Entrevista Mariana Barbosa – a Educação Empreendedora na visão de uma ex-aluna da EFG

Blog Entrevista Mariana Barbosa – a Educação Empreendedora na visão de uma ex-aluna da EFG

26/11/2021
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Investir em uma Educação Empreendedora é atuar no desenvolvimento da criatividade, do pensamento crítico e da inovação dos estudantes, tornando-os mais autônomos e conscientes de seu papel social.
No entanto, geralmente a abordagem dos temas vinculados à Educação Empreendedora foca no ponto de vista dos educadores. Por isso, resolvemos trazer a visão do estudante sobre como esse tipo de formação pode influenciar nas escolhas de vida depois de sair da escola.
Para falar sobre isso, conversamos com Mariana Barbosa, formada pela Escola de Formação Geral do Sebrae (EFG-Sebrae), e que se dedica ao empreendedorismo desde então.
Mariana é empresária, cofundadora da agência americana Lytron Strategic e da agência Brint, com sede nos EUA e em Portugal, respectivamente. Ela fundou sua primeira empresa aos 21 anos, em 2001, nos EUA, e já prestou consultoria estratégica para mais de 1.000 empresas no exterior até o momento.
Atribui seu sucesso a sempre buscar a direção de Deus antes da tomada de decisões e à forma como foi treinada a arriscar e empreender enquanto ainda era tão jovem na escola que se formou: a EFG, Sebrae.

1 – Conte um pouco da sua trajetória e da sua vivência com a Educação Empreendedora

Entrei na EFG, em 1996 (há 25 anos) e me formei em 1999. Meus professores viram um diamante bruto e lapidaram. Eu já era muito determinada, boa aluna, mas ali aprendi a inovar, “pensar fora da caixa”, encontrar soluções de forma criativa, planejar, arriscar, lidar com pressão, autodisciplina, empreender. Os projetos, a empresa virtual, o participar de Feira de Empreendedores, a tutoria e o estágio, o visitar empresas de sucesso, nos inseriu nesse mundo corporativo transformando a teoria em prática de forma muito envolvente.
A escola me ensinou a informática, que, em 1996, estava apenas começando. Programação simples de macros no Microsoft Access, o que me ajudaria a ter pensamento lógico para programar os sites de clientes alguns anos depois. Lá eu aprendi a base de inglês e de espanhol, que seria tão importante depois quando fosse embora do Brasil.
Seis meses depois que me formei, em junho de 2000, mudei-me para os EUA com duas amigas e, em 2001, me casei.
Eu e meu marido iniciamos uma empresa de consultoria estratégica, chamada Lytron Strategic. Nós começamos ajudando outras empresas a terem presença na internet. No início, fazíamos design gráfico e web design.
Em 2008, nos transformamos em agência de marketing com foco no Google. Em 2012, nos tornamos uma agência de branding estratégico, envolvendo psicologia dos arquétipos de marca; em 2017, ampliamos para a Europa, com escritório também em Portugal.
Recentemente, junto aos nossos sócios, iniciamos uma empresa chamada Brint Portugal, isto é, uma agência do mesmo grupo, que traz americanos investidores e aposentados para morar na Europa. Além de agência imobiliária internacional, cuidamos de toda a parte imigratória e também da adaptação no país.
Em 2021, iniciamos um projeto no Brasil chamado Arquétipos de Marca, em que criamos um questionário interativo com 15 perguntas, com o objetivo de identificar qual é a personalidade do negócio.
O intuito é ajudar empreendedores brasileiros a utilizar a psicologia e contar histórias para melhor conectar com seus clientes e se diferenciar de concorrentes. Já temos 5.000 pessoas que fizeram o teste até o momento em que esse artigo está sendo escrito.

2 – Como foi estudar no EFG? Como influenciou sua vida estudantil e profissional?

Costumo dizer que o Sebrae e Deus foram a base que tivemos para iniciar nossa empresa em 2001, dois anos depois de formada. Quando somos adolescentes, tudo o que é falado fica registrado com muita firmeza em nossa mente. Até hoje me lembro de dicas importantes de meus professores. Quantas vezes desejei voltar para dentro da sala de aula e fazer perguntas práticas sobre como enfrentar situações inusitadas.
Foi muito difícil morar em outro país, sem falar fluentemente a língua, sem apoio dos pais, tendo todas as despesas altas, sem nenhum investimento inicial, mas tínhamos uma fé enorme em Deus e muito desejo de arriscar e empreender. Tínhamos também um ao outro, e isso era suficiente. Meu marido me permitiu estudar essa área de web enquanto ele trabalhava de manhã, à tarde e à noite para tentar nos sustentar.
No início, bati de porta em porta para tentar vender nossos serviços, mas todos diziam que não tinham interesse em ter um website. Mas insisti, até que um cliente contratou o serviço. Depois, ele nos pediu para diagramar uma revista imobiliária e nos indicou para um jornal. Ambos nos deram propaganda gratuita e começamos a crescer a partir de várias outras indicações.

3 – Fale um pouco dos projetos dos quais participou, em especial o DigitaliseSME?

Em 2019, nossa agência foi selecionada para participar de um projeto pago pela Comissão Europeia com o objetivo de digitalizar uma empresa de fabricação de Chips em Eindhoven, na Holanda.
Por duas semanas, eu trabalhei imersa nessa empresa, diretamente com o proprietário e sua equipe.
Foi uma experiência incrível.
Além de pagarem 8.000 euros (quase 50 mil reais), também tive hotel e alimentação cobertos por eles, mas o melhor foi o que ganhei da experiência em si de trabalhar em outro país, ouvindo outro idioma, trazendo soluções que ajudariam aquela empresa que estava sendo patrocinada pelo projeto DigitalizeSME.
Participar do projeto nos deixou muito honrados.

4 – Na sua opinião, qual a importância da Educação Empreendedora na formação dos estudantes?

Penso que há muitas pessoas emocionalmente inteligentes, cujos pais investem em palavras de afirmação, ensinam a vencer o medo, ter coragem e traçar metas.
Eu tive o exemplo de um tio que, enquanto eu crescia, investia em responder a todas as minhas perguntas e gastar tempo comigo. Ele era rico, e eu perguntava o que ele fez para ter tanto dinheiro.
Ele me dizia: ‘Estudei muito’, e, quando perguntei o que, ele disse: “fiz o curso de Administração’. E era isso que eu queria estudar, assim como ele.
A Educação Empreendedora é esse ’tio’ na vida de muitas pessoas. Mais do que metodologia e aulas, o empreendedorismo pode ser aprendido se um jovem tiver um lugar saudável para florescer, com segurança para errar, testar, analisar, seguir modelos, metas e ser incentivado a conquistá-las.

5 – Como ela mudou sua vida e quais são seus planos para o futuro?

Se eu não tivesse sido lapidada, provavelmente não teria aguentado a pressão de crises financeiras mundiais que afetaram tanto os EUA, como bolhas imobiliárias, World Trade Center, pandemia, etc.
A Educação Empreendedora, além de proporcionar ferramentas importantes para uso no dia a dia de uma empresa, ensina resiliência, e isso foi fundamental para que mantivéssemos o foco. Juntamente com a fé, o não desistir foi o que nos manteve de pé com coragem para caminhar mais um pouco.
Eu aprendi a empreender com a EFG.
Continuo aprendendo diariamente em cada oportunidade. Nós nos sentimos abençoados e privilegiados pela oportunidade que temos de trabalhar para nós mesmos, com clientes americanos e europeus.
Graças a isso, já realizamos o sonho de morar no Hawaii, por quase 4 anos, podendo viajar e trabalhar de diferentes países. Também aprendemos a gerir remotamente a empresa, que está na Flórida, nos EUA, mantendo-a saudável por 20 anos.
Nossos planos para o futuro são de expandir a Brint, nossa agência de investimento internacional para o Brasil, trazendo investidores brasileiros para os EUA e a Europa, por meio da consultoria imigratória e imobiliária. A Brint traz apoio aos investidores em sua relocação internacional, e a Lytron auxilia esses a expandir seus negócios no exterior via internacionalização.
Agradeço a EFG e aos meus professores, em especial ao José Edmilson da Silva, meu professor de Administração, por ter investido tanto em minha formação, com paixão, amor e dedicação. Ele é a figura da EFG e do Sebrae em minha mente!
Viu como a Educação Empreendedora pode influenciar positivamente a vida dos estudantes? Quer saber mais sobre esse assunto? Leia este artigo que fala sobre a Geração Alpha.
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