Inovar é criar algo diferente, dar um passo em direção ao futuro ou trilhar caminhos nunca explorados. Isso em um cenário em que as informações estão amplamente disponíveis nas plataformas digitais, e o acesso à tecnologia se torna cada vez mais fácil e barato nos últimos anos. O principal diferencial competitivo dos profissionais do século XXI passa a ser sua capacidade de pensar de maneira diferente e de dar soluções. São reflexos do crescimento da economia criativa, da forte presença das startups no mercado e da era pós – revolução digital.
Seja nas escolas, universidades ou empresas, o processo de inovação está intimamente ligado à boa gestão do conhecimento. Isso porque a inovação propõe a organização e a sistematização das informações, de forma que essas sejam registradas, consultadas e compartilhadas, permitindo seu estudo e análise e dando subsídio para a produção de um conhecimento ainda mais novo. Uma das ferramentas para isso é a Espiral do Conhecimento, teoria proposta pelos professores Nonaka e Takeuchi. Conheça mais da metodologia e saiba como colocá-la em prática.
A metodologia parte do pressuposto de que existem duas formas principais de conhecimento, o tácito e o explícito.
Um dos principais desafios na gestão do conhecimento é preservar as informações e as experiências subjetivas adquiridas pelas pessoas envolvidas. Por isso, a metodologia consiste na conversão do conhecimento tácito em conhecimento explícito. Para isso, é dividida em quatro etapas cíclicas, como em uma espiral: a sensibilização, a externalização, a combinação e a internalização. Entenda como elas ocorrem.
Inserir a lógica da espiral do conhecimento em sala de aula é simples e pode ser feita de diversas formas. Veja só:
A Socialização, primeira etapa da espiral, pressupõe um certo nível de interação social e relacionamento, já que diz respeito à transmissão do conhecimento e das experiências pessoais entre indivíduos. O processo pode ser feito em momentos de brainstorming, bate-papo e rodas de conversa, mentoria, trabalho em parceria (grupos, duplas) e em outras formas que priorizem a transmissão de ideias e pensamentos em conversas ou pela imitação da prática. Em seguida, é o momento de se registrar o conhecimento transmitido, na fase de Externalização. Isso pode ser feito por meio da redação de artigos, normas, gráficos, símbolos ou outros recursos que facilitem o acesso ao conhecimento por outras pessoas.
A próxima etapa, muito importante para a geração de insights e ideias inovadoras, é a Combinação. Ou seja: é quando diferentes indivíduos combinam o conhecimento explícito a que têm acesso, produzindo um novo conhecimento, ainda mais rico. Em uma escola, a combinação é típica dos projetos multidisciplinares e dos trabalhos em grupo. Em uma empresa, do trabalho integrado entre setores e das reuniões. Depois da Combinação, é hora de cada pessoa envolvida no processo internalizar o conhecimento. Com sua bagagem pessoal e suas experiências, essa interpretação será única, se convertendo em conhecimento tácito mais uma vez.
Como o próprio nome diz, a espiral se realiza quando essas quatro etapas se retroalimentam, levando a organização a níveis mais aprofundados de conhecimento, na medida em que os processos de gestão das informações amadurecem. Dessa maneira, a etapa de socialização será cada vez mais rica e levará à produção de conhecimento explícito com qualidade ainda maior, e assim sucessivamente.
Uma boa maneira de colocar a Espiral do Conhecimento em prática é se inspirando em novas metodologias de aprendizagem como a Sala de Aula Invertida e as Estações de Aprendizagem. Para saber mais sobre as técnicas, confira os posts que preparamos sobre os temas.