Microescolas: o que são e como funcionam

Blog Microescolas: o que são e como funcionam

22/07/2022
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O mundo evolui, e todas as áreas da vida acompanham – relações interpessoais, mercado de trabalho e, claro, a educação. Nesse cenário de expansão, em que há uma exigência quase silenciosa de novas abordagens e modelos, surgem as microescolas. O que são, como funcionam e como podem beneficiar os estudantes? Aprofundamos no assunto e respondemos a essas e a outras perguntas neste post, além de trazer falas de especialistas e mostrar como a Educação Empreendedora se encaixa no modelo. Acompanhe!

Qual conceito está por trás das microescolas?

Elas foram tema da Bett Brasil 2022, uma das maiores feiras de tecnologia e educação da América Latina, no painel “Gestão de Microescolas Inovadoras”.

Na publicação no site do evento, o depoimento do Thiago Almeida, empreendedor, fundador e diretor executivo da Escola Hub, fazendo a ressalva de que é preciso entender que há uma diferença entre uma escola pequena e uma microescola. Segundo ele, “o movimento de microescola tem uma lógica de se organizar de uma forma diferente e de propor um aprendizado diferente”. O empreendedor justifica que “micro” não se relaciona ao tamanho, mas sim à estrutura organizacional e às práticas adotadas, priorizando pedagogias inovadoras e maior acessibilidade. “[Tem o intuito de] Ter mais capilaridade, de estar presente em lugares onde, talvez, a maioria das escolas não pretende ir porque não tem demanda para fazer escola para mil alunos”. Ele também reforça que se trata de uma aprendizagem colaborativa, investigativa e criativa, sempre com foco no desenvolvimento das habilidades socioemocionais – com o intuito de os estudantes se desenvolverem com “autonomia intelectual, de pensamento crítico verdadeiramente sólido, de atitude empreendedora e com a competência de aprender a aprender”.

Outro exemplo trazido no mesmo texto está na fala de Paulo Pinheiro, fundador da escola Alicerce Educacional – uma empresa de impacto social com mais de 80 unidades no Brasil, que trabalha conceitos inovadores e eficientes em educação e tem resultados comprovados em mais de 10 mil alunos. Pinheiro ressalta que é um modelo em que as funções de diferentes profissionais se “atravessam”, mas de uma maneira positiva. Segundo ele, “o gestor administrativo da minha unidade tem que ser pedagógico, e os professores têm que ser um pouco administrativos também. Uma equipe única, que olhe de forma integral para toda a organização daquele espaço, porque tudo ali tem um papel voltado para a aprendizagem”. Ele afirma ainda que, entre os desafios nesse modelo de microescola, há a divisão entre a gestão do negócio e a gestão da aprendizagem. Segundo ele, a diferença entre a escola tradicional – que tem a separação entre o pedagógico e o administrativo – é enorme. “Quando você vai para essa mentalidade de organização microescolar, você tem que ser uma coisa só, porque tudo está ligado. Não tem um currículo de estanque padronizado que é uma coisa alheia à organização escolar”, conta.

O conteúdo completo da matéria pode ser visto no site da Bett Brasil, clicando aqui.

Embora a internet tenha poucos materiais sobre o tema, em 2019 o conceito das microescolas já era conhecido e foi pauta da coluna de Patricia Lobaccaro em seu artigo de opinião publicado no UOL. Além de explicar a pertinência do modelo, ela fala como em outros países o conceito já é uma realidade. Confira:

Todos sabem que o modelo de escola tradicional tem sentido o peso do tempo e não mais atende às necessidades dos alunos no desenvolvimento das competências necessárias para os dias de hoje. Nossos alunos não estão aprendendo. Há um distanciamento entre a escola e a vida real. Muito tem se falado sobre a necessidade de personalizar a educação, de ressignificar o papel do professor, de investir em ferramentas de autoconhecimento e desenvolvimento de competências socioemocionais e de criar alternativas para esse modelo de educação atual.

Nos Estados Unidos um novo formato de escolas tem despertado interesse de pais, alunos e de investidores, as chamadas micro-schools, ou microescolas, que são escolas com modelo de educação alternativas que misturam faixas etárias diferentes na sala de aula, têm flexibilidade no currículo, são adaptáveis às realidades locais e oportunizam a experimentação de soluções de aprendizagem inovadoras. O conceito vem ganhando força e atraindo investimentos de grandes fundações como a Walton Family Foundation, que  anunciou aporte de 15 milhões de dólares para financiar inovações no campo das microescolas. Não é somente nos EUA que as microescolas estão ganhando momentum, experiências similares também estão sendo implementadas com sucesso na China e na Índia.

Fonte: https://patricialobaccaro.blogosfera.uol.com.br/2019/12/01/microescolas-e-alternativas-educacionais-para-o-brasil/

A publicação “Microescolas: novo modelo com foco em habilidades atrai famílias” do portal Geekie, escrita pelo especialista em empreendedorismo educacional Thiago Chaer, pontua a principal característica dessas instituições, que vai ao encontro do artigo que citamos acima: a capacidade de se adaptar à realidade local, criando a oportunidade de trabalhar soluções inovadoras no processo de ensino-aprendizagem e possibilitando a “avaliação qualitativa do resultado educacional de forma sistêmica: criança-família-sociedade-educação”. Segundo ele, essa “adaptabilidade” no contexto escolar se manifesta com base em três características:

“Ágil na tomada de decisão – Isso significa que elas conseguem responder prontamente às necessidades de pais, alunos e professores.

Sustentável – Escolas que sempre operam com custo baixo de implementação e operação.

Arrojada – É uma escola que está sempre se reinventando para atender às novas gerações.”

Fonte: https://www.geekie.com.br/blog/micro-escolas

As microescolas e a Educação Empreendedora têm a ver?

Sem dúvidas, a Educação Empreendedora e a proposta das microescolas estão diretamente ligadas.

Ao longo do texto e dos depoimentos que levantamos aqui, citamos alguns termos e conceitos que são premissas já conhecidas e adotadas na Educação Empreendedora – fundamentais para a formação de jovens com esse perfil. Dentre elas, o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, a personalização do ensino, a aprendizagem colaborativa, a autonomia dos estudantes, a ressignificação do papel do professor, o trabalho do autoconhecimento e por aí vai.

Neste vídeo da Nova Escola, plataforma digital que produz conteúdo para a comunidade escolar, a gerente pedagógica da instituição, Ana Ligia Scachetti, resume bem a proposta. Segundo ela, o “trabalho com a Educação Empreendedora na escola colabora para que, no futuro, esse estudante esteja mais preparado para tomar boas decisões em relação à sua vida, à sua trajetória de trabalho, à sociedade em que vive, à comunidade em que está inserido e possa agir de maneira mais respeitosa e consciente em todos os ambientes”.

E você? O que acha do conceito das microescolas? Acompanhe o Portal CER e fique por dentro de todas as tendências do universo da educação.

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