O que esperar do novo ensino médio?

Blog O que esperar do novo ensino médio?

28/09/2020
Compartilhe este conteúdo

Se você é estudante, já deve ter perguntado a si mesmo  como será o novo ensino médio, certo? É cada vez mais importante que as escolas dialoguem e acompanhem as transformações do mundo. Isso para preparar os jovens para que façam parte de uma sociedade mais dinâmica e de um mercado de trabalho desafiador. É preciso corresponder às necessidades de estudantes, como você, que vivem agora em uma era totalmente digital e cheia de inovações constantes.

O mundo mudou. Está mais diverso, complexo, dinâmico e com novas profissões que surgem num ritmo crescentemente ágil. E aquela escola tradicional, com metodologias sustentadas pelas práticas do século XIX, não corresponde mais à expectativa de jovens que estão conectados digitalmente e sedentos por informação.

E, com o objetivo de diversificar essa etapa do ensino, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o próprio Plano Nacional da Educação (PNE) estabeleceram novos rumos para os três últimos anos da Educação Básica.

Acompanhe o conteúdo em busca de desvendar como será o novo ensino médio e o que você poderá esperar dele.

 

O que é o novo ensino médio?

O ensino médio é a etapa mais desafiadora da Educação Básica brasileira. Existem altos índices de alunos que não concluem os estudos no Brasil e baixas taxas de aprendizado. No decorrer dos últimos anos, cresceu o número de jovens desinteressados por dar continuidade a seus estudos após o término do ensino fundamental.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), em relação a jovens na faixa de 15 a 17 anos, cerca de 11,8% deles estavam fora da escola. Esse número equivale a praticamente 1,1 milhão de adolescentes.

Com base nisso, o Ministério da Educação propôs mudanças significativas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, como também na estrutura do ensino médio. A ideia é ampliar o tempo mínimo do estudante na escola. Isto é, de 800 horas para 1.000 horas anuais (até 2022), estabelecendo uma organização curricular mais flexível, que contemple uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a proposta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, além de uma estrutura básica. 

A partir de agora, os ajustes e a implementação desse novo ensino médio entram em vigor e precisam ser feitos até 2022. No entanto, ainda em 2020, muitas escolas começarão projetos piloto em suas turmas, seguindo as diretrizes desse novo sistema. Mas o que vai mudar na prática pra você?

Bom, essa mudança curricular, apesar de desafiadora, será muito empolgante! Uma das grandes apostas do novo ensino médio é a flexibilidade, ou seja, de forma consciente e responsável, o aluno poderá escolher um percurso de aprendizado que dialogue com seus interesses, anseios e aptidões.

 

Entenda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

A Nova Base estabelece que o ensino médio seja organizado em quatro áreas de conhecimento, algo bem parecido com o Enem. Dentro dessas quatro macroáreas, as únicas disciplinas obrigatórias durante os três anos serão Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Matemática. Além disso, a definição dos currículos ficará por conta das Secretarias de Educação de cada Estado e das escolas.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que prevê a aprendizagem essencial que todo estudante brasileiro, de escolas públicas e privadas, deverá desenvolver ao longo da Educação Básica. É esse documento que define as competências e as habilidades que os alunos precisam aprender em cada série do ensino médio.

A proposta da BNCC é garantir a todos os estudantes, de instituições públicas e privadas, aprendizagens comuns e obrigatórias, que vão prepará-los para o mercado de trabalho e permitir-lhes também pleno exercício da cidadania. O documento é bastante inovador e proporcionará uma educação mais personalizada, digamos.

E tem mais! Tal modelo de organização por áreas de conhecimento estimulará novos formatos de ensino e interdisciplinaridade. Sendo assim, a proposta é que as aulas sejam menos expositivas e muito mais dinâmicas e criativas. Haverá transformação na forma de ensinar e de aprender; sendo assim, serão aplicadas metodologias ativas de ensino que convidem os estudantes a resolver problemas reais, recorrendo aos conhecimentos previstos na BNCC.

 

E como isso vai ser interessante na prática?

Você e seus colegas farão mais oficinas, projetos e atividades para ficarem ainda mais conectados com os conhecimentos de um jeito novo, totalmente prático e ativo. É importante destacar também que a BNCC não excluirá as disciplinas, mas oferecerá esses conhecimentos de forma diferenciada.

Ou seja, obrigatoriamente, os currículos de todas as escolas ainda deverão incluir o ensino de habilidades e competências relacionadas à Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Química, Física, Biologia, Educação Física, Artes, Sociologia, Filosofia e Inglês Cabe a você, porém, escolher algumas delas para se aprofundar. 

A carga horária da Formação Básica deve ter até 1.800 horas, e a carga horária restante (1.200 horas) deverá ser destinada aos Itinerários Formativos, espaço de escolha dos estudantes.

 

O que são Itinerários Formativos?

A flexibilização na grade curricular fará com que você possa escolher a área de conhecimento na qual deseja se aprofundar. Esses são os Itinerários Formativos.

O objetivo desses Itinerários Formativos é atender às pluralidades das escolas. Afinal, cada jovem possui um histórico e destino distintos. E os Itinerários serão como trilhas para  que você os encaminhe de acordo com o seu propósito. Mas não se preocupe: nesse trajeto você não estará sozinho, já que ele será feito em conjunto com a escola e ainda haverá bastante orientação.

As escolas deverão traçar estratégias para orientação vocacional-profissional dos alunos. E será obrigatório que elas criem espaços e tempo de diálogo com os jovens a fim de que eles possam avaliar seus interesses, entender cada uma das alternativas e, a partir daí, desenvolver sua trajetória de vida.

A ideia é fortalecer o protagonismo juvenil na medida em que possibilita aos estudantes escolher o Itinerário Formativo no qual desejam aprofundar seus conhecimentos. Um currículo que contemple uma formação geral, orientada pela BNCC, e pelos Itinerários Formativos, contribuirá para o maior interesse dos jovens em acessar a escola e, consequentemente, para sua permanência e melhoria dos resultados da aprendizagem.

Além de favorecer uma opção mais direcionada, o novo ensino médio auxiliará no desenvolvimento de habilidades. Ser mais cooperativo, saber expressar e defender suas ideias, perceber, respeitar e observar o mundo ao seu redor, fazer uso adequado das tecnologias e usufruir delas para o conhecimento, dentre tantas outras vantagens.

Por fim, as escolas de ensino médio terão autonomia para definir, de acordo com a realidade local, quais Itinerários Formativos vão ofertar também.

Há ainda um longo caminho a ser percorrido, mas diversas escolas começaram a implementar tais mudanças, como é o caso do Governo de São Paulo, o primeiro Estado do Brasil a homologar o novo currículo.

As mudanças do novo ensino médio são positivas e poderão transformar a vida dos estudantes. Fortalecendo suas aptidões e desenvolvendo habilidades que posteriormente serão importantes em relação ao mercado de trabalho. 

 

Gostou do conteúdo? Veja como escolher um Itinerário Formativo!

Compartilhe este conteúdo

Assine a Newsletter

Fique por dentro de todas as novidades