A metodologia de rotação por estações combina espaços, ferramentas e estilos visando otimizar o aprendizado. Cada pessoa compreende e retém melhor o conhecimento de uma forma; por isso, apresentar um leque diverso de possibilidades, aumenta a capacidade de absorção.
Há pessoas, por exemplo, com uma memória visual mais apurada – em razão disso, atividades de anotações, mapas mentais e desenhos contribuem para maior fixação.
Outros estudantes podem ter uma memória mais mecânica; assim, a pesquisa ativa, a redação de textos e a transcrição de trechos serão formatos mais favoráveis ao aprendizado deles. E tem quem memorize bem simplesmente ouvindo, e por aí vai.
Essa é uma das razões da importância de incluir no seu planejamento pedagógico atividades diferentes.
Para saber como aplicar a metodologia de rotação por estações, leia este post até o fim!
Trata-se de uma técnica de ensino híbrido, que combina momentos online e offline, em que a turma é distribuída em grupos e em estações para trabalhar um tema de forma autônoma e independente e com recursos distintos.
Cada grupo recebe uma tarefa diferente, e a ideia é que os grupos rotacionem por essas atividades.
Em todas as estações, o estudante aprende algo sob uma perspectiva diferente e com a aplicação de recursos variados – assim, ele percorre as estações como se fosse um circuito.
Portanto, na técnica de rotação por estações, ao menos em uma estação, e por ser uma estratégia de ensino híbrido, será utilizado no mínimo um recurso tecnológico com conexão online.
Afinal, esta é a definição de ensino híbrido – mesclar momentos online com momentos presenciais. Esse modelo ficou muito popularizado durante a pandemia do coronavírus; no entanto, ele existia anteriormente.
A presença de momentos online tem como vantagem educar o estudante a empregar as tecnologias disponíveis a favor do seu desenvolvimento pessoal e para uma finalidade que vá além do lazer. É uma maneira de incentivar a autonomia e a responsabilidade. Afinal, o estudante terá uma tarefa e um tempo determinado, precisando se organizar para o cumprimento dessa.
Dependendo da forma como for organizado esse momento online, o estudante poderá escolher como ditar o seu ritmo e qual a melhor forma de seguir para aprender.
Já no momento offline, ele terá a oportunidade de ouvir as instruções do professor, de compartilhar com os colegas e de manter interação social.
Ambos os momentos – online e offline – ocorrem dentro da escola.
Um dos objetivos é contemplar todos os estilos de aprendizagem: visual, auditivo, cinestésico e também leitura e escrita.
Por isso, é importante que esses recursos estejam bem distribuídos nas estações. Pode ser que uma mesma estação faça uso de dois recursos.
O trabalho em cada estação deve ter começo, meio e fim e ainda autonomia, e cada desafio deve ser resolvido de forma independente. A proposta é que os conteúdos online e offline se conectem.
Normalmente, a metodologia de rotação por estações abarca quatro grandes momentos. São eles:
Em que a dinâmica é explicada e são passadas as instruções.
Em pelo menos uma estação, é interessante que os grupos trabalhem de forma conjunta, construindo uma pesquisa ou interagindo.
Em algum momento, vale a pena incentivar o estudo individual e autoguiado, valendo-se dos recursos disponibilizados nas estações.
É a etapa de sistematização da dinâmica, que pode ser utilizada para se mensurar resultados, engajamento, avaliação e até mesmo fazer uma discussão de encerramento sobre a aprendizagem.
Agora que você certamente entendeu como funciona o método de rotação por estações e seus principais objetivos, fizemos um passo a passo para ajudar a colocar tudo em prática.
Pense na quantidade de estudantes ideal para cada grupo e na quantidade de estações que você está apto a estabelecer.
O número de estudantes por grupo pode variar conforme o tamanho da turma; se possível, forme grupos menores – de até 5 pessoas.
E o número de estações depende também dos recursos que serão empregados e do espaço físico disponível.
Assim, será possível escolher as estações e os temas.
O segundo passo é realizar previamente o planejamento didático da aula.
Escolha o tema central – todas as estações vão abordar subtópicos de um mesmo tema central de forma diferente.
Cada estação deve ter uma atividade independente – com começo, meio e fim. Portanto, a estação 2 não pode depender do tema da estação 1; afinal, cada grupo começará de um ponto diferente.
Selecione um objetivo pedagógico, os recursos que serão utilizados e as metodologias.
Lembre-se de incluir métodos diferentes, contemplando ao máximo a diversidade de perfis dos estudantes e de forma inclusiva. Portanto, disponibilize formatos variados: leituras, áudios, vídeos, imagens, material tátil, tecnologia. Cada estação pode contar com mais de um desses formatos.
Não se esqueça também de levar em consideração o tempo que será necessário e se esse está compatível com o calendário escolar. Isto é, a aplicação do método de rotação por estações não pode atrapalhar o bom acompanhamento do restante do planejamento didático.
O ideal é que o tempo de trabalho de cada estação seja bastante similar. Assim, em uma estrutura de rotação, fazer com que os grupos troquem de estação será mais fácil.
Uma vez definidos os recursos a serem utilizados, agora é hora de selecioná-los para colocar em prática. Pense o que é possível dentro da sua realidade.
Se for usar vídeos e áudios, por exemplo, pode ser necessário fones de ouvido, para que uma estação não atrapalhe a dinâmica da outra – os podcasts podem ser recursos interessantes. Ou pode ser que você consiga utilizar esses recursos mesmo que de forma offline.
Dependendo das regras da instituição e da idade dos estudantes, é provável que eles usem o próprio aparelho de celular.
Pense se vale a pena usar livros extras como fonte de pesquisa para os grupos.
Uma preocupação é pensar qual será a forma de sinalização de tempo para os grupos. Isso para que eles consigam fazer uma autogestão e cumprir com as atividades planejadas de cada estação.
Um momento de fechamento é importante para entender como foi a experiência da turma, visando identificar quais as dificuldades encontradas e como foi o engajamento.
Agora é hora de colocar tudo isso em prática! E, se precisar de ajuda na hora de escolher a forma de avaliação, acesse este conteúdo.