
Dia de apresentar conteúdo novo em sala de aula e a dinâmica, na maioria das vezes, é: o professor explica o conteúdo em uma aula expositiva, os alunos tomam nota, fazem perguntas e recebem algumas referências para aprofundarem o conhecimento em casa, além de exercícios de fixação da matéria. Certo? Não mais.
Com origem na expressão em inglês flipped classroom, a sala de aula invertida vem ganhando popularidade nas escolas, por reduzir o volume de aulas expositivas, desenvolver a autonomia dos alunos e inserir as tecnologias digitais na rotina de estudos. Como o próprio nome diz, a ideia é inverter a ordem das tarefas – se é que existe uma ordem correta.
A sala de aula invertida consiste em deixar que o aluno tenha o primeiro contato com o conteúdo, por conta própria, em sala de aula ou em casa. Isso é feito por meio dos materiais didáticos utilizados ou recursos extras, geralmente vídeos.
Quando o estudo inicial é feito em casa, os estudantes trazem suas conclusões e dúvidas para a aula seguinte e debatem com colegas e professores, aprofundando, juntos, na compreensão do tema. Em sala de aula, a dinâmica é parecida. No entanto, enquanto leem ou assistem aos vídeos, eles têm a possibilidade de acessar o professor ou os colegas, dependendo do tipo de atividade proposta.
Entre as principais vantagens da sala de aula invertida, estão:
A sala de aula invertida não é baseada em um modelo rígido. Ou seja, você consegue adaptar o conceito para o perfil da sua turma e conforme sua disponibilidade. Confira dicas que podem te ajudar a colocar a ideia em prática:
Um bom planejamento é um dos fatores mais importantes quando o assunto é sala de aula invertida. A seleção de um recurso – ou mais de um – para servir como ponto de partida é o que garante a segurança dos estudantes em trabalharem sozinhos por um tempo. É importante que o site, texto ou vídeo tenha todas as informações que o aluno precisa e conte com materiais complementares disponíveis para os interessados em aprofundar o conteúdo.
Se optar por realizar a sala de aula invertida no próprio horário de aula, esteja à disposição dos alunos durante todo o tempo da prática, tirando dúvidas, fazendo atendimentos individuais ou abrindo exceções para pontuações coletivas. O mais importante é entender o ritmo dos alunos e ter sensibilidade para não interferir de mais ou de menos.
Ao planejar a aula e selecionar os recursos, procure se colocar no lugar dos diversos alunos da turma (você pode até eleger alguns, com perfis diferentes, como suas personas de trabalho). As informações estão claras o suficiente? Algum ponto pode deixar dúvida? É possível chegar à mesma conclusão por outros caminhos? Quais? É importante levar tudo isso em consideração para que a metodologia seja aplicada com eficácia.
Lembre-se de checar a conexão da internet da escola, uma vez que a maioria dos recursos para a sala de aula invertida está disponível on-line. Procure saber também sobre a qualidade do acesso que os alunos têm em casa antes de recomendar tarefas. Caso sua turma tenha dificuldades em acessar a internet, alternativas como livros, revistas, arquivos salvos em pen drive ou download prévio de vídeos podem funcionar.
Uma maneira de estimular o aprendizado em pares é propor o estudo inicial em grupos ou uma etapa intermediária de trabalho com colegas. A ideia é que, antes de se certificarem sobre os conceitos corretos com o professor, os alunos discutam entre si suas conclusões e divergências de pensamentos, estimulando a análise crítica e capacidade de interpretação e argumentação.
A sala de aula invertida é só uma das modalidades de aprendizagem da Educação Híbrida. Quer saber mais sobre o assunto? Confira no Observatório especial sobre o tema.