Eduscrum: saiba mais sobre a metodologia ágil para a educação

Blog Eduscrum: saiba mais sobre a metodologia ágil para a educação

11/11/2019
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Todo gerenciamento de projetos precisa de uma metodologia definida para auxiliar o planejamento e a execução de cada projeto, de modo a obter os resultados e objetivos esperados. A busca por sistematização mais eficiente da gestão de projetos da indústria, especialmente nos setores de tecnologia, deu origem às metodologias ágeis, como o Scrum. No contexto escolar, não é diferente. Boas ferramentas de gestão de projetos são necessárias tanto para a realização de trabalhos em grupo quanto para as disciplinas que seguem o método de educação baseada em projetos. Dessa necessidade, surgiu o Eduscrum, o Scrum aplicado ao contexto educacional.

De acordo com a consultoria PWC, projetos ágeis chegam a ser 28% mais bem-sucedidos do que os convencionais. Em sala de aula, a adoção dessa metodologia traz diversos benefícios aos alunos, como o desenvolvimento do protagonismo na aprendizagem e a colaboração.

Neste artigo, aprenda o que é o Eduscrum, como aplicá-lo em sala de aula e os benefícios do método para os estudantes.

O que é o Eduscrum

O Eduscrum nasceu do Scrum, ou seja, um conjunto de práticas que possibilitam que grupos de trabalho consigam apresentar resultados em um curto espaço de tempo. As principais práticas da metodologia Scrum são:

  • Sprint Planning: planejamento das atividades a ser desenvolvidas durante o período de 2 a 4 semanas, em que cada ciclo é um Sprint.
  • Sprint Review: apresentação do que foi feito durante determinado Sprint, com discussão sobre acertos, erros e possíveis melhorias ao processo, com foco no produto produzido.
  • Retrospective: identificação de ações de melhoria a ser implementadas no próximo Sprint, com foco no processo em si.
  • Daily Scrum: reuniões diárias de no máximo 15 minutos em que cada membro diz ao grupo como está o andamento de suas atividades e as dificuldades que está enfrentando.
  • Product Backlog: lista de tarefas do projeto.
  • Sprint Backlog: subconjunto de tarefas que deverão ser realizadas em um Sprint.
  • Kanban: quadro de atividades para acompanhamento das tarefas.

Cada grupo de trabalho é denominado como Time. Existem duas funções de liderança nos grupos do Scrum, com a possibilidade de ser exercidas por pessoas diferentes: o Product Owner, que pode ser traduzido como “dono do produto”,  é aquele que está em contato com o cliente e sabe exatamente o que precisa ser feito; e o Scrum Master, responsável por ajudar o Product Owner a garantir os princípios do Scrum e a manter o Time concentrado.

O Eduscrum é uma forma encontrada de adaptar o Scrum ao contexto da sala de aula, obtendo benefícios quer para a dinâmica escolar, quer para o desenvolvimento dos alunos. O método já foi utilizado em turmas do Curso Superior de Sistemas para Internet do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Em um artigo, os professores Karen Selbach Borges, Marcelo Augusto Rauh Schmitt e Silvana Marx Nakle explicam como aplicaram o Eduscrum em sala de aula e os benefícios que obtiveram.

Eles fizeram as seguintes adaptações na estrutura do Scrum, ajustando os termos para um formato de gamificação:

  • O Sprint se transforma em Fases
  • A História se torna Missão.
  • O Sprint Planning se torna uma Reunião de Planejamento.
  • O Sprint Review se torna uma Reunião de Revisão.
  • O Scrum Master é o Professor.
  • O Project Owner desaparece.
  • Surge o Líder de Time.
  • O Time permanece sendo Time.

Nessa adaptação, o professor faz o papel de Scrum Master, acompanhando o desenrolar dos projetos e ajudando a buscar recursos e a solucionar dúvidas e conflitos. Os alunos formam times de até 4 pessoas, elegendo um Líder de Time para cada ciclo de desenvolvimento. Esse aluno tem o papel de supervisionar o andamento do trabalho e de se reportar ao professor. O processo inicia com a criação da lista de atividades e termina com a apresentação de um produto.

Como aplicar em sala de aula

Após definir a lista de todas as atividades a ser feitas até o final do projeto, cada Time escolhe um subgrupo para escrever a lista de atividades do Sprint, que dura de três a quatro semanas. Durante cada Sprint, são realizadas breves reuniões, que podem ser diárias ou semanais, para que cada membro do grupo conte no que trabalhou desde o último encontro, o que fará até o próximo, e se existem impedimentos para suas atividades, que todos procuram resolver em conjunto. O professor pode ser procurado pelo Líder do Time sempre que o grupo sentir que precisa de auxílio. Ao final de cada Sprint, o time deve apresentar um produto para ser avaliado, que seja parte do produto final.

À medida que trabalha, cada Time deve criar o seu quadro de atividades (Kanban), de maneira física ou virtual, reorganizado-o a cada Sprint. A distribuição das tarefas não deve ser predeterminada pelo professor ou pelo Líder do Time, sendo que cada componente deve escolher a tarefa que deseja fazer numa atitude proativa. Cabe ao professor sempre supervisionar o funcionamento dos grupos a fim de que a dinâmica funcione. O produto produzido durante todo o processo deve proporcionar a aquisição de conhecimento e explicitar a conquista dos alunos em aprender.

Benefícios do método

O maior benefício desse método é que a aprendizagem colaborativa exige do aluno participação ativa na construção do seu saber. Ele se torna o sujeito principal do seu desenvolvimento, o protagonista do processo de aprendizagem, o responsável pelo seu conhecimento e alguém que se autorregula. Aqui, o papel do professor é o de facilitador.

O Eduscrum também promove a capacidade de aceitar as incertezas e de se adaptar às mudanças, fazendo com que o aluno consiga enfrentar problemas inesperados e formule  soluções criativas.

Com a eleição de um Líder de Time diferente a cada ciclo, o método também permite que todos os componentes do grupo exerçam papel de liderança, treinando tal capacidade.

O Eduscrum tem o potencial de engajar os alunos na aprendizagem e formar indivíduos protagonistas, promovendo, assim, o ensino empreendedor. Veja também 6 tendências que vão influenciar a adoção de tecnologia no ensino superior nos próximos cinco anos.

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