Vínculo afetivo e necessidades socioemocionais na relação professor-aluno

Blog Vínculo afetivo e necessidades socioemocionais na relação professor-aluno

24/11/2023
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O professor tem um papel fundamental no desenvolvimento de uma criança ou jovem – e isso não é novidade para ninguém. Fato é que, com o passar dos anos, o educador ganhou espaço para atuar muito mais como um mediador da aprendizagem do que como um mero transmissor de conteúdo, como antigamente. A sociedade se transformou ao longo do tempo, e a mudança no ambiente de aprendizagem acompanhou essa evolução. E o vínculo afetivo tem tudo a ver com isso! Neste texto, entenda melhor o porquê e qual a importância desse vínculo.

Aqui, você vai saber mais sobre:

O que é e qual a influência do vínculo afetivo na educação 

Assim como em qualquer área da vida, o modo  como as pessoas interagem entre si ditam, de maneira significativa, a qualidade daquela relação e o quão “frutífera” ela pode ser. Não seria diferente em sala de aula, uma vez que um bom relacionamento entre estudante e professor tem impacto direto na forma como os alunos encaram seu desenvolvimento escolar e se engajam nele; e isso, claro, passa pela capacidade de construir o vínculo afetivo

Um dos teóricos que se destacou no assunto e elucidou o conceito de afetividade foi Henri Wallon, educador francês nascido em 1879. Em seus estudos, ele defende que a vida psíquica é formada por três dimensões: a motora, a afetiva e a cognitiva, que existem ao mesmo tempo e funcionam de maneira conjunta. Segundo ele, o desenvolvimento efetivo de uma pessoa só é possível a partir da integração entre esses três conjuntos funcionais.  

“O espaço não é primitivamente uma ordem entre as coisas, é antes uma qualidade das coisas em relação a nós próprios, e nessa relação é grande o papel da afetividade, da pertença, do aproximar ou do evitar, da proximidade ou do afastamento.”

Henri Wallon, no livro “Do Ato ao Pensamento: Ensaio de Psicologia Comparada

Quem falou melhor sobre o tema foram os autores Aurino Lima Ferreira e Nadja Maria Acioly-Régnier, no artigo “Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação“. Veja: 

Uma das contribuições centrais de Wallon está em dispor de uma conceituação diferencial sobre emoção, sentimentos e paixão, incluindo todas essas manifestações como um desdobramento de um domínio funcional mais abrangente: a afetividade, sem contudo, reduzi-los uns aos outros. Assim podemos definir a afetividade como o domínio funcional que apresenta diferentes manifestações que irão se complexificando ao longo do desenvolvimento e que emergem de uma base eminentemente orgânica até alcançarem relações dinâmicas com a cognição, como pode ser visto nos sentimentos. 

Ao apontar a base orgânica da afetividade, a teoria walloniana resgata o orgânico na formação da pessoa, ao mesmo tempo em que indica que o meio social vai gradativamente transformando esta afetividade orgânica, moldando-a e tornando suas manifestações cada vez mais sociais. Assim, temos um laço de união entre o corpo e o meio social, formando o que na tradição filosófica francesa denomina-se entre-deux, ou seja, um campo que se forma no limiar das dualidades, no qual: ‘O mundo é inseparável do sujeito, mas de um sujeito que não é senão projeto do mundo, e o sujeito é inseparável do mundo, mas de um mundo que ele mesmo projeta.’ (MERLEAU-PONTY, 1999, p. 576).

Fonte: https://www.scielo.br/j/er/a/9jbsbrcX4GygcRr3BDF98GL/?lang=pt.

Ou seja, é fundamental – e natural, de alguma maneira – que a aprendizagem aconteça a partir da interação social, das trocas e da construção de vínculos afetivos. A afetividade, por sua vez, se manifesta não necessariamente como um gesto de carinho e amor, mas sim como a capacidade de afetar o outro – positiva ou negativamente. 

Os benefícios da relação professor-aluno baseada no vínculo afetivo

É quase natural supor que relações saudáveis trazem benefícios, certo? E, se levarmos isso para a sala de aula, podemos pensar como a construção dos vínculos afetivos e sua manutenção favorece o engajamento do estudante, bem como sua motivação no processo de ensino-aprendizagem. 

Mais do que supor, porém, existem pesquisas que comprovam como esse resultado ocorre. Veja só: 

No artigo “A afetividade na relação educativa“, de Marinalva Lopes Ribeiro, ela discorre sobre essa relação por meio de um estudo de caso. 

“Com efeito, mediante um estudo de caso sobre uma criança de nove anos com dificuldades de aprendizagem em língua escrita, Araújo (1995) conclui que a interação com o educador pode transformar a dificuldade de aprendizagem em melhores resultados escolares. Nesse caso, o aluno superou as dificuldades e teve sucesso nos exames. Testerman (1996) constatou que uma conversa de quinze minutos por semana, com cada aluno em situação de risco, contribuiu para o sucesso escolar. Embora reconheça a dificuldade de avaliar até que ponto uma relação de afetividade pode se revelar positiva, ele assinala que, quando os professores conseguiam estabelecer essa relação, mudanças positivas nos alunos eram constatadas: mais motivação para preparar os trabalhos, mais satisfação e alegria, mais interesse pelos estudos e para que o sucesso escolar fosse alcançado. Por outro lado, Araújo (1995) e Camargo (1997) chegam à conclusão de que os sentimentos negativos interferem desfavoravelmente e comprometem o processo de aprendizagem das crianças com dificuldade. É valioso o parecer de Testerman (1996), que estima que ‘todo mundo tem necessidade de saber que é valorizado e amado'”.

Fonte: https://www.scielo.br/j/estpsi/a/yHSYRVgtXbrdFnBHw5BVsRc/.

Um dos relatos que aparece no estudo é de um estudante de matemática, respaldando a afirmação da autora de que “os alunos demonstram maior interesse pelas disciplinas cujos professores mantêm uma relação amistosa com eles, fazem-lhes elogios, incentivam-lhes, trocam ideias sobre seus deveres e questionam sobre sua vida, demonstram afeição ou, ao menos, não são agressivos, como se pode verificar no depoimento a seguir”. Marinalva se refere ao seguinte relato: 

“Quando eu não gosto do professor, ele não me incentiva nem um pouco a estudar, eu só estudo pra passar, infelizmente, eu sou assim. Agora, quando é um professor que dá espaço, que incentiva, que não é diferente com o aluno, é igual com o aluno, o aluno estuda além do que é pra estudar, comigo é assim. Um professor que gostava muito, eu corria atrás, estudava, fazia perguntas.”

(Estudante de matemática)

Fonte: https://www.scielo.br/j/estpsi/a/yHSYRVgtXbrdFnBHw5BVsRc/.

Os caminhos desse estudo vão ao encontro do que diz outra pesquisa, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UEGRS), que é a Influência de um ambiente afetivo positivo em sala de aula sobre o estado motivacional de adolescentes do Ensino Médio. Nela, as autoras1 investigaram o quanto um ambiente afetivo positivo em sala de aula é capaz de influenciar na motivação em aprender dos estudantes. 

A pesquisa foi realizada com 836 adolescentes estudantes do Ensino Médio, de sete escolas públicas estaduais de Alegrete, município do Rio Grande do Sul. Os resultados mostraram que a aprendizagem afetiva pode ser determinante nesse processo. A seguir, selecionamos alguns trechos que explicam a conclusão.

“Quando perguntados sobre os aspectos pessoais mais importantes para que admirem o professor, identificamos que tanto os adolescentes do primeiro, quanto do segundo ou do terceiro ano mencionaram ser amigo e conselheiro em detrimento de ser autêntico ou crítico ou íntegro. Adolescentes, muito frequentemente, são vistos como rebeldes, não ouvintes ou que não se importam com o que o professor ou pessoas mais velhas têm a dizer. Na presente amostra, parece ser o contrário, os escolares desejam um professor conselheiro e amigo. Pensamos que a relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus 114 alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles, indicando que o professor deve buscar educar para a autonomia dos alunos. 

Destacamos que, no modelo atual, a escola é um ambiente limitado por horários, por conteúdos e pela relação estabelecida entre os sujeitos, professor e aluno. As variáveis e as características destas relações são regidas pelo professor, cabendo a ele propor iniciativas e assegurar o respeito mútuo. (…)

As respostas até aqui relatadas nos permitem acreditar que as escolas estudadas parecem criar um ambiente mais estimulante e afetivo que possibilita aos adolescentes se enxergarem como indivíduos participantes na elaboração do conhecimento. Por esse motivo, a relação professor-aluno baseada no afeto contribuirá para que o aluno adolescente do ensino médio se sinta protagonista na construção do seu existir e do seu pensar. É importante ressaltar que, quando mencionamos proporcionar uma relação professor-aluno baseada no afeto, de forma alguma, confunde-se aqui afeto com permissividade.

Interessante foi observar a repetição na fala dos estudantes quando questionados acerca do que menos gostavam no professor. Estupidez, gritaria, impaciência, grosseria e mau humor, ou seja, aspectos pessoais foram as razões mais citadas pelos adolescentes, independente do ano em que se encontravam. (…)

Como resultados obtidos, constatamos que os alunos são perceptivos e são influenciados pelo estado de humor do professor e que ele afeta positiva ou negativamente na motivação dos alunos em aprender. Um professor amigo, conselheiro, interessado, sério em alguns momentos e brincalhão em outros momentos, com voz serena e chamativa foram as características positivas levantadas pelos adolescentes do ensino médio para que se sintam motivados a aprender. Conclui-se que todas as condições que se fazem necessárias para transformar o espaço escolar num ambiente acolhedor, com princípios pedagógicos eficazes estão relacionadas com a afetividade e o trabalho docente.”

Fonte: https://downloads.editoracientifica.org/articles/210404102.pdf.

1Rosane Antunes da Silva (UERGS), Sílvia Leticia dos Anjos Ventura (UERGS), Iara Kerch Soares (UERGS) e Adriana Barni Truccolo (UERGS).

Para além dessas pesquisas, Paulo Freire faz um relato em “Pedagogia da Autonomia”, que, de alguma forma, resume e simboliza o tamanho da importância do vínculo afetivo e do cuidado do docente para a experiência de aprendizagem. Veja: 

“Às vezes, mal se imagina o que pode passar a representar na vida de um aluno um simples gesto do professor. O que pode um gesto aparentemente insignificante valer como força formadora ou como contribuição à do educando por si mesmo. Nunca me esqueço, na história já longa de minha memória, de um desses gestos de professor que tive na adolescência remota. Gesto cuja significação mais profunda talvez tenha passado despercebida por ele, o professor, e que teve importante influência sobre mim. Estava sendo, ermo, um adolescente inseguro, vendo-me como um corpo anguloso e feio, percebendo-me menos capaz do que os outros, fortemente incerto de minhas possibilidades. Era muito mais mal-humorado que apaziguado com a vida. Facilmente me eriçava.

O professor trouxera de casa os nossos trabalhos escolares e, chamando-nos um a um, devolvia-os com o seu ajuizamento. Em certo momento me chama e, olhando ou reolhando o meu texto, sem dizer palavra, balança a cabeça numa demonstração de respeito e de consideração. O gesto do professor valeu mais do que a própria nota dez que atribuiu à minha redação. O gesto do professor me trazia uma confiança ainda obviamente desconfiada de que era possível trabalhar e produzir. De que era possível confiar em mim mas que seria tão errado confiar além dos limites quanto errado estava sendo não confiar. A melhor prova da importância daquele gesto é que dele falo agora como se tivesse sido testemunhado hoje. E faz, na verdade, muito tempo que ele ocorreu…”

Fonte: Trecho retirado do livro Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

Tendo em vista todo esse cenário, pode-se perceber como a construção de um vínculo afetivo entre professor e aluno passa, em especial, pela postura e pela conduta do docente. É a partir disso que se estabelece uma relação saudável e harmoniosa que traz, entre os resultados, uma boa performance no processo de ensino-aprendizagem. Um professor tolerante, respeitoso, aberto para o diálogo, interessado, empático e que se comunica de forma eficaz tem maior predisposição a construir esse vínculo, bem como apoiar na superação de dificuldades escolares. 

Entretanto, é natural que as necessidades socioemocionais dos estudantes variem de acordo com a idade e a fase da vida. E é nisso que aprofundamos no próximo tópico. Confira! 

As necessidades socioemocionais dos alunos em cada estágio de desenvolvimento 

Henri Wallon propõe a separação de 5 estágios do desenvolvimento, são eles: 

  • 1º estágio: impulsivo-emocional (até 1 ano)
  • 2º estágio: sensório-motor e projetivo (1-3 anos)
  • 3º estágio: personalismo (3-6 anos)
  • 4º estágio: categorial (6-11 anos)
  • 5º estágio: puberdade e adolescência (11 anos em diante)

No artigo Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de Henri Wallon, de autoria de Abigail Alvarenga Mahoney (PUC-SP) e Laurinda Ramalho de Almeida (Faculdades Oswaldo Cruz), as autoras discorrem sobre como a afetividade se manifesta enquanto recurso de aprendizagem em cada uma dessas fases, revelando as necessidades dos estudantes que se mostram mais predominantes em cada época. 

A seguir, apresentamos as definições resumidas com base no artigo citado. Suprimimos ou complementamos algumas informações propositalmente para esta publicação. O conteúdo na íntegra pode ser consultado aqui

1º estágio: impulsivo-emocional (até 1 ano)

Aqui, a criança expressa sua afetividade através de movimentos descoordenados, respondendo a sensibilidades corporais. 

O recurso de aprendizagem nesse momento é a fusão com outros. A mediação da aprendizagem exige respostas corporais, contactos epidérmicos, daí a importância de se ligar ao seu cuidador, que segure, carregue, que embale. 

Através dessa fusão, a criança participa intensamente do ambiente e, apesar de percepções, sensações nebulosas, pouco claras, vai se familiarizando e apreendendo esse mundo, portanto, iniciando um processo de diferenciação.

2º estágio: sensório-motor e projetivo (1-3 anos)

Quando já dispõe da fala e da marcha, a criança se volta para o mundo externo para um intenso contato com os objetos e a indagação insistente do que são, como se chamam, como funcionam.

O processo ensino-aprendizagem no lado afetivo se revela pela disposição do professor de oferecer diversidade de situações, espaço, para que todos os alunos possam participar igualmente e pela sua disposição de responder às constantes e insistentes indagações na busca de conhecer o mundo exterior, e assim facilitar para o aluno a sua diferenciação em relação aos objetos.

3º estágio: personalismo (3-6 anos)

Nesse estágio, existe outro tipo de diferenciação — entre a criança e o outro. É a fase de se descobrir diferente das outras crianças e do adulto. 

O processo ensino-aprendizagem precisa oferecer atividades diferentes e a possibilidade de escolha pela criança das atividades que mais a atraiam. O adulto será o recipiente de muitas respostas: não; não quero; não gosto; não vou; é meu. O importante do ponto de vista afetivo é reconhecer e respeitar as diferenças que despontam. Chamar pelo nome, mostrar que a criança está sendo vista, que ela tem visibilidade no grupo pelas suas diferenças, propor atividades que mostrem essas diferenças, dar oportunidades para que a criança as expresse.

Como, neste estágio, a direção é para si mesma, a criança aprende principalmente pela oposição ao outro, pela descoberta do que a distingue de outras pessoas. O tipo de afetividade que facilita essa aprendizagem comporta oportunidades variadas de convivência com outras crianças de idades diferentes e aceitação dos comportamentos de negação, lembrando que são recursos de desenvolvimento.

  • 4º estágio: categorial (6-11 anos)

A diferenciação mais nítida entre o eu e o outro dá condições mais estáveis para a exploração mental do mundo externo, físico, mediante atividades cognitivas de agrupamento, classificação, categorização em vários níveis de abstração até chegar ao pensamento categorial. A organização do mundo em categorias bem definidas possibilita também uma compreensão mais nítida de si mesma.

Nesse estágio, que coincide com o início do período escolar, a aprendizagem se faz predominantemente pela descoberta de diferenças e semelhanças entre objetos, imagens, ideias. O predomínio é da razão. Esse predomínio vai se expressar em representações claras, precisas, que se transformarão, com o tempo, em conceitos e princípios. Levar ou não em consideração o que o aluno já sabe, o que precisa saber para dominar certas ideias, os exercícios necessários, formas de avaliação, revelam sentimentos e valores e favorecem ou não essa descoberta do mundo.

  • 5º estágio — puberdade e adolescência (11 anos em diante)

Neste estágio, vai aparecer a exploração de si mesmo, na busca de uma identidade autônoma, mediante atividades de confronto, autoafirmação, questionamentos, e para isso se submete e se apoia nos pares, contrapondo-se aos valores tal qual interpretados pelos adultos com quem convive. O domínio de categorias cognitivas de maior nível de abstração, nas quais a dimensão temporal toma relevo, possibilita a discriminação mais clara dos limites de sua autonomia e de sua dependência.

Na puberdade e na adolescência, o recurso principal de aprendizagem do ponto de vista afetivo volta a ser a oposição, que vai aprofundando e possibilitando a identificação das diferenças entre ideias, sentimentos, valores próprios e do outro, adulto, na busca para responder: quem sou eu? Quais são meus valores? Quem serei no futuro?, que é permeada por muitas ambiguidades.

O processo ensino-aprendizagem facilitador do ponto de vista afetivo é aquele que permite a expressão e a discussão dessas diferenças e também que elas sejam levadas em consideração, desde que respeitados os limites que garantam relações solidárias.

Comportamentos que favorecem a construção do vínculo afetivo 

Se você leu até aqui, já entendeu que o vínculo afetivo pode ser determinante tanto para a sua experiência enquanto professor quanto para o estudante, certo? Por isso, além dos exemplos que já trouxemos aqui, reforçamos outros movimentos e práticas que podem favorecer esse desenvolvimento e beneficiar, como um todo, a relação professor-aluno.  

Dê atenção aos estudantes, de verdade

Demonstre interesse genuíno pelos seus estudantes, suas histórias e desafios. Mostre que você se preocupa verdadeiramente em saber como eles estão, em conversar sobre temas que os interessam; quando achar que o comportamento está diferente, questione-o se há alguma coisa acontecendo e mostre-se aberto para ouvi-lo.

Lembre-se de que algumas crianças passam mais tempo na escola do que em casa e, durante a infância e adolescência, a necessidade de apoio é natural – e o vínculo afetivo tem tudo a ver com isso. 

Essa abordagem não apenas vai apoiar a construção do vínculo afetivo, mas também contribuirá significativamente para o amadurecimento e o desenvolvimento psicológico da criança ou do jovem.

Certifique-se de ter uma boa comunicação 

A comunicação é uma habilidade socioemocional que faz toda a diferença no desenvolvimento de um vínculo afetivo. Além disso, você pode ser uma inspiração para o estudante, que pode se espelhar em você e na sua forma de interagir. Faça uma autoavaliação e pergunte-se: 

  • Falo pausadamente, sem “atropelar” as palavras?
  • As pessoas me compreendem ou eu preciso sempre repetir o que disse? 
  • Consigo variar a entonação conforme a situação?
  • A forma que eu falo é capaz de entusiasmar as pessoas que estão por perto? 
  • Falo impulsivamente, sem pensar, deixando-me levar pela raiva?
  • Sou prolixo ou consigo transmitir a mensagem que quero com objetividade?
  • Sou capaz de organizar meus pensamentos e falar de forma lógica?
  • Sei a hora certa de falar e a de ouvir? Ou mais falo do que escuto e interrompo as pessoas o tempo todo? 
  • Uso a gramática da língua portuguesa corretamente?
  • Sei adequar minha fala conforme o público e o contexto?
  • Faço uma boa escolha das palavras ou consigo melhorar? 
  • Tenho empatia e sei escolher a melhor forma de abordar um assunto conforme a situação emocional da pessoa com a qual falo?
  • Consigo ser firme e, ao mesmo tempo, respeitoso?

Faça combinados prévios com os estudantes

Desde o início do ano, apresente-se para a turma (e aqui vale trazer características da vida pessoal também, que pode contribuir para o vínculo afetivo) e deixe claro sobre o que é inegociável para você. Explique qual é o comportamento que você espera deles em sala de aula e se abra para ouvir o que eles esperam de você e do conteúdo. 

Invista no espaço e no ambiente de aprendizagem

Melhorar o espaço e o ambiente de aprendizagem é fundamental para fomentar relações saudáveis. Tenha a organização e a limpeza como prioridades, proponha intervenções feitas pelos próprios estudantes e planeje previamente o ambiente. Neste último caso, pergunte-se, por exemplo, se as carteiras devem estar enfileiradas ou em círculo; se, para aquele conteúdo específico, é necessário utilizar a sala de aula ou é possível ir à biblioteca ou a um parque. 

Utilize metodologias que incentivam o protagonismo do estudante

Metodologias ativas e outras práticas da Educação Empreendedora podem favorecer o desenvolvimento da autonomia dos estudantes, contribuindo para que ele seja agente ativo da própria evolução. Isso favorece o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, bem como a capacidade de o estudante se sentir verdadeiramente pertencente àquele processo, contribuindo para uma relação harmônica. 

Gostou desse conteúdo e acredita que ele foi útil para esclarecer  a importância do vínculo afetivo na aprendizagem? Acompanhe o Portal do CER e continue por dentro de conteúdos, tendências e ferramentas do mundo da educação.

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