Quando pensamos na disseminação e no desenvolvimento de uma mentalidade empreendedora, identificamos que ela é muito valiosa desde a Educação Infantil, e traz ganhos e evoluções ao longo de todas as faixas etárias. E quando falamos de Educação Empreendedora no Ensino Profissional, qual é a relevância? É sobre isso que falaremos neste post. Acompanhe e descubra!
Se pensarmos que o Ensino Profissional é voltado para pessoas que querem se qualificar ou se requalificar para o mercado de trabalho, é fácil perceber como a Educação Empreendedora pode contribuir.
Uma vez que a abordagem pode ser entendida como um conjunto de habilidades técnicas e comportamentais que formam pessoas mais criativas, inovadoras, críticas e transformadoras, os ganhos que ela proporciona para alguém que está prestes a entrar no mundo do trabalho (ou que quer se realocar nele) são muitos. Os mais óbvios são, realmente, os conhecimentos técnicos, mas a Educação Empreendedora vai além e desenvolve também habilidades socioemocionais, além de aprimorar a visão do mundo e a forma como o indivíduo enxerga e lida com as diferentes oportunidades da vida. O aprendizado integral trazido pela abordagem pode ser valioso para qualquer tipo de profissional, como bem aponta o artigo Educação empreendedora: formação de cidadãos na Educação Profissional e Tecnológica, dos autores Ana Paula Peroni e Octávio Cavalari Junior. Veja só:
“No contexto da Educação Profissional e Tecnológica (EPT), é preciso preparar os alunos para responder à demanda da sociedade por profissionais competentes e que saibam conciliar o crescimento econômico com a conservação ambiental e o desenvolvimento social.
Através da análise das produções científicas consultadas neste estudo, foi possível perceber que a educação empreendedora reforça o envolvimento da comunidade, uma vez que engloba os empreendedores, os ambientes produtivos locais e os indivíduos que constituem fontes de informação e recurso. Esse efeito corrobora a importância de práticas pedagógicas que venham a colaborar com uma educação com esse perfil.
Dentro dessa concepção, a educação empreendedora pode ser inserida na Educação Profissional e Tecnológica por meio de uma qualificação abrangente que inclua, além das competências técnicas profissionais, uma visão crítica aliada à responsabilidade social, uma vez que a educação empreendedora não está concentrada apenas no nível individual e na formação profissional, mas também no desenvolvimento social e na formação de cidadãos.
Pelo fato de a educação empreendedora priorizar a integração entre os alunos – utilizando-se de uma aprendizagem baseada em problemas, além de processos de ação e reflexão procedentes da experiência vivenciada –, esses são incentivados a assumirem responsabilidades e autodirigirem o processo educacional. Assim, a Educação Empreendedora no Ensino Profissional pode contribuir na medida em que possibilita a criticidade do aluno, proporcionando-lhe o reconhecimento de problemas e a proposição de soluções em diferentes contextos e situações, bem como o desenvolvimento de sua mentalidade empreendedora e sua emancipação no cenário sócio-político e econômico.”
Fonte: https://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/principia/article/download/3123/1164
Agora que você já entendeu que existem vários motivos plausíveis para aplicar a Educação Empreendedora no Ensino Profissional, vamos à prática: como fazer isso virar realidade? Continue a leitura e entenda!
Por meio do Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE), o Sebrae promove, desde 2012, uma série de ações com o objetivo de disseminar e fortalecer a cultura empreendedora nos municípios brasileiros — tanto nas redes públicas quanto nas redes privadas, em todos os níveis de ensino (Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional e Educação Superior).
Especificamente para a Educação Profissional, desde 2017 o PNEE disponibiliza a implementação da disciplina de Empreendedorismo para qualquer parceiro do Ensino Profissional. Sua realização é feita por meio da inclusão de carga horária no conteúdo programático de cursos técnicos ou de Formação Inicial e Continuada (FIC) já existentes. A disciplina é composta por estes quatro módulos:
A proposta é que esses módulos sejam capazes de capacitar os professores para que, junto aos estudantes, desenvolvam as diferentes competências da disciplina, que englobam:
Ah, vale lembrar que, além desses cursos específicos que citamos, o Sebrae também oferece uma série de capacitações para você, professor, levar a Educação Empreendedora para o ambiente de aprendizagem. São iniciativas para aplicação em sala de aula e também para a sua formação. Confira tudo aqui.
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