Um dos maiores desafios (se não for o maior) na Educação é a gestão. Além de toda a grade pedagógica, é preciso administrar o tempo de aprendizagem e tudo o que rege a base de uma escola.
O gestor escolar é quem está no cerne da Educação, garantindo que os estudantes tenham mais que um bom aprendizado, ou seja, tenham uma boa experiência educacional e que se desenvolvam também como pessoas. A Educação Empreendedora está ligada diretamente ao desenvolvimento pessoal do aluno, agregando ainda mais conhecimento ao currículo pedagógico do estudante.
Mas, afinal, o que é Educação Empreendedora?
Segundo José Dornelas, empreender não se resume à criação do próprio negócio. A maneira mais conhecida de se tornar um empreendedor é criando uma empresa, mas não é a única. Empreender é otimizar os recursos, tempo, produção, com a finalidade de trazer resultados.
Portanto, empreender está ligado diretamente à ação, à tomada de decisões em momentos estratégicos. A Educação Empreendedora foca na descoberta do aluno como um tomador de decisões, um solucionador de problemas, e também no desenvolvimento, para que ele se prepare profissionalmente para o futuro, muito além do aprendizado clássico.
“Empreender é o ato de realizar sonhos, transformar ideias em oportunidades e agir para concretizar objetivos, gerando valor para a sociedade.” (José Dornelas)
Na educação empreendedora, o desenvolvimento econômico e o empreendedorismo são as principais motivações. O psicólogo David McClelland defende a necessidade de treinar pessoas para construção de um futuro melhor, para que cada pessoa acredite no seu potencial de realização. As políticas públicas têm defendido a introdução da educação empreendedora, segundo Martins Lackéus, pois é o empreendedorismo o principal impulsionador do crescimento econômico, da criação de emprego e da inovação.
A educação empreendedora impacta a motivação e o comprometimento dos alunos, professores e demais profissionais envolvidos de forma positiva. Os alunos se mostram mais interessados e criativos.
Em resumo, a educação empreendedora compreende o desenvolvimento de competências do empreendedorismo, habilidades e competências socioemocionais, com o propósito de desenvolver o potencial criativo e inovador, a predisposição para solução de problemas e percepção e exploração das oportunidades.
Como ser um gestor ESCOLAr na Educação Empreendedora?
É essencial que o gestor escolar saiba administrar o tempo. Saber com que o tempo é gasto e saber otimizá-lo em prol de um ambiente escolar mais produtivo, com melhores resultados e com alunos mais bem preparados para o mundo profissional.
Para isso, temos algumas dicas:
- Mapear as atividades realizadas e quanto tempo cada uma demandou. Esse mapeamento permite entender todas as tarefas e os compromissos e identificar quais são prioritários.
- Organize a agenda respeitando a importância de cada atividade e o tempo que exige. Destaque aquelas que você mapeou como essenciais e prioritárias.
- Comprometimento com prazos, tanto na prestação de contas quanto com sua equipe pedagógica. Tenha um bom planejamento e apoie seus professores.
Descubra atividades que promovam produtividade e rendimento da equipe.
Planejando uma rotina alinhada com a Educação Empreendedora
Uma boa gestão constrói uma boa rotina de organização escolar com base na coordenação de ações com a finalidade de atingir um objetivo. Para isso, faça um bom Planejamento, identifique as maiores necessidades e também os recursos disponíveis. Com esse Planejamento, faça um Plano de Ensino junto com sua equipe pedagógica e a avaliação de alunos.
É importante ressaltar que um bom gestor escolar não fica apenas no Planejamento, ele executa o que foi planejado, dando apoio e orientação a toda a sua equipe e aos educandos. Estabeleça as metas, mas execute seu Plano de Ação para atingi-las em seguida.
Competências que devem ser desenvolvidas pelos Gestores
São 10 competências divididas em 3 categorias:
Competências ligadas à motivação de realização
- Perceber e buscar oportunidades e tomar iniciativa de aproveitá-las: fazer as coisas antes do prazo, aproveitar oportunidades para iniciar ou expandir um negócio.
- Persistir diante de obstáculos: agir para enfrentar um desafio ou obstáculo, assumindo responsabilidade pelo desempenho com finalidade de atingir metas e objetivos.
- Correr riscos calculados: avaliar alternativas e calcular riscos para controlar resultados.
- Exigir qualidade e eficiência: encontrar maneiras de agir com rapidez e menor custo.
- Comprometer-se com o trabalho contratado: manter clientes satisfeitos, apoiar a equipe para atingir os resultados.
Competências ligadas à capacidade de planejamento
- Ter disponibilidade e interesse para buscar informações: investigar como fabricar um produto ou fornecer os serviços, buscando informações de mercado.
- Estabelecer metas: instituir metas e prazos mensuráveis.
- Planejar e monitorar sistematicamente: planejar tarefas, revisar os planos elaborados e tomar decisões para que o planejamento se mantenha.
Competências ligadas ao exercício de poder
- Persuadir e estabelecer redes de contato: desenvolvimento de relações comerciais.
- Ter independência e autoconfiança: busca de autonomia para enfrentar um desafio.
Como aplicar a Educação Empreendedora na minha instituição de ensino
Precisamos recapitular alguns pontos: Educação Empreendedora difere da Educação Clássica, não porque aplica ao aluno métodos empreendedores para que ele se torne um empresário, ou que entenda do ramo de negócios.
Pensar nesse Empreendedorismo é pensar em uma visão genérica. A Educação Empreendedora prepara seus estudantes para o futuro pensando profissionalmente, mas com tomada de decisões, resoluções de problemas, pensamentos práticos visando ao sucesso do aluno no mercado de trabalho futuramente. Todavia não para por aí! A Educação Empreendedora é aquela que prioriza a otimização de tempo, a produtividade e os bons resultados.
Existem muitas possibilidades de aplicar a Educação Empreendedora na rotina dos seus alunos. Mais do que ler e escrever, os alunos aprendem na prática. Por isso, incentivar:
- Projetos e grupos que tirem os alunos da zona de conforto, criando um planejamento, executando e apresentado diante da sala ou de outras turmas o resultado.
- Projetos interdisciplinares, que consiste basicamente em uma versão da proposta anterior, mas mesclando disciplinas diferentes. Fazer uma proposta que envolva ainda mais matérias pode ser mais complexo, porém mais produtivo.
- Feiras de Ciências ou Culturais para divulgar trabalhos das mais diversas atividades. Esta proposta é para que os alunos possam fazer aquilo que sabem de melhor e mostre seu potencial, seja na ciência, seja nos esportes, seja nas artes.
- Feira da Educação Empreendedora com palestras, aulas experimentais, rodas de conversas sobre as competências que os gestores precisam dominar, trabalhos realizados pelos alunos.
Construindo o PPP (Projeto Político Pedagógica)
A LDB (Leis de Diretrizes e Bases) define a elaboração e a execução de uma Proposta Pedagógica, especificando a política de gestão dos processos de ensino e de aprendizagem, trabalhando a grade curricular e a relação com comunidade e família.
Não é apenas um documento formal, mas uma rotina escolar com gestão eficaz de tempo pedagógico, produtividade e sucesso no resultado do aprendizado dos alunos.
Como o Sebrae pode ajudar minha instituição de ensino?
Para descobrir se sua instituição já aplica o Programa Educacional Empreendedor ou quais medidas pode tomar para que ela se torne referência na Educação Empreendedora e, principalmente, como se tornar um gestor escolar dando todo apoio à sua equipe, acesse o Radar de Educação Sebrae.
Você terá todas as orientações para acessar e saberá quais os critérios são levados em conta na análise.