A importância das metodologias ativas na Educação Empreendedora

Blog A importância das metodologias ativas na Educação Empreendedora

05/08/2022
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A autonomia e o protagonismo dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem fazem toda a diferença no resultado – e, claro, tornam a trajetória em si muito mais consistente. E é exatamente este o papel das metodologias ativas: colocar os educandos como agentes ativos do próprio desenvolvimento.

Para entender a importância que elas têm na Educação Empreendedora, os seus benefícios e a forma como os dois assuntos se encontram, conversamos com o professor e designer de Experiência de Aprendizados Daniel Lopes. Confira! ( colocar foto e currículo do Daniela ao final – as informações da entrevistas sobre os autores não está legal no inicio)

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Uma das premissas da Educação Empreendedora é formar jovens preparados para gerarem valor ao mundo. Como as metodologias ativas podem contribuir nesse sentido?

Posso afirmar que, além das metodologias ativas promoverem uma melhor experiência de aprendizado – o que por si só já transformaria a percepção do estudante e sua relação com o mundo –, a prática promove o desenvolvimento de competências fundamentais para a Educação Empreendedora, como aprender a buscar informações, ter comprometimento, ser persistente e promover a independência e autoconfiança do estudante.

Na mesma lógica, a Educação Empreendedora busca desenvolver a criatividade dos estudantes para serem capazes de solucionar diferentes desafios ao longo da vida. As metodologias ativas podem ajudar nesse cenário?

Sim, com certeza. Estimular o estudante a construir o próprio conhecimento é fundamental para que ele possa, no futuro, buscar ampliar o seu repertório de ideias, conhecimentos e experiências que funcionaram ou não. “Aprender a aprender” só enriquece o indivíduo, preparando-o para os desafios da vida.

Entre as metodologias ativas comumente utilizadas – Aprendizagem Baseada em Projetos, sala de aula invertida, gamificação, educação maker, design thinking –, você acredita que algumas funcionam melhor do que outras para determinados objetivos ou não deve haver essa especificação?

Ainda que seja uma inquietação de uma boa parte de nós, professores, encontrar estruturas prontas que nos auxiliem no dia a dia, não há uma receita pronta. É preciso que se conheça cada método ou ferramenta e sua aplicabilidade em sala de aula, mas sem deixar de entender os estudantes com os quais você está trabalhando. Em outras palavras, um mesmo conteúdo aplicado em turmas diferentes pode necessitar de recursos diferentes ou, até mesmo, a combinação desses métodos.

A tecnologia – e sua presença cada vez mais forte na educação – favoreceu a aplicação de metodologias ativas? Por quê?

Sim, vejo que a utilização de alguns recursos tecnológicos aproximou os alunos de seus professores. Apesar de, segundo os dados da última pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), termos mais de 90% dos estudantes no Brasil com acesso à internet, dos 10 aos 34 anos, até antes da pandemia era um pouco irrelevante o uso de tecnologia em sala de aula. Essa utilização ampliou as possibilidades de aplicação de metodologias ativas e suas formas de aplicação. Por exemplo, a adesão da metodologia de sala de aula invertida foi potencializada – os alunos têm acesso a todos os materiais, previamente publicados on-line. Também expandiu a gama de conteúdos: textos, vídeos, podcasts. O professor ainda pode preparar um questionário com correção automática, favorecendo o estudo autodirigido.

A tendência das escolas em todo o país é passar a utilizar metodologias ativas como um recurso de educação ou pensa que essa realidade está distante?

Ainda que uma coisa não esteja totalmente relacionada à outra – digo, o uso de metodologias ativas e a infraestrutura básica das instituições – posso afirmar que ainda estamos longe da totalidade. A educação no Brasil passa por um momento delicado, já que faltam condições básicas para funcionamento. Sendo assim, a adesão desses métodos acaba sendo muito mais uma iniciativa dos professores do que uma busca das instituições em promover as mudanças necessárias.

Pensando em uma instituição escolar que ainda não faz uso das metodologias ativas, há um caminho “certo” para começar? Qual a sua recomendação?

Como qualquer projeto de mudança, é preciso saber quais são os objetivos, estabelecer um planejamento e informar todos os envolvidos. Depois, é fundamental capacitar o corpo docente e promover ações que reforcem o uso efetivo em sala. Outro ponto importante é ensinar os estudantes a estudar. É uma mudança que não deve ocorrer dentro, mas fora de sala aula, e para isso é necessário envolvê-lo e fazer com que ele compreenda a sua responsabilidade. Por fim, entendo que seria a mudança dos planos escolares.

Como acredita que as metodologias ativas contribuem para o desenvolvimento dos professores?

Primeiro é importante dizer que nenhuma mudança é fácil. Contudo, hoje vivemos em um mundo bem mais complexo e globalizado. É fundamental que os professores entendam que o seu papel e as suas abordagens em sala de aula também precisam mudar. Adotando metodologias ativas, o professor passa a preocupar-se muito mais em como promover experiências de aprendizado efetivas do que em cumprir o plano de aula e todo o conteúdo planejado.

No mesmo sentido, você enxerga a contribuição dessa ferramenta contribuindo também para os outros membros da comunidade escolar (gestores, equipe administrativa e família, por exemplo)?

Creio que, a princípio, gestores e a equipe administrativa não percebem os resultados de forma positiva. Na verdade, haverá um aumento do trabalho e dos investimentos. No caso da família, penso que serão perceptíveis as mudanças de comportamento e o envolvimento com as atividades escolares.

Como pensa que elas podem contribuir para o desenvolvimento das competências socioemocionais dos estudantes?

É importante explorar conscientemente as atividades e tentar de alguma maneira passar por todas. Por exemplo, ao elaborar uma atividade de Aprendizagem Baseada em Projetos, você está, de certa forma, promovendo as habilidades de relacionamento, autogestão e tomada de decisão do aluno. Entretanto, busque outras alternativas que possam desenvolver a consciência social e a autoconsciência. O conjunto de atividades é o que fortalece as competências socioemocionais do estudante.

Quais materiais você indica para quem quer saber mais sobre o tema?

Em primeiro lugar, eu sugiro acompanhar o Portal CER, espaço em que há conteúdos interessantes sendo produzidos constantemente. Tenho também duas indicações de livros: um que é um guia bem interessante escrito por Andrea Filatro, “Metodologias inov-ativas: Na educação presencial, a distância e corporativa” e outro, de autoria de Rose Mary Lopes, que é o “Educação Empreendedora: modelos, conceitos e práticas“.

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