Movimento maker: o que é e como ele pode ser aplicado na educação

Blog Movimento maker: o que é e como ele pode ser aplicado na educação

29/09/2021
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Você já ouviu falar em movimento maker? Essa é uma tendência que cresce acentuadamente no Brasil e no mundo. Trata-se de um canal importante para a Educação Empreendedora, já que tem base sólida na troca de experiências e na prototipação.
Alguns integrantes do movimento (chamados de “makers” ou “fazedores”) acreditam que esta é uma nova Revolução Industrial baseada na colaboração e na liberdade criativa.
Vamos entender um pouco mais o conceito, os benefícios e também como é possível implementar essa cultura em sala de aula.

O que é o movimento maker?

O movimento é uma evolução da cultura DIY (“do it youself”; em português “faça você mesmo”). Fundado em 2005 com o lançamento da revista Make Magazine, tal movimento parte do princípio de que qualquer um pode criar, fabricar, alterar e construir o objeto que quiser com as próprias mãos.
O avanço da tecnologia fez com que muitas etapas dos processos de criação fossem deixadas de lado. Por mais que as ferramentas tenham tornado os procedimentos mais ágeis e fáceis, a robotização fez com que as pessoas perdessem a noção de sua capacidade.
Desse modo, a cultura maker tem como objetivo trazer de volta a noção de capacidade que todos podem ter de criar e construir conhecimento, e não consumi-lo pronto. Assim, é preciso criar caminhos para que todos coloquem a “mão na massa” e voltem a compreender as aptidões.
Na escola, o movimento pode trabalhar o reconhecimento da capacidade criativa, colocando o estudante como protagonista. Os jovens são curiosos, e a implementação dessa cultura desde o início do aprendizado fará com que eles se tornem adultos aptos a trazer transformações importantes para a sociedade.

Qual a ligação com a BNCC?

Todo o trabalho de desenvolvimento e reconhecimento das capacidades estão de acordo com a premissa da BNCC, que apresenta dez competências essenciais para a formação do estudante.
A autonomia, o pensamento crítico e a busca ativa por conhecimento e resolução de problemas também podem ser vistos no movimento maker. As atividades de criação e transformação de elementos soltos em objetos úteis se encaixam nos moldes das metodologias ativas.
Os professores podem aliar toda a base curricular estabelecida pela BNCC e então criar caminhos para que os estudantes coloquem algo em prática, aumentando ainda mais o engajamento escolar.
Diante disso, o movimento maker é visto como uma prática que colabora diretamente com a construção do conhecimento em conjunto com o desenvolvimento de habilidades e competências, dando um significado ao aprendizado.

Quais os benefícios da aplicação nas instituições?

O movimento maker pode proporcionar muitos benefícios aos estudantes e também aos professores. Mas, para que todos possam colher os frutos, é importante que os educadores entendam que essa é uma metodologia livre, na qual o processo de aprendizagem é o principal destaque.
Desse modo, os benefícios serão coletivos, e toda a comunidade escolar tende a crescer com a implementação do movimento. Os estudantes terão a liberdade para conduzir o próprio aprendizado, podendo também otimizar os seguintes aspectos:
  • Trabalho em equipe e desenvolvimento das relações interpessoais.
  • Liderança, criatividade e proatividade.
  • Capacidade empreendedora estimulada.
  • Trabalho de competências socioemocionais, dando um diferencial para o estudante quando esse chegar ao mercado de trabalho.
  • Possibilidade de incluir a presença dos pais no ensino.
  • Aumento da motivação para a busca ativa por conhecimento.
É possível ainda destacar que todo o trabalho feito em sala de aula pode ser transformado em projetos que tragam melhorias à comunidade. Os professores devem incentivar os alunos a desenvolver ferramentas ou objetos que possam sanar algum problema encontrado no ambiente em que eles vivem.
Tudo isso trará um incentivo maior ao estudo e ainda deixará claro ao estudante a importância da iniciativa dele e de ser o dono da própria história.

Como implementar o movimento maker?

Agora é evidente que a implementação da cultura maker nas escolas é indispensável à formação de cidadãos críticos e com uma visão ampla sobre a sua capacidade.
Como as instituições, porém, podem começar a montar planos de ações que visam à implementação do movimento?
O primeiro passo é ter conhecimento apurado sobre o conceito e então buscar formas de adequá-lo à realidade da escola.
O segundo ponto é a profissionalização dos professores. A inserção de métodos práticos aos moldes tradicionais do ensino requer muito cuidado e trabalho vindo dos educadores. As instituições podem trazer treinamentos a fim de que os professores estejam preparados para orientar os jovens nas práticas e nos processos criativos.
Com toda a equipe escolar preparada, é necessário criar ambientes em que a metodologia possa ser aplicada. A criação de um espaço maker pode ser um ótimo caminho para a implementação. O ambiente será personalizado e dotado de ferramentas tecnológicas que sirvam de apoio para que os estudantes consigam colocar a “mão na massa” e ter a clareza sobre o próprio aprendizado.

Exemplo prático de implementação: conheça o makerspace da Ross School

A escola está localizada em East Hampton, cidade próxima a Nova York. Toda a gestão escolar desenvolveu um currículo próprio que faz com que o estudante passe por uma espiral de aprendizado, contando com diversos espaços, a fim de que os estudantes, além da teoria, vivenciem a prática.
Eles perceberam que a inclusão do movimento maker no currículo foi capaz de desenvolver múltiplas inteligências, mostrando aos estudantes a existência de diversos caminhos para demonstrar as habilidades e os conhecimentos.
Foram criados estúdios de dança e performance, oficinas de trabalho que utilizam materiais como metal e madeira, além de laboratórios de inovação. A tecnologia está sempre presente, otimizando os processos e engajando ainda mais os estudantes.
O exemplo apresentado é uma forma de inspiração para que os gestores educacionais possam buscar alternativas de incluir o movimento maker no currículo escolar. O CER disponibiliza diversos conteúdos que demonstram como as múltiplas realidades das instituições conseguiram trazer métodos inovadores ao aprendizado.
Aproveite para conhecer um pouco mais sobre Ross School e comece a pensar hoje mesmo a criar estratégias a fim de que a cultura maker faça parte da sua instituição.

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