A importância da educação socioemocional na escola

Blog A importância da educação socioemocional na escola

21/07/2022
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A educação socioemocional tem se mostrado  cada vez mais presente  nos debates. Seja sobre a sua importância na educação, seja mesmo sobre a diferença que faz na área profissional, o fato é que o seu desenvolvimento vem se mostrando  imprescindível. E não é para menos, uma vez que as habilidades socioemocionais estão diretamente ligadas à forma como levamos a vida e lidamos com os desafios.

Pensando nisso e na relevância de a educação socioemocional ser desenvolvida em sala de aula, trazemos neste post algumas definições e benefícios que justificam o seu valor sempre maior. Acompanhe!

O que é, afinal, a educação socioemocional?

O nome é autoexplicativo: a educação socioemocional é um processo educativo que visa formar crianças e jovens considerando o desenvolvimento dos seus aspectos sociais e emocionais.

Há algumas décadas, esses atributos não estavam no foco dos educadores e da população como um todo – acreditava-se, pelo senso comum, que a grade curricular “técnica” era o bastante. Com a evolução da sociedade, as habilidades socioemocionais se mostraram naturalmente pertinentes. Prova disso é que, recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) integrou as competências socioemocionais ao currículo, sugerindo que elas fossem trabalhadas nos alunos da educação básica – e que  permeassem  todas as 10 competências gerais do documento.

Quais são as competências socioemocionais?

De acordo com o Instituto Ayrton Senna, são as “capacidades individuais que se manifestam nos modos de pensar, sentir e nos comportamentos ou atitudes para se relacionar consigo mesmo e com os outros, estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações adversas ou novas”.

Considerando o impacto dessas competências na escola, o instituto adotou um modelo com 5 macrocompetências que se desdobram em 17 competências. São elas:

AUTOGESTÃO

  • Determinação
  • Organização
  • Foco
  • Persistência
  • Responsabilidade

ENGAJAMENTO COM OS OUTROS

  • Iniciativa social
  • Assertividade
  • Entusiasmo

AMABILIDADE

  • Empatia
  • Respeito
  • Confiança

RESILIÊNCIA EMOCIONAL

  • Tolerância ao estresse
  • Autoconfiança
  • Tolerância à frustração

ABERTURA AO NOVO

  • Curiosidade para aprender
  • Imaginação criativa
  • Interesse artístico

A relevância da educação socioemocional

O psiquiatra, cientista, terapeuta e escritor Augusto Cury, idealizador da Escola da Inteligência, resume bem, em uma palestra escolar publicada no YouTube, a importância da educação socioemocional. Veja:

“A juventude mundial está com um déficit enorme nessa área [de construção de relações interpessoais saudáveis]. Não sabe lidar com perdas, contrariedades, dificuldades, crises, rejeições, sentimentos de inferioridade. Não sabe lidar sequer com uma frustração em uma prova quando estuda de maneira adequada, com uma humilhação pública ou com um desafio interpessoal. Enfim, as crianças e os adolescentes de hoje estão despreparados para serem seres humanos adultos em uma sociedade altamente complexa e exigente.”

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=lgfo8IV71T0&t=134s

No mesmo vídeo, ele cita as funções cognitivas (memória, raciocínio, lógica) e foca no valor das funções não cognitivas – aquelas que, segundo ele, “vão auxiliar na formação de mentes brilhantes ou mentes opacas”. Conheça:

Pensar antes de reagir. “Uma pessoa é tanto mais madura não quanto mais reage ou quanto mais agride, mas quanto mais pensa antes de reagir. Diante das situações estressantes, em vez de dar uma resposta impensada, ela se recolhe e se torna fiel à sua consciênciar”, afirma o médico.

  • Administrar os pensamentos, que é a habilidade de compreender a formação de seus sentimentos e emoções e entender como eles impactam na vida e nas relações.
  • Proteger as próprias emoções, causando menos acidentes e prevenindo transtornos emocionais com outras pessoas.
  • Expor e não impor as ideias. Saber se articular e mostrar as suas crenças e opiniões, sem autoritarismo ou rispidez.
  • Os benefícios da educação socioemocional na escola

Entendendo o conceito de educação socioemocional, fica fácil perceber as vantagens que ela traz para a vida no geral, certo? Vamos conhecer, então, quais são os reflexos dela na escola – e que ganhos trazem para os estudantes, os professores e para toda a comunidade escolar.

Melhores resultados acadêmicos

O desenvolvimento da educação socioemocional afeta todas as áreas da vida, inclusive o rendimento escolar. A partir do momento em que percebem melhor as suas emoções, os estudantes são mais seguros de si e desenvolvem as habilidades sociais de maneira geral. Isso porque há um ganho significativo na forma como ele encara os compromissos escolares.

Promove autonomia no processo de ensino-aprendizagem

Já falamos, no Portal CER, sobre a importância da autonomia. Se os estudantes são protagonistas do próprio desenvolvimento, o processo se torna mais prazeroso, estimulante e favorece o aprendizado.

Melhora as relações interpessoais

A partir do momento em que os atores da comunidade escolar trabalham o autoconhecimento, as relações entre eles também são beneficiadas. São trocas mais saudáveis, respeitosas e harmônicas, abrindo espaço para conexões verdadeiras.

O que dizem os dados

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fez uma pesquisa sobre as competências socioemocionais com estudantes de 10 e 15 anos de nove países. O Instituto Ayrton Senna traduziu o relatório com os dados do estudo, e algumas curiosidades se sobressaem. Confira algumas a seguir.

“Todos os jovens de 15 anos, independentemente de seu gênero e origem social, relataram competências socioemocionais mais baixas, em média, do que seus colegas de

10 anos. As avaliações dos pais e educadores confirmaram o enfraquecimento das competências socioemocionais à medida que os estudantes ficam mais velhos.”

“As competências socioemocionais dos estudantes diferem de acordo com a origem social e o gênero. As meninas relataram níveis mais elevados de competências relacionadas ao desempenho de tarefas, como responsabilidade e motivação para a realização acadêmica. Elas também relataram níveis mais elevados de habilidades que são importantes em um mundo interconectado, como empatia, cooperação e tolerância. Em contraste, os meninos exibiram competências de resiliência emocional mais elevadas, como tolerância ao estresse, otimismo e controle emocional, bem como competências sociais importantes, como assertividade e entusiasmo.”

“Os estudantes que se consideram altamente criativos tendem a também relatar altos níveis de curiosidade intelectual e persistência, duas competências que provavelmente desempenham um papel importante nas realizações criativas, grandes e pequenas. Ao mesmo tempo, os estudantes com um forte autoconceito criativo são um grupo relativamente diverso de alunos em termos de autocontrole e competências de resiliência emocional, que têm associação mais forte com desempenho acadêmico e bem-estar, respectivamente.”

Informações retiradas do relatório “Além da aprendizagem acadêmica: primeiros resultados da pesquisa sobre competências socioemocionais”, disponível neste link.

É interessante perceber como as nuances se revelam, não é? O relatório, aliás, é um ótimo instrumento para professores estudarem e entenderem como se ajustarem à realidade em sala de aula.

Gostou desse conteúdo sobre educação socioemocional e acredita que ele pode ser útil em sua jornada? Acompanhe, no Portal CER, outras informações sobre o universo educacional!

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