Quem são as pessoas da Geração Covid e como adequar a escola a elas?

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28/07/2022
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Baby Boomers, Geração X, Millennials, Geração Z… Você provavelmente já ouviu falar sobre essas gerações, certo? Agora, estamos vivenciando o surgimento de outra geração: a Geração Covid (ou Geração C, expressão que vamos preterir neste texto para não se confundir com a Geração YouTube). Neste post, vamos um pouco mais a fundo no tema, entendendo quem são e como as instituições escolares podem se ajustar a esta nova realidade. Acompanhe!

Quem faz parte da Geração Covid?

Antes, vamos relembrar a data de nascimento estimada das últimas gerações. Vale pontuar que não existe um consenso sobre as datas, mas elas costumam se agrupar da seguinte forma:

Baby Boomers: nascidos entre 1946 e 1964

Geração X: nascidos entre 1965 e 1980

Millennials: nascidos entre 1981 e 1996

Geração Z: nascidos entre 1997 e 2010

Geração Alfa: nascidos a partir de 2010

Ainda que não haja um acordo entre especialistas sobre a Geração Covid, em especial, pelo fato de que a pandemia é um acontecimento muito recente, Haim Israel, chefe de investimentos temáticos do BofA Global Research, disse, em uma entrevista à CNN, que podem estar nesse grupo pessoas nascidas entre 2016 e meados de 2030. Isso porque o fenômeno mundial foi tão dramático que as mudanças acometem não só quem nasceu durante o período, mas também afetarão aqueles que ainda estão por vir.

Israel pontua também sobre o trabalho remoto, ressaltando que a Geração Covid poderá trabalhar absolutamente de onde quiser, além de ter uma relação ainda mais próxima com o mundo digital. “O papel da tecnologia, da criação de dados, vai se acelerar dramaticamente. Eles vão viver a vida on-line. Eles terão sua experiência no mundo virtual”, afirma.

Os impactos na comunidade escolar

Um documentário publicado no canal MyNews trata do impacto da pandemia na primeira infância. Veja, a seguir, alguns trechos que retiramos do material de diferentes atores da comunidade escolar.

Ariel Levy – Pai e médico pediatra

“De uma maneira bastante egoísta, eu posso falar que a pandemia me fez passar um pouco mais de tempo com os meus filhos, principalmente porque ela diminuiu o meu trabalho. Mas, sabendo de todos esses problemas de não socialização, a gente montou aqui em casa um pequeno grupo escolar com uma professora, um professor de futebol, uma professora de música e uma professora de artes. Eles não conviveram com a classe enorme, mas chamamos dois ou três amigos de cada um – seguindo os protocolos, claro.

Eles sentiram porque mudou a rotina, mas estão em outro mundo em relação à média, e eu sei disso. É duro. É o que a gente pôde oferecer a eles.”

Cláudia Martinez – Professora da Educação Infantil da rede pública

“O trabalho do professor é um trabalho presencial. A gente é muito acostumado com isso, nós nos formamos assim. Então tivemos que adaptar tudo: equipamento, aplicativo, aprender a mexer em coisas que a gente não sabia. As interações foram muito prejudicadas, e isso é o que atrapalha muito, porque a aprendizagem na educação infantil é baseada na interação, é baseada no brincar. Eles aprendem brincando, aprendem interagindo.”

Naercio Menezes Filho – Economista, professor do Insper e pesquisador do Núcleo de Ciência pela Infância

“O que a gente percebeu é que tem uma parcela grande de crianças, por exemplo, que não estão fazendo nenhuma atividade escolar. Têm pesquisas mostrando que 20% das crianças muito pobres, com mães analfabetas, não fizeram nenhuma atividade escolar aos seis anos de idade. Ao passo que, entre as mães mais escolarizadas, essa taxa é bem menor, quase todos fizeram alguma atividade. Então quando elas [as crianças pobres] vão poder aprender a ler e a escrever? Porque isso é o básico para poder progredir na escola – em termos de entender o que está sendo discutido, entender as questões de provas, de testes, enfim, poder se desenvolver.”

Mariana Luz – CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

“Nas classes A e B, a maioria dos pais recebeu diretrizes e, eventualmente, até a possibilidade de um contato remoto com a escola. Na classe D, cerca de 20% somente receberam alguma orientação sobre os aspectos pedagógicos e até sobre a pandemia, sobre formas de evitar contágio e de se cuidar.  Essa diferença é muito importante, e a gente precisa ressaltá-la.”

Fabíola Cidral – Mãe e jornalista

“A [minha filha] Marina aprendeu a ler e a escrever na pandemia, foi algo até muito emocionante. Porque ela aprendeu na escola através da tela, do computador, e agora pega livros e já começa a ler; escrever várias palavras. Eu fiquei muito surpresa como a escola conseguiu alfabetizar pelo ensino a distância. Eles conseguiram.

Depoimentos retirados do documentário “Geração Covid – O impacto da pandemia na primeira infância | MyNews.Doc”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=2eEkn_66FgM.

Como adequar as escolas a essa nova realidade?

Essa é uma pergunta para a qual ainda não tem uma resposta definitiva, principalmente porque as consequências estão sendo descobertas. As soluções serão construídas com o tempo, em conjunto. Efeitos que nem sequer imaginamos aparecerão ao longo do tempo. De qualquer forma, considerando as principais dores que a pandemia trouxe, algumas iniciativas podem ser aliadas da escola e do processo de ensino-aprendizagem nesse cenário.

Reforçar atividades de interação

Por terem sido privados de eventos de interação e socialização, é importante que as crianças e os jovens da Geração Covid sejam incentivados a viver esse tipo de situação. É essencial até mesmo para o desenvolvimento das competências socioemocionais.

Fazer um acompanhamento individual

Como a Educação Empreendedora já considera, é preciso lembrar que os alunos têm ritmos diferentes de aprendizado. Isso deve ficar ainda mais em evidência, agora, uma vez que cada um sofreu de forma muito particular com a pandemia. Pelos depoimentos que trouxemos acima, é fácil perceber como a diferença social foi fator determinante nisso.

Trabalhar as Metodologias Ativas

Aprendizagem Baseada em Projetos, Gamificação, Sala de Aula Invertida, Cultura Maker. Esses são alguns exemplos de metodologias ativas que, como o nome sugere, colocam os estudantes em uma posição menos “passiva” e mais proativa, em que eles se tornam protagonistas no desenvolvimento do próprio aprendizado.

Estreitar laços com pais ou responsáveis

O acompanhamento da vida escolar feito por pais ou responsáveis pode fazer toda a diferença no progresso dos estudantes. Infelizmente, em algumas famílias, a pandemia também comprometeu isso. Portanto, trabalhar com iniciativas que busquem aproximar esse público pode ser fundamental para apoiar as crianças da Geração Covid.

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