Inclusão nos ambientes de aprendizagem: estratégias e práticas efetivas

Blog Inclusão nos ambientes de aprendizagem: estratégias e práticas efetivas

22/05/2024
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Em pleno 2024, não há como falar em educação e não abordar a inclusão nos ambientes de aprendizagem, concorda? Afinal, mais do que uma necessidade ética prevista na Constituição Federal de 1988, a inclusão é peça-chave para um processo de aprendizagem bem-sucedido, além de fundamental quando pensamos em uma educação integral Mas como trabalhá-la, enfim? É o que falamos neste post. Acompanhe!

A importância dos ambientes de aprendizagem

Antes de abordar a inclusão nos ambientes de aprendizagem, é importante relembrar que existe diferença entre ambiente de aprendizagem e espaço de aprendizagem, como aprofundamos neste post.  

O espaço de aprendizagem diz respeito aos espaços físicos, às dimensões físicas em que é possível praticar a aprendizagem. Isto é, é o espaço propriamente dito em que se dá o processo – seja a sala de aula, seja a biblioteca, por exemplo. Já o ambiente de aprendizagem é um termo mais abrangente, que diz respeito à ambientação em si, englobando tudo o que está inserido no espaço, inclusive as coisas não palpáveis, como a construção das relações, o diálogo entre estudante e professor e entre os próprios colegas, as reações e os sentimentos provocados e por aí vai.

O que é uma educação inclusiva

O Diversa, iniciativa do Instituto Rodrigo Mendes (IRM) – referência nacional na pesquisa da educação inclusiva –, plataforma digital que tem o objetivo de construir e compartilhar conhecimento sobre o tema, define educação inclusiva da seguinte forma: 

“A educação inclusiva pode ser entendida como uma concepção de ensino contemporânea que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação. Ela pressupõe a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas, contemplando, assim, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero dos seres humanos, entre outras. Implica a transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de modo a garantir o acesso, a participação, o desenvolvimento e a aprendizagem de todos, sem exceção.”

Fonte: https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/o-que-e-educacao-inclusiva/?ref=15034.

Além disso, a iniciativa aponta os cinco princípios da educação inclusiva, que são:

  1. Toda pessoa tem o direito de acesso à educação.
  2. Toda pessoa aprende.
  3. O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular.
  4. O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos.
  5. A educação inclusiva diz respeito a todos.

E, então, como levar isso para a prática? A seguir, compartilhamos dicas e orientações valiosas para que você, professor, consiga promover um ambiente de aprendizagem verdadeiramente inclusivo. Confira!

4 dicas para trabalhar a inclusão nos ambientes de aprendizagem

A tecnologia como aliada de um ambiente de aprendizagem mais democrático

Falar em inclusão nos ambientes de aprendizagem é discorrer também sobre o bom proveito dos recursos e das ferramentas tecnológicas – lembrando que a tecnologia é sempre o meio, e não o fim, e ela sozinha não é capaz de promover uma educação inclusiva. 

O educador Gerlan Cardoso compartilhou algumas dessas dicas em seu post no LinkedIn. Entre elas, estão:

Tecnologias Assistivas (TAs)

  • Softwares de leitura de tela, para que estudantes com deficiência visual acessem textos e conteúdos digitais.
  • Softwares de reconhecimento de voz, para que estudantes com disgrafia ou outras dificuldades motoras digitem textos usando a voz.

Ferramentas de comunicação e colaboração

  • Plataformas de ensino online, que permitem que os estudantes acessem conteúdos, participem de atividades e se comuniquem com professores e colegas virtualmente.
  • Softwares de tradução, para que estudantes com diferentes línguas maternas acessem conteúdos e participem das aulas em sua língua nativa.

Ferramentas de aprendizagem personalizada

  • Plataformas de jogos educativos, para que os estudantes aprendam de forma divertida e interativa, explorando diferentes conteúdos e desenvolvendo habilidades de forma personalizada.
  • Ferramentas de avaliação adaptativa, para que os estudantes sejam avaliados de forma individualizada, de acordo com seu ritmo de aprendizado e necessidades específicas.

Outras tecnologias

  • Impressoras 3D, para que criem modelos tridimensionais de objetos, facilitando a compreensão de conceitos abstratos e o desenvolvimento de habilidades espaciais.
  • Realidade virtual e aumentada, para que vivenciem experiências imersivas em diferentes ambientes e cenários, tornando o aprendizado mais dinâmico e interativo.

>> Confira o post na íntegra aqui 

Essas dicas vão ao encontro do que propõe o artigo “O uso da tecnologia na construção de ambientes de aprendizagem colaborativos e inclusivos“, publicado na Revista Internacional de Estudos Científicos (RIEC). Veja as dicas de ferramentas: 

  • Plataformas de Aprendizagem Online e Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs)

As plataformas de aprendizagem online, como Moodle, Canvas e Blackboard, são tecnologias que permitem a criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs). Essas plataformas oferecem espaços onde os alunos podem colaborar por meio de fóruns de discussão, wikis, chats e compartilhamento de documentos, promovendo a colaboração assíncrona e síncrona.

  • Google Workspace

O Google Workspace, que inclui ferramentas como Google Docs, Google Sheets e Google Slides, facilita a colaboração em tempo real. Vários usuários podem editar um documento simultaneamente, visualizar as mudanças em tempo real e fornecer feedback instantâneo, promovendo a cocriação de conteúdo.

  • Ferramentas de Videoconferência

Ferramentas de videoconferência, como Zoom, Microsoft Teams e Skype, oferecem a possibilidade de reuniões e interações virtuais. Os alunos podem se encontrar virtualmente para discussões, apresentações e colaborações, proporcionando uma experiência próxima à presencial, mesmo à distância.

  • Redes Sociais Educacionais

Plataformas de redes sociais educacionais, como Edmodo e Schoology, criam um espaço virtual semelhante a redes sociais, em que os alunos e os professores podem interagir, compartilhar informações e colaborar em projetos (Veletsianos, 2010). Essa interação social pode impulsionar a colaboração e o engajamento.

Retirado de: https://periodicos.educacaotransversal.com.br/index.php/riec/article/view/118.

Entenda quem são seus estudantes

A chave para dar aulas que incluem todas as pessoas é reconhecer que todo mundo é diferente, que cada pessoa é única, com desafios e habilidades próprias, e todos vão se desenvolver ao longo da vida escolar

É fundamental saber mais sobre todos os estudantes. Quais deles apresentam alguma  deficiência? Quais são neurodivergentes? Quais precisam de um olhar diferenciado em virtude de sua história de vida ou momento que está enfrentando? Vale lembrar que a educação inclusiva entende a inclusão de todos os alunos com suas características e suas singularidades, e não se restringe apenas a pessoas com deficiências ou laudos . 

Conhecendo seus estudantes, você pode compreender quais são suas principais dificuldades e limitações e quais são suas potencialidades, Quanto tempo eles precisam para aprender algo novo e  com que tipo de recurso eles se dão melhor?

É só conhecendo bem a turma que você pode criar planos e atividades mais eficazes e coerentes. E isso, além de promover a inclusão nos ambientes de aprendizagem, aumenta o engajamento e a motivação dos alunos. 

Promova o respeito e a colaboração entre os estudantes

Respeito é palavra fundamental para uma sala de aula verdadeiramente inclusiva. É imprescindível valorizar as diferenças e integrar a diversidade em toda e qualquer atividade. Afora explicar isso para a turma – que cada um é único, que todos têm suas limitações e facilidades –, a sugestão é que você, educador, busque fomentar o bom relacionamento e o espírito de equipe entre os estudantes.

Organize e proponha dinâmicas em que a cooperação se destaca, para que os alunos entendam que podem se fortalecer, superar desafios e solucionar problemas complexos juntos. 

>> Veja aqui dicas para uma aprendizagem colaborativa

Priorize a integração

Na prática, a integração na educação acontece quando você inclui todos os estudantes em atividades conjuntas. Criar atividades específicas e exclusivas para estudantes com deficiência, por exemplo, não é um bom caminho; afinal, haverá a segregação de toda forma, e isso prejudica todos os estudantes.

Antes de levar uma atividade à sala de aula, pense se todos podem praticá-la juntos. Esse movimento é muito importante para não limitar o desenvolvimento de nenhum aluno, bem como para favorecer o entendimento sobre as diferenças. 

Em trabalhos em grupo, garanta que os grupos sejam formados de modo heterogêneo; assim os estudantes têm a oportunidade de conhecer e aprender com todos. Para isso, sorteie os grupos, ou forme-os  previamente.

Gostou dessas dicas de como promover a inclusão nos ambientes de aprendizagem e quer ficar por dentro de tudo o que ocorre de mais relevante no mundo da educação? Acompanhe o Portal CER!

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