Como misturar tecnologia, afeto e diversão no jeito de lecionar | Entrevista com o professor Noslen Borges

Blog Como misturar tecnologia, afeto e diversão no jeito de lecionar | Entrevista com o professor Noslen Borges

19/10/2023
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Será que é mais fácil aprender quando a gente se diverte? Ou ainda: será que a aprendizagem pode ter também afeto? E a tecnologia nisso tudo, tem espaço? O que significa “Edutenimento”?    

Para responder a essas e a outras perguntas, conversamos com o professor Noslen Borges, que mistura muito bem esses temas em seu canal do YouTube, o maior de Língua Portuguesa do mundo. Acompanhe! 

1. Como você define a afetividade na educação? 

Educar e ensinar são ações que passam pelo crivo da afetividade. Ensinar com afeto é muito mais eficaz do que educar na tecnicidade. Afetividade na educação é colocar-se no lugar do outro no momento de ensinar.

2. Qual relevância você enxerga na relação professor-aluno para o sucesso de um processo educativo? 

Toda a relevância. Um professor que se conecta com o aluno também conecta o aluno ao conteúdo, que ele explica de forma mais eficaz.

3. Como acredita que o afeto no cotidiano escolar (fora ou dentro da instituição) contribui para o processo de aprendizagem? 

A afetividade quebra a barreira da complexidade de qualquer conteúdo. Uma boa relação entre estudante e professor cria uma conexão entre o estudante e o conteúdo que o professor ensina.

4. E a diversão, que papel ocupa nesse cenário? 

A diversão tem a função catártica – quando geramos uma catarse no aluno, ele “desarma” para o conteúdo e, assim, pode ser impactado ou se sentir atraído pelo tema mais facilmente. 

5. Como acredita ser o melhor jeito de inserir a tecnologia em sala de aula para que ela contribua com o processo de aprendizagem?

A melhor maneira é usar a tecnologia do dia a dia, aquela a que o aluno já está acostumado, aproximando o conteúdo por meio dessa tecnologia. Um exemplo: trabalhar narrativa ou outro tema, pedindo ao estudante que crie uma esquete de TikTok.

6. Como pensa que a diversão e o afeto complementam o uso das tecnologias digitais em sala de aula?

Diversão + afeto + conteúdo = Edutenimento. A soma de tudo isso faz com que possamos ensinar nos divertindo, sem o peso que muitos conteúdos trazem por si sós. O conteúdo fica mais leve e acessível.

7. Por outro lado, é preciso ter “cuidado” com essas tecnologias? Como?

A função de qualquer professor é ser mediador dessas tecnologias. É importante dar o direcionamento e mostrar como usar essa ferramenta de forma produtiva (indicando sites, professores on-line ou jogos educativos on-line de confiança, por exemplo). 

8. Como a aplicação das tecnologias digitais – com humor e afeto – pode beneficiar a relação professor-aluno?

Quando o aluno percebe que o seu professor ocupa os mesmos espaços digitais que ele, isso aproxima os dois, criando uma identificação que refletirá diretamente na aprendizagem.

9. É uma marca em seu canal o uso do humor como estratégia para transmitir o conteúdo. Como isso começou e de que modo percebe a repercussão desse material?

Isso é algo próprio da minha personalidade. A alegria, o bom humor e o riso são características minhas como pessoa, que, naturalmente, se refletem no meu trabalho. Meu material é uma extensão de mim; logo, a afinidade é criada pelo meu próprio estilo de ser.

10. Quais dicas daria a um professor em início de carreira, que ainda está se desenvolvendo, mas que quer assumir uma postura marcada pelo afeto e pela diversão?

Primeira coisa: seja você mesmo. Não crie personagens nem estereótipos, já que as pessoas se encantam por suas qualidades e pelo que você é. Ninguém é igual a ninguém; e essa é a beleza de ensinar com as suas próprias características. Sempre haverá quem se identifique com você, e isso fará com que sejamos referência para alguém. 

Segundo: estude muito, não só o seu conteúdo, mas também como usar seu conteúdo de forma objetiva e propositiva com os seus estudantes. 

E terceiro: que o seu foco seja sempre o outro, aquele que quer aprender, e não somente o seu “eu”. 

Gostou desse bate-papo e quer conferir outras conversas com figuras relevantes do mundo da educação? Acompanhe o Portal CER e confira entrevistas mensais!

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