Empreendedorismo e inovação por meio da tecnologia a favor da educação – entrevista com Débora Aladim 

Blog Empreendedorismo e inovação por meio da tecnologia a favor da educação – entrevista com Débora Aladim 

08/04/2020
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Estamos passando por um período bastante desafiador em razão de uma pandemia do novo coronavírus, a COVID-19. Todos os setores estão sendo impactados, e, com a educação, não é diferente. 

O número de estudantes fora da sala de aula já é superior ao de jovens que seguem indo à escola em todo o mundo, e a tendência é que esse número aumente ainda mais nos próximos dias. Por isso, a educação on-line tem sido uma grande aliada das instituições de ensino ao redor do planeta. Aquelas escolas que já haviam passado por uma transformação digital saem na frente, com infraestrutura e metodologia adaptadas para o ensino a distância (EAD). Outras instituições, no entanto, tentam fazer o melhor com o que podem e se têm aventurado nas  videochamadas, na produção de conteúdo para o YouTube, dentre outras alternativas. 

Pensando nisso, o CER preparou uma série de conteúdos especiais para o momento. Nossa intenção é sanar suas dúvidas e oferecer ferramentas visando dar o suporte necessário durante esse período de educação on-line. Esperamos que goste. Boa leitura!

Ela começou a compartilhar suas anotações, em sala de aula, pelo YouTube, enquanto ainda estava no ensino médio. Hoje, seis anos depois, Débora Aladim é um dos maiores nomes entre os youtubers de educação no Brasil, compartilhando conteúdo com adolescentes, pré-vestibulandos e adultos que estudam para concursos. A atual estudante de História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também criou um método que orienta o estudante a escrever uma boa redação para o ENEM, além de ter escrito um livro sobre o tema para o Ministério da Educação (MEC) e fazer palestras e aulas presenciais ao redor do país.

Débora Aladim é um exemplo do empreendedorismo na prática, por meio da educação e para a educação. Conversamos com ela sobre sua trajetória, a aprendizagem mediada pela tecnologia e o momento atual da educação. Confira a entrevista a seguir.

Você começou a criar videoaulas aos 15 anos para ajudar seus colegas no ensino médio. Como estudante, do que você sentia falta?

Naquela época, não tinha o conceito que temos hoje de videoaula, o que havia eram faculdades e cursos EAD e alguns professores que filmavam a sala de aula. Na ocasião, eu queria continuar fazendo meus resumos, que me ajudavam a estudar para as provas. O canal cresceu, e hoje é meu trabalho, mas eu jamais imaginaria a dimensão que tudo tomou. Também não existiam professores youtubers.

Atualmente você segue produzindo conteúdo educativo enquanto estuda História na UFMG. O que você acredita que os professores e os educadores poderiam aprender com youtubers e produtores de conteúdo digital sobre linguagem e formato de aulas on-line?

Acho que precisamos aprender mais de linguagem, de adaptar a forma como passamos o conteúdo de acordo com o público e o perfil dos alunos. Também creio ser importante quebrar as barreiras entre a Academia e o público em geral, democratizando o conteúdo.

Você também incentiva seus seguidores e seu público a assimilar a mentalidade e o comportamento empreendedor. Qual papel essa mentalidade empreendedora em relação à educação teve em sua vida e como você acredita que ela pode impactar a vida de outros estudantes e até a sua entrada no mercado de trabalho?

Eu acho muito importante se colocar como protagonista da própria vida em vez de seguir a direção que outros querem para você! Essa mentalidade empreendedora também é necessária, pois nos permite reconhecer que somos multifacetados, temos vários gostos e habilidades.

O seu canal deu origem a um método de estudos próprio, a um livro e a diversos outros produtos. Como tem sido a sua experiência como empreendedora? O que você tem aprendido de empreendedorismo, carreira e inovação?

Aprendi muito no que diz respeito à carreira, a construir uma marca em cima da sua imagem e a compartilhar isso com humildade. As pessoas confiam em mim porque me pareço com elas, isto é, com quem me assiste: sou uma estudante com os próprios sonhos e desafios. Por isso acho essencial a humildade e a transparência. Eu acredito que ser você mesmo é ser original.

Estamos passando por um período em que a educação está migrando para os meios digitais por conta da pandemia da COVID-19. Da mesma forma, as escolas e as faculdades que ainda não haviam aderido ao ensino a distância estão buscando formas de fazê-lo. Como você tem visto a situação atual e a transformação digital pela qual as escolas estão passando?

É determinante que tentemos diminuir o prejuízo dos alunos, com aulas digitais e material on-line. É fundamental também reconhecermos que isso não é acessível a todos e que deixa ainda mais evidente a desigualdade social e a de acesso à educação. Fico muito feliz com os esforços dos professores e dos alunos que, mesmo com o medo e o impacto psicológico de uma pandemia, estão se esforçando e valorizando ainda mais o ofício do educador.

Assim como Débora, milhares de estudantes utilizam as redes sociais para compartilhar seu aprendizado, criando uma rede de apoio em torno dos estudos. São os chamados StudyGramers. Quer incentivar seus alunos a fazer o mesmo? Conheça nosso Guia de como criar um StudyGram.

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