Educação no mundo figital

Blog Educação no mundo figital

04/08/2022
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Em um mundo cada vez mais conectado entre o físico e o digital, muito se discute como será a educação no mundo figital”. O termo “figital”  é uma combinação da letra “f”, que remete ao mundo físico e também digital.

O termo nos reporta a uma realidade em que virtual e real se conectam para favorecer a interação. Por exemplo, muitas das “realidades físicas” acabam se prolongando no digital.

Um evento que se dá de forma física, também pode repercutir no ambiente digital – seja em postagens, anúncios, menções, seja até mesmo em gravações que se prolongam.

A bem da verdade, apesar da grande transformação digital vivenciada nas escolas, que foi até acelerada com a pandemia, as escolas do presente são bem similares às do passado. E esse foi um tema amplamente discutido durante a Bett Educar de 2022.

O que é esse mundo figital ?

A pandemia acelerou, em uma escala que nunca tínhamos visto, isto é, houve a transformação digital dos negócios, das escolas e de vários outros setores. Antes de explicarmos propriamente o termo “figital”, vale a pena entender como a internet tem se alterado ao longo dos anos.

As três gerações da internet

É importante reforçar que, quando se fala da internet de hoje e da do futuro, não estamos nos referindo à mesma coisa. Se olharmos para o período do advento da rede – também conhecido como web 1.0 – e para hoje, notamos que muita coisa mudou.

Na web 1.0, na década de 1990, os usuários da internet eram meramente leitores. Algumas pessoas criavam as páginas, com informações, e tínhamos a possibilidade de ler e navegar.

Com a web 2.0, no início dos anos 2000, tivemos a expansão da internet banda larga, com aumento da velocidade e da popularidade. Começaram a surgir nas redes sociais, e todas as pessoas usuárias se tornaram também produtoras de conteúdo, e não mais apenas leitoras.

Hoje, já temos um avanço com a internet das coisas – em que itens diversos como carros, televisões e outros aparelhos domésticos se conectam à internet. O avanço da inteligência artificial – com computadores e algoritmos cada vez mais capazes, a presença de dispositivos de reconhecimento de fala e facial. E até mesmo o início da popularização do metaverso.

Estamos caminhando para a web 3.0, em que as fronteiras entre o digital e o físico estarão cada vez mais fluídas.

O chegada da era figital

Foi na pandemia que esse processo foi acelerado. Muitas pessoas e empresas que estavam ainda somente no ambiente físico foram também para o digital, e muitas interações entre pessoas e entre pessoas e empresas ocorreram de forma combinada entre o físico e o digital.

O comércio já começa a nos apresentar possibilidades que transitam entre os dois ambientes – é possível comprar no digital e se deslocar até a loja física para retirar a mercadoria.

O Pix, mecanismo de pagamento disponível no Brasil, é um exemplo de figital. Podemos estar em um ambiente físico – uma loja, por exemplo – e realizarmos um pagamento 100% digital, sem a intermediação de um terceiro ou de outro equipamento.

Na realidade das escolas, como será a educação no mundo figital ?

E muito mais do que um ensino híbrido. É um ensino que ocorre de modo simultâneo nos mundos físicos e digitais. E o mais importante: é o que forma e prepara esse jovem para esta realidade que o espera.

Educação na era figital

Assim como o profissional já assume uma roupagem diferente dos anos 1990 – já existem funções e trabalhos que não existiam, e estarão presentes no futuro. Sem nenhuma dúvida, novas profissões e ocupações serão criadas, o que exige uma mudança na formação das pessoas.

1 – Mudanças na formação

Essa mudança interfere tanto na realidade das escolas de educação básica quanto na graduação. O futuro vai demandar o desenvolvimento de novas habilidades.

E o profissional do futuro precisa ter capacidade de interação e de adaptabilidade para esse contexto figital.

Um bom ponto de partida para as escolas hoje seria trabalhar, em relação à BNCC, o tema sobre cultura digital – em que há preocupação em ensinar os estudantes a se ambientarem melhor com essa realidade e a se comportarem também como cidadãos digitais, assumindo direitos e obrigações.

Outro ponto relevante no preparo para este mundo figital é o trabalho das competências socioemocionais.

É importante que os estudantes saibam se relacionar no mundo digital, sem perder as habilidades de relacionamento no mundo físico.

Por fim, vale a pena investir na formação em Educação Empreendedora. Isto é, no desenvolvimento de competências técnicas e emocionais para formar pessoas com maior protagonismo e capacidade de resolução de pessoas.

A formação empreendedora é capaz de formar indivíduos mais bem preparados para a realidade.

Uma pessoa com espírito empreendedor tem mais chances de sucesso profissional em diversos contextos, visto estar mais apta a resolver problemas, a ser criativa e a ter resiliência. Habilidades que, por sua vez, são requeridas em contextos de grandes transformações.

2 – Fronteiras entre o físico e o digital cada vez mais fluídas

Vai ser progressivamente mais difícil diferenciar ou separar o que é físico e o que é digital. É como se a fronteira ficasse cada vez menos perceptível.

E na educação não será diferente.

Isso exige, de uma ponta, o preparo de todo o ecossistema da escola – professores, infraestrutura, tecnologias, materiais. E, de outra, a maturidade dos estudantes para que eles consigam encarar esse ambiente digital como também local de formação.

3 – Novos modelos de negócios na área da educação

Estamos acostumados com um modelo de aulas teóricas e uma sequência de prova ou de avaliação. E frequentemente isso acaba por formar “fazedores de provas”, mas não garante a absorção do conhecimento ou a aprendizagem.

Portanto, nesse mundo da educação figital novos modelos de ensino e aprendizado surgirão.

Em breve, o contexto de transformação digital e a cultura, a forma como nos relacionamos com a tecnologia terá um peso maior na educação do que a tecnologia em si.

Portanto, o foco será a resolução de problemas dentro deste novo contexto, e não apenas fazer uma inserção da tecnologia pela tecnologia, com o que estamos preocupados atualmente.

Então, a fim de se preparar para esse futuro, sugerimos apostar em transformação digital, formação socioemocional e formação empreendedora.

Educador, se prepare para a educação do futuro!

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