Lifelong Learning: saiba como muda nossa relação com a educação

Blog Lifelong Learning: saiba como muda nossa relação com a educação

18/03/2021
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Sete anos e três meses: esse é o tempo que o brasileiro passa, em média, na escola, segundo dados da UNESCO.
O período é bastante inferior ao de países desenvolvidos como os Estados Unidos, onde a média é de 13,52 anos de escolarização; a Alemanha, que alcança os 14,07 anos, e até mesmo a China, que pertence ao grupo dos países emergentes – o BRICS –, que registra média de 12,04 anos de permanência na escola.
Os dados revelam o longo caminho que o Brasil tem pela frente para conseguir se equiparar ao nível de escolarização dos grandes países – tanto em população quanto em nível de desenvolvimento econômico.
Os debates sobre a Educação e o Trabalho do Futuro, porém, pintam um cenário ainda mais desafiador: aquele em que as pessoas nunca deixarão de estudar.
Mas isso não significa que passaremos toda a nossa vida dentro das escolas.
O conceito de Lifelong Learning, ou Aprendizado ao Longo da Vida, defende modelos de Educação Continuada que vão muito além dos cursos formais ou da sequência ‘graduação – especialização – mestrado – doutorado’.
De acordo com a ideia, é preciso reinventar nosso modelo mental e a forma como lidamos com nosso próprio aprendizado, criando mecanismos para estarmos em constante processo de aprender.

POR QUE O LIFELONG LEARNING É NECESSÁRIO?

Sabe aquele incômodo inicial que costumamos sentir quando atualizamos o sistema operacional do computador ou celular? Tudo é novo e parece menos amigável que a versão anterior, à qual estávamos acostumados, e a impressão é de que não vamos nos habituar novamente.
Uma semana depois, e… voilà… já usamos a plataforma de forma intuitiva e sem muito esforço. Isso se dá simplesmente porque, naquele período, tivemos de desenvolver novas habilidades ou nos acostumar a uma nova forma de executar uma mesma tarefa.
Sem nos darmos conta, somos levados pela tecnologia a nos colocarmos em um estado de constante aprendizado.
É assim com todas as tecnologias e técnicas, desde a invenção do fogo até a realidade virtual dos dias de hoje. Na época em que o telefone ou o automóvel foram inventados, ambos no século XIX, as pessoas se viram obrigadas a repensar as relações entre tempo e espaço e a desenvolver novas formas de se relacionar e de se deslocar.
A chegada do e-mail proporcionou a mesma mudança de paradigma: uma comunicação praticamente instantânea e livre de suporte, como o papel.
No entanto, o espaço entre essas transformações se torna cada vez mais curto, e as mudanças são gradativamente maiores, uma vez que a tecnologia evolui em uma progressão exponencial, como prega a “Lei de Moore”.
Nas últimas décadas, os avanços proporcionados pela democratização do acesso à internet e aos dispositivos digitais tiveram proporções jamais vistas antes na história da humanidade, e a perspectiva é de que as mudanças sejam ainda mais disruptivas nos próximos anos.
Tudo isso impacta a forma como vivemos e pensamos a ideia de carreira profissional e, claro, nosso modelo de aprendizado.
Quando as informações adquiridas há poucos anos já não são mais atuais para os desafios de hoje e tudo o que aprendemos precisa ser ressignificado a todo momento, entra em cena a Educação no mundo 4.0, isto é, uma educação totalmente transformada pela tecnologia e que prioriza o domínio de habilidades como o senso crítico, a criatividade e a inteligência emocional.
Além de novas competências, a era pós-digital demanda que o aprendizado se torne um projeto de longo prazo, e não algo restrito a um período da vida ou à juventude.
O Lifelong Learning é, portanto, uma estratégia voltada à preparação a uma realidade em constante transformação e aos desafios de um futuro ainda desconhecido.

OS BENEFÍCIOS E OS IMPACTOs do lifelong learning

O modelo de ensino formal, nos moldes como está presente atualmente, não garante, necessariamente, que os profissionais estejam prontos para o que o mercado de trabalho espera de um profissional atual, dadas todas as mudanças tecnológicas que acontecem diariamente.
É necessário ter isso em mente para entender que a educação formal vigente não é, e não deve ser, encarada como a única oportunidade de ensino e aprendizado possível para o desenvolvimento das técnicas e habilidades demandadas pelas novas posições de trabalho.
Há de se levar em consideração também o diferencial que possui um profissional que adota um perfil voltado ao Lifelong Learning de um que não o faz.
Com base nesse viés, quando damos um foco para a visão corporativa, essa posição voltada ao ensino continuado, além do desenvolvimento profissional e do aumento de suas competências, garante que haja as chances de uma promoção e, obviamente, de prosperidade dentro do ambiente de trabalho.
E não precisamos focar apenas na visão corporativa e profissional quando falamos sobre Lifelong Learning, pois ele também propicia melhorias nos âmbitos pessoal e acadêmico.
Os benefícios do Lifelong Learning são inúmeros. O fato de ele se diferenciar do modelo de educação formal que nos foi imposto a vida toda e ao qual estamos acostumados já é um grande chamativo. Ele é motivado pelo próprio estudante, sem a obrigação de tarefas e testes limitantes e que travam a vontade da continuação dos estudos.
Dada a sua ideia central de ser uma Educação Continuada, ele se torna flexível e adaptável às vontades, ao tempo e às necessidades do estudante. Isso sem mencionar a versatilidade do espaço físico, uma vez que pode ser realizado em qualquer lugar, desde que o estudante possua as ferramentas necessárias para estudar. Com o Lifelong Learning, é possível ampliar aprendizados da escola tradicional ao longo da vida adulta.

FERRAMENTAS PARA UMA VIDA DE APRENDIZADO

Considerando que as próximas gerações terão, em média, cinco atuações profissionais diferentes no decorrer da vida, será necessário que a educação formal se reinvente também, desde o ensino infantil até a educação superior.
Mas, enquanto isso, ferramentas de aprendizado contínuo são usadas atualmente e tornam-se cada vez mais populares, especialmente entre quem já está no mercado de trabalho e sente a necessidade de atualização constante.
Os cursos livres ou abertos são um exemplo disso, e o crescimento de plataformas como Coursera, Udemy, Khan Academy e Udacity prova que eles vieram para ficar.
Também é possível ver uma demanda cada vez maior por cursos que desenvolvam as chamadas Soft Skills e o surgimento de escolas nada tradicionais, como é o caso da Perestroika e da School of Life.
Em relação aos professores, a formação continuada ganha nova perspectiva e torna-se ainda mais necessária para uma atuação relevante na área da Educação.
Seja como educador, seja como estudante, seja como profissional, os tempos atuais exigem uma busca constante por alternativas de atualização do conhecimento diante das novas tecnologias.
Depois de todas as informações sobre o Lifelong Learning, que tal colocá-lo em prática? O primeiro passo para isso é o desprendimento do ensino formal que você precisa ter em mente. Hoje em dia, há diversas opções de cursos rápidos, webnars (ou seminários on-line), aulas e palestras, e muitos deles não necessariamente são pagos, o que é um impulso a mais para começar, não é mesmo? Entre você também no mundo do Lifelong Learning!
Para entender mais dos desafios que as organizações e a Educação têm no mundo digital, confira a entrevista com a estrategista de Inovação Jaqueline Weigel.
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