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Atualmente, os professores em sala de aula tiveram, em sua grande maioria, um ensino ainda do século XIX. Um modelo originário da Revolução Industrial, no qual a educação, literalmente, fabricava estudantes formatados a um único modelo ideal de aprendizado e reprodução de conteúdo.
O que temos no novo contexto educacional é um encontro de gerações.
Em relação aos estudantes do século XXI, filhos da tecnologia, inseridos em um mundo que desconstruiu esse formato de educação, é esperado que encontrem na escola o estímulo ao desenvolvimento de uma série de competências que vão além dos conteúdos didáticos, para que a educação seja considerada, de fato, transformadora.
A sociedade mudou, e, por essa razão, não faz mais sentido que a escola não acompanhe todas as inovações.
O que o mundo contemporâneo espera dos alunos do novo século é que eles se desenvolvam integralmente, que sejam protagonistas do seu desempenho escolar.
E que, durante esse processo, com seus saberes, provoquem mudanças coletivas para o bem de todos.
A educação voltada exclusivamente ao mercado de trabalho está ultrapassada. A escola precisa se renovar e expandir seu propósito, tornando-se um local de múltiplas possibilidades de crescimento, em que tecnologia e competências pessoais são estimuladas a se conectarem para atender às demandas contemporâneas.
Novas propostas educacionais
Para repensar as práticas pedagógicas e os instrumentos utilizados para tal, novas propostas educacionais estão surgindo no cenário escolar.
Um exemplo dessa inovação é a startup Geekie, plataforma de ensino personalizado. Vejamos, nas palavras de seu CEO e cofundador, Claudio Sassaki, o que ele diz a respeito:
“Geekie faz uso da tecnologia com intencionalidade pedagógica, em que a análise de dados e a tomada de decisão com base em evidências são os pilares para uma visão pedagógica e o caminho para transformar a educação no Brasil.”
A plataforma é certificada pelo MEC e, recentemente, realizou o 1º Encontro sobre Cultura de Inovação com o propósito de discutir as tendências para a educação do século 21.
Uma das mediadoras do encontro foi Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare, organização que busca inspirar inovações em iniciativas empreendedoras, políticas públicas, programas e investimentos que melhorem a educação no Brasil.
Segundo Penido,
“O conteúdo curricular convencional não é mais o suficiente. Claro, eles precisam, sempre, estar a serviço da formação do aluno, mas é necessário desenvolver, avaliar e certificar outras frentes e capacidades.”
O objetivo do encontro foi reunir gestores da educação para pensar em como integrar professores, alunos e gestores no caminho da inovação educacional, validando as reflexões e as trocas de experiências de todos os envolvidos no processo educacional.
Alguns dos principais temas debatidos foram:
Os caminhos da escola para preparar o aluno do século 21, o ensino híbrido, além do uso do computador e a importância das avaliações, consideradas muito mais do que instrumento de aprovação.
Diante dessa construção coletiva de reflexões sobre novas tendências na educação, Anna Penido cita as 3 principais linhas de inovação. São elas:
Personalização do ensino
“Temos que sair deste modelo pasteurizado em que o professor dá a mesma aula para todos os alunos, independentemente do perfil de cada um. As pessoas são distintas, e, por isso, temos que passar a considerar essa diversidade no processo pedagógico. A grande tendência é conseguir criar estratégias para que, mesmo em uma sala de aula lotada, os professores percebam quem está realmente aprendendo e, assim, consigam oferecer os estímulos necessários.”
Personalizar o ensino é uma metodologia que permite customizar o processo de aprendizagem, ou seja, ela trabalha o conteúdo considerando as necessidades e os interesses dos alunos. E, quando esses pontos são identificados, o professor pode direcionar suas estratégias de comunicação, interação e de ensino.
Um estudante que tem seu ritmo de aprendizagem respeitado, que tem suas habilidades e competências potencializadas e é colocado como protagonista da sua jornada de ensino é mais engajado e adaptado à escola, além de manter melhor relação com o professor.
Experimentação
“Para a sociedade atual não basta somente a exposição de conteúdos. É necessário permitir que os alunos experimentem situações e aprendam de outra maneira – seja formulando hipóteses, seja fazendo experimentações, seja desenvolvendo outras capacidades como a criatividade, por exemplo. Isso é cada vez mais importante no mundo contemporâneo.”
Desde o início da vida, todos nós aprendemos a interpretar o mundo ao redor através da experimentação. É parte da nossa construção de conhecimento testar, vivenciar e aprender com os resultados obtidos.
Essa metodologia é uma ferramenta lúdica, envolvente, que explora sentidos dos estudantes e ainda vincula competências de colaboração, de senso de coletividade, que estimulam o pensamento crítico e científico.
Foco no desenvolvimento integral
O termo parece ser facilmente compreensível, mas a sua complexidade está em transformar e redimensionar os conceitos de educação.
A proposta da educação integral é promover o desenvolvimento dos estudantes tanto na sua dimensão intelectual quanto nas suas esferas físicas, sociais, emocionais e simbólicas.
Sendo assim, a educação se torna algo muito maior que a aquisição de conteúdos, visto que ela é o que nos permite a integração ao mundo e transformá-lo.
Inovar a partir desse olhar possibilita que as escolas dialoguem com os estudantes, coloque-os no foco das construções, no qual o planejamento e as ações estão centrados.
É inovador integrar e trabalhar as multidimensionalidades em sala de aula. Essa metodologia propicia aos estudantes o entendimento do aprender permanente, da construção contínua de saberes, o que é extremamente motivador.
Quem é o professor inovador?
Um professor inovador é aquele que traz para sua sala de aula métodos de ensino que modernizem como o conteúdo é repassado, além de práticas empreendedoras, e aplica essa nova educação auxiliando os estudantes numa ressignificação do ato de estudar.
Na prática desse educador há uma ruptura com o modelo tradicional de ensino, e a tecnologia passa a ser uma ferramenta indispensável para que ele consiga se engajar e se relacionar com os estudantes.
A importância dessa reinvenção do professor é uma necessidade dos tempos atuais. Não há como manter o mesmo perfil profissional diante das novas demandas do mundo. A adequação é uma qualidade indispensável para que a educação tome novos rumos e essa progressão seja sentida nas próximas gerações.
