As oficinas pedagógicas têm um papel muito importante na formação dos estudantes. Isso se deve, em especial, ao fato de que ela proporciona a vivência propriamente dita de determinada situação – fugindo um pouco do modelo tradicional do processo de ensino-aprendizagem, que leva em conta majoritariamente o aspecto cognitivo. Vamos entender melhor o que são, quais os seus benefícios e um passo a passo para planejá-las? Acompanhe!
Antes de trazermos a definição, precisamos ter conhecimento do que a ciência diz acerca do aprendizado. A pirâmide da aprendizagem do psiquiatra americano William Glasser é famosa e conhecida por trazer, em formato de pirâmide, as maneiras mais eficazes do aprendizado, da seguinte forma:
[aprendemos] 10% quando lemos
[aprendemos] 20% quando ouvimos
[aprendemos] 30% quando observamos
[aprendemos] 50% quando vemos e ouvimos
[aprendemos] 70% quando discutimos com outros
[aprendemos] 80% quando fazemos
[aprendemos] 95% quando ensinamos aos outros
Tendo essa pirâmide em mente, vamos à definição. As oficinas pedagógicas nada mais são do que um modelo de processo educativo: trata-se de atividades práticas e coletivas que promovem, com base em um tema, um momento de interação em grupo – por meio de situações concretas e significativas, desenvolvendo diferentes habilidades e conhecimentos. Os temas podem variar e ir de uma ponta a outra: música, jogos, brincadeiras, contação de histórias, gastronomia, artes, esportes e por aí vai.
Quando pensamos nesse conceito, é fácil fazer a relação com a base da pirâmide de Glasser, certo? Já que, nas oficinas, além de discutir com os outros (eficácia de aprendizagem de 70%) e fazer (eficácia de 80%), a troca em grupo permite ensinar aos outros (eficácia de 95%).
O artigo “Oficinas de Aprendizagem: um olhar interdisciplinar sobre dificuldades na aquisição da linguagem escrita no contexto escolar“, publicado na Feevale e redigido por Virginia Dornelles Baum e Clarice Lehnen Wolff, descreve a aplicação de oficinas pelas autoras para os anos iniciais do Ensino Fundamental no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS). O modelo foi proposto valendo-se do diagnóstico de dificuldade de crianças em áreas específicas, como a organização textual e o domínio ortográfico. O texto explica como as oficinas pedagógicas foram desenvolvidas e revelam o seu sucesso. Por fim, nas considerações finais, são compiladas a importância e os benefícios da prática. Confira alguns trechos:
Caso tenha interesse em ler os detalhes do desenvolvimento do projeto, desde a sua criação à execução e aos resultados, veja o artigo na íntegra clicando aqui.
Preparamos um passo a passo que pode guiar o planejamento de uma oficina pedagógica. Eles podem ser adaptados de acordo com a realidade de cada instituição escolar e faixas etárias, claro, mas seguir esse escopo faz a diferença para uma estrutura eficiente. Vamos lá!
Antes de qualquer coisa, defina um objetivo. O que motiva o desenvolvimento dessa oficina? Transmitir um novo aprendizado? Apresentar plataformas? Orientar sobre técnicas? As possibilidades são infinitas, mas o mais importante é ter esse objetivo bem definido.
Se você é um educador e quer ministrar uma oficina pedagógica exclusivamente para uma turma, esse passo está fácil de ser concluído. Mas a situação pode ser diferente e abranger estudantes de outras salas – nesse caso, é importante limitar a quantidade e entender como os estudantes serão selecionados.
É fundamental que a oficina seja realizada dentro da previsão estabelecida. Se tem um tempo X disponível, pense em atividades que poderão ser executadas com eficiência nesse tempo. Caso contrário, os estudantes podem sair com mais dúvidas.
Ainda que esse passo pareça óbvio, é fundamental desenhar as atividades a serem realizadas na oficina pedagógica, eliminando aquelas que podem fazer o tempo ser desperdiçado.
Por ser uma iniciativa majoritariamente prática, como o nome “oficina” sugere, é fundamental que as atividades sejam envolventes e instigantes o suficiente para captar a atenção dos participantes.
Tendo as atividades definidas, é relevante sinalizar os recursos e as ferramentas necessários para cumpri-las. É necessário também fazer uma revisão criteriosa desse item, já que a falta das ferramentas pode comprometer todo o andamento da oficina, a depender do tema.
Depois de terminar a oficina pedagógica, é o momento de provocar a reflexão. O que os estudantes não sabiam e passaram a saber depois de participar da ação? Sugira uma comparação entre esse antes e depois. Isso pode ser feito de formas diferentes: desde uma roda de conversa até a elaboração de um texto ou de uma peça audiovisual, por exemplo. Vale soltar a criatividade. O importante é entender o conhecimento adquirido e a eficiência da oficina!
Ah! Vale dizer que este post foi feito pensando em oficinas pedagógicas com estudantes e docentes, mas ele também pode ser útil se envolver outros membros da comunidade escolar, como os gestores educacionais, ou mesmo entre os próprios professores.
E, por aí, esse conteúdo foi útil para apoiar a sua jornada com as oficinas pedagógicas? Esperamos que sim! Conte com o CER e acompanhe o nosso portal a fim de ficar por dentro das tendências do mundo da educação.