Robôs, programação, eletrônica, prototipação, algoritmos. Essas palavras provavelmente passaram a fazer parte do seu vocabulário em sala de aula recentemente, não é mesmo? Embora estejamos ainda nos acostumando com a realidade do Mundo 4.0 e com todas as mudanças que ela provoca nas instituições de ensino, um novo conceito já surge: a Educação no mundo 5.0.
Nesse mundo em que tudo muda tão rápido, é assim mesmo, ou seja, ideias e conceitos se transformam na velocidade da luz. Se você acompanha as últimas notícias do mundo da educação já deve ter se perguntado o que é exatamente a Educação no mundo 5.0, que, aos poucos, começa a ser abordada por especialistas ao redor do mundo. Neste post, ajudamos você a entender essa tendência e como ela impactará a realidade de instituições de ensino e a realidade de professores e alunos nos próximos anos.
Para entender o que é o conceito de Educação no mundo 5.0, precisamos, antes de mais nada, falar sobre o termo anterior, o 4.0. A ideia surgiu tendo em vista as mudanças provocadas pelos recentes avanços tecnológicos que deram origem à Economia 4.0 ou à Quarta Revolução Industrial. Esses termos definem a era atual, em que a tecnologia revoluciona completamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos, com a popularização de artifícios como a inteligência artificial, a robótica, a internet das coisas, a realidade aumentada, a impressão 3D, a nanotecnologia e a biotecnologia.
Com tantas inovações, é de se esperar que o mercado de trabalho também fosse profundamente impactado. Automação de tarefas antes executadas por seres humanos, flexibilidade de horários, empresas mais enxutas e ágeis, demanda um trabalho cada vez mais criativo e menos operacional. Estamos presenciando verdadeira transformação na maneira como entendemos o trabalho. É aí que surge o Mundo 4.0: uma forma de preparar os futuros profissionais para essa nova realidade.
No 4.0, a relação do aprendiz com a tecnologia tem grande importância. A ideia é não sermos vencidos ou substituídos pela tecnologia, mas aprendermos a gerenciá-la a fim de alcançar os melhores resultados no aprendizado. Por isso, os alunos devem desenvolver o pensamento computacional, o entendimento de robótica e de programação, que já viraram matéria obrigatória em grande parte das escolas em todo o mundo. Os laboratórios de fabricação digital como os fablabs e os makerspaces também levam para a sala de aula as práticas “mão na massa” aliadas à tecnologia, propondo a prototipação de soluções por meio de técnicas e ferramentas manuais e digitais no melhor estilo “faça-você-mesmo”.
Assim, o Mundo 4.0 forma cidadãos capazes de inovar e solucionar problemas, em qualquer campo de conhecimento, preparando os futuros profissionais para profissões que ainda estão surgindo.
Podemos pensar na Educação no mundo 5.0 como uma evolução do conceito anterior. Tal corrente de pensamento entende que os conhecimentos digitais e tecnológicos são importantes, mas é preciso ir além. Para a Educação no mundo 5.0, as competências socioemocionais, também conhecidas como soft skills, são um importante pilar do desenvolvimento dos jovens. São elas que capacitam o indivíduo para usar a tecnologia de forma saudável e produtiva, criando soluções relevantes para a comunidade e transformando realidades.
A Educação no mundo 5.0 também busca entender o impacto da tecnologia no cérebro humano e, consequentemente, a forma como aprendemos nos dias de hoje. Tudo isso, segundo o estudo Navigating the Future of Learning: Forecast 5.0, realizado pela KnowledgeWorks, abre as portas para novos modelos de educação, por meio dos quais o aluno ocupa o centro do ensino-aprendizagem e lidera o processo, enquanto o educador ocupa a posição de mentoria e curadoria de conteúdo, e a escola faz parte de um ecossistema que inclui comunidade, centros de pesquisa, empresas, equipamentos culturais, dentre outros.
Embora o conceito ainda esteja em desenvolvimento e em debate por especialistas da educação, já é possível entender como a Educação no mundo 5.0 tem forte relação com a cultura empreendedora. A ideia de escolas inseridas em um contexto colaborativo e do processo de aprendizagem com foco na resolução de problemas, acima do simples domínio da tecnologia, tem tudo a ver com a mentalidade empreendedora. Educar jovens para se tornarem protagonistas de sua vida, capazes de unir a tecnologia à inteligência social e emocional, criando soluções impactantes para a sociedade ou as comunidades em que estão inseridos é exatamente o objetivo da Educação no mundo 5.0, tornando-a essencial para a Educação Empreendedora.
Ambas também acreditam na importância das competências socioemocionais para o século XXI. Por isso, para ler mais sobre o assunto, confira este Observatório especial sobre soft skills. Leia também a entrevista com Luiza Voll sobre o uso saudável das tecnologias, uma das premissas da Educação no mundo 5.0.