Educação Empreendedora no ensino superior: por que é importante e como aplicá-la

Blog Educação Empreendedora no ensino superior: por que é importante e como aplicá-la

14/02/2022
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Quando falamos de Educação Empreendedora, estamos nos referindo a muito mais do que ensinar a “criar ou gerir empresas”. Afinal, sabemos que, para enfrentar os desafios do cotidiano pessoal e profissional – dentre eles, a gestão de um negócio –, é necessário que as pessoas desenvolvam diferentes competências empreendedoras. Saber planejar, gerir, enfrentar riscos e mobilizar recursos para a superação de problemas são algumas dessas competências que podem ser desenvolvidas por meio da Educação Empreendedora no ensino superior e em todas as demais fases da vida.

 

A ênfase da Educação Empreendedora está em desenvolver pessoas com visão sistêmica, senso crítico e um olhar criativo para enxergar oportunidades e soluções em diferentes situações da vida, sejam elas privadas, sejam elas profissionais. Essa abordagem pode e deve ser desenvolvida em qualquer idade, desde a educação infantil ao ensino superior. Nesta última fase, porém, pode haver mais desafios do que se imagina. 

 

Afinal, como desenvolver e como é abordada a Educação Empreendedora nas universidades? Neste post, traremos informações, dicas e exemplos sobre os desafios e a aplicação da Educação Empreendedora no ensino superior. Acompanhe e descubra!

A importância da Educação Empreendedora no ensino superior

Antes de tudo, é importante pensar no papel do ensino superior. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ele deve formar profissionais aptos para a inserção em diferentes setores e incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da cultura. O ensino superior, dessa forma, fundamenta-se em elementos de impacto direto no cotidiano da sociedade, tendo a responsabilidade de formar profissionais que, além do saber fazer, estejam preparados para todo o contexto da vida em suas múltiplas dimensões – científico, social, financeiro, profissional, familiar – e por aí vai.

 

E justamente aqui se destaca a importância da Educação Empreendedora! Trata-se, afinal, de um aprendizado que passa pelo desenvolvimento de diferentes características que contribuem para todas as áreas da vida de um ser humano – capacidade de iniciativa, flexibilidade, adaptação às mudanças, persistência, comprometimento e muito mais. Não é difícil prever também que esse aprendizado traz inúmeros benefícios à sociedade como um todo, certo?

 

Historicamente, no ensino superior, são mais valorizados os chamados “conhecimentos e saberes da profissão”, tendo muito fortemente uma cultura de que “quem sabe fazer sabe ensinar”, mas os desafios da nossa atualidade mostram que é necessário ir além dessa compreensão. A incorporação da Educação Empreendedora pode ser uma importante estratégia para articular o ensino, a pesquisa e a extensão, trazendo sentido e aplicação prática aos conhecimentos e possibilitando o desenvolvimento de competências que formarão os profissionais realmente demandados pelo mundo atual.

 

A Educação Empreendedora e o ensino superior no Brasil

Pedro Assis, professor da Escola do Sebrae e da PUC Minas, acredita que ainda há muito a ser feito quando o assunto é Educação Empreendedora no ensino superior. “É necessário que tenhamos políticas públicas que valorizem e possibilitem o desenvolvimento do pensamento empreendedor nas universidades. Hoje em dia, com a reforma do ensino médio, fica claro que há uma valorização do tema, mas isso ainda não é visto da mesma forma no ensino superior. Acredito que esse processo é algo a ser construído como cultura, que deve começar ainda no ensino fundamental. Dessa forma, os alunos chegarão às universidades e poderão até ajudar a promover essa mudança de ambiente. 

 

Além disso, as instituições também precisam prover recursos acadêmicos que favoreçam o desenvolvimento do empreendedorismo, como planos de ensino e ementas de disciplinas que deixem explícito o que deve ser abordado. Todos os cursos devem ter uma aprendizagem mais voltada à identificação de oportunidades por parte dos alunos, tanto do ponto de vista social quanto econômico”, explica.

 

Pedro Assis conta que o tema está avançando nas instituições, mas que ainda é comum que o empreendedorismo seja associado apenas à abertura de empresas, enquanto é perfeitamente possível que existam “médicos empreendedores sem clínicas ou engenheiros empreendedores sem construtoras”. 

 

Segundo o professor, para que a Educação Empreendedora ganhe espaço, também é fundamental abordar o processo de aprendizagem nas universidades: “Ele ainda está muito centrado, em especial nas graduações, no professor. O aluno tem pouco protagonismo no seu desenvolvimento, quando ele deveria estar no centro do ensino-aprendizagem, construindo conhecimento. A Educação Empreendedora precisa partir do aluno, então há uma grande necessidade de mudança cultural que envolva professores e alunos com base em metodologias ativas”, acrescenta.

 

 

Motivos para desenvolver Educação Empreendedora nas faculdades

Em resumo, existem algumas razões para que se valorize cada vez mais o trabalho com a Educação Empreendedora no ensino superior. Vejamos:

 

  1. Colaborar para um crescimento saudável e sustentável do país.
  2. Formar universitários com competências requeridas pelo mundo do trabalho e pelos desafios da sociedade atual.
  3. Tornar as instituições de ensino superior espaços que estimulem a superação de desafios de forma criativa e a aplicação de conhecimentos científicos na resolução de problemas reais da sociedade.
  4. Desenvolver, ainda mais, a capacidade de ensino do corpo docente, aperfeiçoando as formas tradicionais de aprender e ensinar no ensino superior.

 

 

4 maneiras que poderiam aproximar o tema dos alunos

A seguir, veja algumas dicas que podem fomentar a abordagem e o desenvolvimento da Educação Empreendedora no ensino superior.

 

1. Disciplinas voltadas para o tema

Embora dependam das instituições, as políticas públicas e/ou as dos docentes, a criação de disciplinas e projetos que promovem o empreendedorismo na prática são movimentos importantes quando tratamos da Educação Empreendedora no ensino superior. E, quanto mais relacionadas a todas as demais disciplinas do curso, melhor!

 

Você sabia? 

O Sebrae, por exemplo, oferece as disciplinas de Empreendedorismo, Empreendedorismo e Inovação e ainda um Projeto de Extensão em Empreendedorismo Social e Negócios de Impacto Social. Para serem ofertadas, basta que os professores da instituição interessada se capacitem.

 

2. Promoção de palestras e eventos

Palestras bem elaboradas e que tratem o tema com a devida seriedade podem ser um ótimo caminho a fim de despertar o interesse dos estudantes. A palestra Empreendedorismo em Dois Tempos é um bom exemplo: com carga horária de apenas duas horas, a metodologia vai sensibilizar os participantes e chamar a atenção deles para a temática, expandindo tal visão e demonstrando a importância do equilíbrio entre empreendedorismo empresarial, corporativo e social.

 

São muitos os profissionais, as organizações e os vídeos disponíveis para falar sobre esse assunto e engajar todos da comunidade acadêmica. É uma ótima maneira de mostrar como o pensamento empreendedor vai muito além do “negócio próprio”. 

 

3. Oferta de iniciativas integradas e eficientes

Cursos ou programas que integram atividades presenciais e on-line, fóruns de discussão e jogos também podem ser ótimos aliados. Existe uma plataforma chamada “Desafio Universitário Empreendedor” que une tudo isso em um só ambiente, oferecendo recursos e ferramentas que vão mostrar aos alunos, durante a sua jornada acadêmica, a real importância de trabalhar e aplicar o empreendedorismo na prática.

 

4.   Acesso a materiais ricos sobre o tema

Estudar sobre o tema e conhecer iniciativas que usam o pensamento empreendedor para transformar realidades é uma maneira de aproximar estudantes e docentes. Mas é preciso buscar conteúdos de qualidade. 

 

Para facilitar, o Sebrae, em parceria com o Instituto Empreender Endeavor e outras instituições, criou a Rodada de Educação Empreendedora – que, entre outros resultados, trouxe Guias de Boas Práticas para professores. A ideia é que, com acesso ao documento, o corpo pedagógico tenha insumos e informações suficientes para desenvolver e aplicar os assuntos em sala de aula. Veja:

 

Programa de Mentoria (Guia de Boas Práticas): Foi desenvolvido para permitir que os estudantes desenvolvessem uma visão crítica e conhecessem práticas e desafios comuns acerca da gestão de pequenos negócios, além de olhar para o empreendedorismo como mais uma opção de carreira. Clique aqui para fazer gratuitamente o download do PDF do programa.

 

Macker Hacklab: a maratona de negócios em Internet das Coisas (Guia de Boas Práticas)

Este material dá suporte para que possamos pensar a tecnologia em espaços inovadores, desbravando ambientes ainda desconhecidos. É uma maratona de negócios em Internet das Coisas (IoT), com a proposta de ensinar a desenvolver projetos de alto impacto de integração de hardware e software na nuvem. Clique aqui para fazer gratuitamente o download do PDF do programa.

 

Quer estar cada vez mais preparado para disseminar a Educação Empreendedora no ensino superior e em outros níveis de educação? Acompanhe o nosso portal, que traz uma série de soluções para a sua jornada.

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