. 

Quer aprofundar mais nesse assunto? Acesso nosso post 

Quais as vantagens para as escolas e para os estudantes

Levar a Educação Empreendedora para as instituições resulta em uma série de ganhos – tanto para as escolas como para os estudantes. Confira algumas a seguir.

Para as escolas e para o ensino

  • Oferta de um ensino alinhado às tendências globais.
  • Capacidade de preparar os estudantes para o mercado de trabalho.
  • Manutenção de uma equipe pedagógica atualizada e motivada.
  • Alinhamento com as competências gerais da BNCC.
  • Maior possibilidade de cases de sucesso. 
  • Maior visibilidade para a instituição. 
  • Envolvimento e participação ativa da comunidade escolar.

Para o estudante

  • Maior capacidade de encontrar soluções para problemas complexos (resolução de problemas).
  • Autoconhecimento.
  • Desenvolvimento do raciocínio lógico.
  • Postura proativa.
  • Facilidade para planejar o seu projeto de vida.
  • Menos espaço para a frustração.
  • Mais autonomia e segurança para tomar decisões. 
  • Crescimento pessoal e profissional.
  • Facilidade para criar outros laços (e mantê-los). 
  • Amadurecimento de competências de forma geral (criatividade, liderança, proatividade, pensamento crítico, trabalho em equipe, boa comunicação). 

Como implementar a Educação Empreendedora

Decidir levar o ensino do empreendedorismo para a escola é o primeira e mais importante atitude. Vale ter em mente, claro, que é um processo contínuo e que pode ser melhorado diariamente. 

Educação Empreendedora: entenda o que é e como aplicá-la

A seguir, veja um passo a passo que pode nortear a implementação do ensino do empreendedorismo na sua escola.

#1 Diagnóstico

Apurar a capacidade da sua escola de receber atividades de ensino do empreendedorismo deve vir antes de qualquer outra coisa. A boa notícia é que existe uma ferramenta digital gratuita específica para isso: o Radar de Educação Empreendedora

Tal ferramenta funciona da seguinte forma: o usuário responde a um questionário baseado em cinco dimensões – Atores, Cultura, Estrutura, Recursos e Políticas Públicas. Com base nas respostas, o Radar prepara uma devolutiva, apontando o grau de implementação da Educação Empreendedora, e um plano de ação com iniciativas que podem ser realizadas para fomentar a cultura empreendedora no contexto da escola. 

De acordo com Cacilda Almeida, analista de Educação do Sebrae, o simples fato de responder ao questionário traz bons indicadores para a escola. “Só de responder ao Radar, a escola já consegue refletir sobre o papel dela dentro desse ecossistema. Ao preencher o formulário, é comum que o representante da instituição se pergunte e faça uma série de reflexões sobre a atuação da instituição e o seu impacto na comunidade escolar. São essas reflexões ‘espontâneas’, para além do plano estratégico, que vão mostrar o caminho para a Educação Empreendedora“, revela. 

#2 Preparação da equipe

Compartilhar a ideia com toda a comunidade escolar é fundamental para que todos estejam em sintonia. É importante entender a disposição dos professores e o conhecimento da equipe acerca do tema e até avaliar a necessidade de oferecer cursos de capacitação. 

#3 Avaliação do plano de ação

No plano de ação, o Radar entrega uma série de sugestões para serem colocadas em prática pela escola. A instituição pode usar esse plano do modo mais adequado à sua realidade: colocar tudo aquilo em prática ou editá-lo, ajustando ou complementando com outras ações. 

Descubra se sua instituição de ensino é empreendedora 

“O plano de ação entregue tem um viés muito estratégico. Se estiver tentando elaborar um plano de trabalho para implementar a Educação Empreendedora, a instituição de ensino terá isso no Radar de forma simples e descomplicada”, afirma Cacilda. 

A definição de prioridades também faz parte dessa avaliação. “Por ser essa ferramenta de diagnóstico e planejamento estratégico, ela permite que a escola seja capaz de delimitar ou definir quais são as suas prioridades estratégicas. A escola pode ‘desenhar’ todas essas prioridades no plano de ação e, assim, ter uma visão sistêmica, estratégica e mais conectada com a realidade”, reforça. 

>> Clique aqui e leia e conheça as ferramentas educacionais do Sebrae para implementar a Educação Empreendedora

#4 Apoio de quem tem propriedade no assunto

Tendo o plano de ação definido, é hora de colocar a mão na massa. Nesse momento, contar com quem é especialista no assunto minimiza a chance de erros e traz mais clareza para definir os caminhos. 

Termo de Referência em Educação Empreendedora

Educação Empreendedora: entenda o que é e como aplicá-la

O Termo de Referência é um documento produzido pelo CER com diretrizes para a aplicação da Educação Empreendedora na Educação – leitura obrigatória para professores, gestores públicos e gestores educacionais que se interessam pelo assunto. É um referencial teórico completo para consulta de todos os agentes da Educação Básica interessados e empenhados em inserir o ensino do empreendedorismo nas escolas. 

Quem falou sobre o documento em uma entrevista ao CER foi Rose Mary Almeida Lopes, doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo e autora de livros sobre Educação Empreendedora. “O Termo de Referência é um livro que traz um panorama completo para que educadores e pessoas envolvidas ou responsáveis pela educação compreendam o que significa Educação Empreendedora e conheçam as principais correntes teóricas sobre o tema, que influenciam os conceitos e o entendimento deles”, pontua. 

De acordo com Rose, o material traz uma série de insights para a comunidade escolar e entrega uma base sólida para colocar o assunto em prática. “Com o Termo, é possível assimilar o porquê estudar o tema, quais os objetivos, as limitações de cada um dos diferentes tipos de Educação Empreendedora“, aponta. 

Segundo ela, é uma fonte importante para entender e nortear a atuação das instituições escolares. “Os mais diversos atores envolvidos na educação – professores, gestores educacionais e gestores públicos, diretores e coordenadores – podem entender quais as possibilidades dentro da Educação Empreendedora e conhecer quais os diferentes tipos de intervenção. Com base nisso, eles podem planejar de modo a se adequarem aos tipos de público, aos parâmetros do curso, o que se pretende alcançar, quais as técnicas mais adequadas para esse tipo de formação, quais os tipos de avaliação de resultados. Ou seja, vai permitir uma atuação bem mais embasada e sólida”, declara.

> Clique aqui e acesse o Termo de Referência em Educação Empreendedora 

Gostou desse conteúdo sobre Educação Empreendedora e quer começar a colocar em prática? Confira aqui o Guia que preparamos com um passo a passo de como desenvolver um projeto com os estudantes.

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