Breve história das escolas
As primeiras formas de ensino surgiram há 4.000 a.C. com os Sumérios, na região da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates. O ensino era praticado em casa e em comunidade, de maneira informal, tendo os pais como os principais responsáveis pela transmissão de conhecimento focado na sobrevivência e na perpetuação de padrões culturais. As práticas de comércio, de agricultura e astronomia deram origem à escrita cuneiforme (escrita feita com objetos em formato de cunha), usada para registrar períodos de colheita, época de cheia dos rios e demais aspectos importantes para a vida em comunidade e para a dinâmica das primeiras vilas e cidades.
Foi somente por volta de 387 a.C. na Grécia Antiga, berço da civilização ocidental e da pedagogia moderna, que o modelo de escola como conhecemos hoje começou a ser forjado. Voltada ao ensino das elites, as escolas não tinham como propósito a formação profissional e o ensino do trabalho manual. Antes, eram espaços para o debate de temas ligados às artes, à filosofia, à política e à aritmética, com o intuito de formar a classe intelectual e dirigente da sociedade.
Foi também nessa época que a figura do professor foi instituída. Os filósofos, chamados mestres, geralmente se reuniam com um grupo de até cinco aprendizes para o ensino das virtudes humanas e da ética. O ensino visava a formação integral, que envolvia corpo e espírito, preparando os homens para o exercício da cidadania e o convívio social.
Os espaços de aprendizado também eram os mais variados - aprendia-se nas arenas esportivas, nos teatros, em atividades coletivas, em reuniões políticas e na arquitetura, por exemplo.
Ensino para as massas
A crescente complexidade do comércio e das práticas econômicas impactou significativamente o modelo educacional e a partir de 1750, em decorrência da Revolução Industrial, a formação de trabalhadores para atuarem nas fábricas e indústrias se tornou a prioridade da educação formal.
A produção em larga escala e padronizada criou a demanda por mão de obra com nível de instrução, no mínimo, básico para operar as máquinas. Ao mesmo tempo, a burguesia passou a ver na escola uma ferramenta poderosa para controle e disciplina da massa trabalhadora.
Para que o ensino chegasse à maior quantidade de pessoas da maneira mais padronizada possível, a lógica da produção industrial foi levada às salas de aula. Muitos alunos em classe, cadeiras enfileiradas, aulas quase exclusivamente expositivas, pouca interação e silêncio. O resto é história… e todos nós a conhecemos bem.