Inteligência Artificial Generativa na educação: personalização da aprendizagem

Blog Inteligência Artificial Generativa na educação: personalização da aprendizagem

02/05/2024
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Já não é mais novidade que a Inteligência Artificial Generativa (ou GenAI) está transformando o mundo — e isso vai desde a forma como as pessoas interagem à dinâmica do mercado de trabalho e à educação. Neste post, vamos entender melhor sobre uma das principais oportunidades que a GenAI traz para a educação: a personalização da aprendizagem. Acompanhe!

O que é a Inteligência Artificial Generativa

Em linhas gerais, a Inteligência Artificial Generativa é aquela capaz de criar novos conteúdos (conversas, histórias, vídeos, áudios, músicas etc.) a partir de grandes conjuntos de dados. Ela aprende a partir desses dados (identificando estilos, estruturas e padrões) e gera novos conteúdos que se assemelham aos criados por humanos. O próprio ChatGPT é um exemplo de GenAI. 

A personalização da aprendizagem a partir da GenAI 

No artigo “Inteligência Artificial generativa no contexto da transformação do trabalho docente”, da Universidade Federal de Minas Gerais, o autor Eucidio Pimenta Aruda discorre sobre o seu uso na educação: 

“O que uma IA generativa, que apresenta um conteúdo novo baseado nas bases de dados existentes, possui de novidade, sobretudo na área de Educação, é exatamente esta característica de se apropriar dos conhecimentos construídos e acumulados pela humanidade e permitir o apoio a estudantes e/ou professores para obterem respostas que poderiam ser obtidas por outros meios, mas com o dispêndio de mais energia e tempo. […]

Em um contexto no qual a Educação se caracteriza pela produção de conhecimento e que há processos de ensino e de aprendizagem envolvidos em tal processo, é possível perceber que a IA generativa pode impactar significativamente esta área, sobretudo porque uma das principais características destas tecnologias é construir respostas a questões elaboradas por humanos (ou até mesmo por outras IAs). É também neste contexto que emergem questões relacionadas ao trabalho docente, sobretudo sobre as perspectivas que se abrem a respeito de substituições deste trabalho por máquinas treinadas para responderem questões elaboradas por humanos. […]

A IA generativa possibilita uma personalização de aprendizagem, ou seja, um atendimento genérico realizado por máquina, a partir de demandas específicas e individuais de estudantes analisadas por meio de dados de avaliações, documentações produzidas pelos estudantes, erros e avaliações elaboradas. Esta interação pode ser humanizada pelo docente por meio da produção de dados analíticos pela IA que potencialize as práticas pedagógicas, as interações humanas e as estratégias de retenção e constituição de vínculos educativos com estudantes.”

Fonte: https://www.scielo.br/j/edur/a/WMcSGNHJbgMKzh3WgTh4MSb/?lang=pt#

Um dos desafios que o educador encontra em sala de aula é a capacidade de atender às necessidades individuais de cada estudante. É natural que os estudantes tenham ritmos de aprendizagem diferentes, e que cada um lide de uma forma específica com cada estímulo (há quem tenha mais facilidade com textos, enquanto outros preferem vídeos, por exemplo). Sozinho, o professor nem sempre consegue adaptar suas aulas e conteúdos que atendam a todas essas necessidades; e a Inteligência Artificial Generativa pode ser uma aliada nesse sentido.

Suponhamos que o professor vai iniciar um novo plano de aula. Ele pode fornecer para a GenAI (que pode ser o próprio ChatGPT ou mesmo uma ferramenta do Google, que apresentaremos abaixo) as informações sobre o tema, e citar um panorama geral sobre a forma de aprendizagem da turma, solicitando que a ferramenta sugira ou crie materiais personalizados para cada estudantes. Veja um exemplo de comando: 

“Sou professor do [inserir ano] do Ensino Fundamental e dou aulas de [inserir disciplina]. Trabalho com uma turma de [inserir número] estudantes. Tenho diferentes perfis de alunos: alguns que conseguem absorver o conteúdo sem necessidade de uma explicação detalhada, outros que precisam de um contexto mais visual para entender o tema e outros que [inserir exemplos]. Considere que vou começar a falar sobre [inserir tema] e crie ou sugira atividades didáticas que atendam a cada um desses perfis. Considere trabalhar com filmes, vídeos, podcasts, quizzes e textos corridos.” 

Que tal aproveitar para testar e entender como a ferramenta apresenta as sugestões, professor? Copie e cole esse comando, acrescentando as informações específicas sobre a sua atuação (quanto mais específico você for, melhor), e veja como o ChatGPT apresenta as soluções. 

Série de Exercícios do Google Workspace for Education

Em 2023, o Google lançou o “Practice Sets” (traduzido como “Série de Exercícios”) para o Google Workspace for Education. Com ele, por meio da Inteligência Artificial Generativa, os educadores recebem apoio para a personalização da aprendizagem. É possível criar atividades interativas, identificar conceitos que precisam ser aprofundados, saber quais estudantes precisam de mais ajuda e definir planos de aula futuros com insights de desempenho. O artigo do Google explica:

“Cada estudante tem a própria forma de aprender, mas a prática e o feedback específico podem melhorar esse processo. Eles podem usar vários periféricos para fazer as atividades, como mouse, stylus, touchpad ou teclado alfanumérico, dependendo de como preferem trabalhar. Usando as séries de exercícios, os educadores entendem mais rapidamente quais conceitos precisam ser aprofundados e quando é hora de passar para outro assunto. Com isso, eles podem conferir tendências e insights de desempenho que vão ajudar na criação dos próximos planos de aula.”  

Fonte: https://workspaceupdates-pt.googleblog.com/2023/04/disponibilidade-geral-das-series-de.html

>> Leia também: Quais são os impactos da Inteligência Artificial na Educação

GenAI e a Educação Empreendedora: a importância da ética e do pensamento crítico 

Combinando o uso das ferramentas de Inteligência Artificial Generativa e diferentes metodologias da Educação Empreendedora, é possível desenvolver uma série de habilidades e competências nos estudantes (autonomia, criatividade, resolução de problemas e por aí vai). Mas a ética e o pensamento crítico se destacam entre essas habilidades e comportamentos. A professora Martha Gabriel se aprofundou no tema no Talk Show “Aprender para Ser”, do ConecteCER 2023. Confira um trecho: 

“O grande problema que temos em relação ao uso da IA é garantir que aquilo que ela está fazendo é ético, não tem viés, está trazendo justiça e que a gente não está colocando os nossos problemas e os nossos enviesamentos nela. Isso está entre os pontos que o professor tem que desenvolver nos estudantes. […] Tem que garantir que os estudantes estejam entendendo de ética, uso ético, desenvolvimento ético. 

A gente nunca precisou tanto ter pensamento crítico e nunca tivemos tão pouco. Aliás, é isso que nos diferencia das máquinas, e pensamento crítico não é inteligência. […] Você escaneia os dados para saber quais são úteis; você tem que ter lógica, argumentação, retórica; você tem que lutar contra os seus vieses cognitivos, ampliar o seu repertório e balizar isso com os valores humanos. Se você tiver isso, saberá usar todas as outras habilidades: onde aplicar a criatividade, como se adaptar, como usar a tecnologia, qual escolher, etc.

Eu sugiro aos professores que aprendam a utilizar a tecnologia e desenvolvam, ao máximo, o pensamento crítico. Se fizer isso, é possível saber o que fazer em cada momento. O pensamento crítico é focado em avaliar a situação para resolver o problema — e a gente tem um problema novo por dia, por minuto, muda toda hora. Sem pensamento crítico, você fica à deriva nesse mar. Se tem, você traça a rota, sabe aonde tem que chegar.”

Aqui você pode assistir ao Talk Show completo. 

E por aí, você já tem feito uso da IA para otimizar o seu trabalho? Aproveite essa leitura para refletir, entender e testar como ela pode ser útil em seu dia a dia! Lembre-se de que as ferramentas de IA também podem ser benéficas para apoiar o desenvolvimento de habilidades e competências empreendedoras e socioemocionais nos estudantes. 

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