Novas portas com o empreendedorismo – entrevista com Victor Dornas

Blog Novas portas com o empreendedorismo – entrevista com Victor Dornas

19/03/2020
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Como a visão de empreendedorismo pode mudar a carreira de um jovem? Victor Homem Dornas, de 19 anos, formou-se na Escola de Formação Gerencial (EFG) do Sebrae, em Belo Horizonte, em 2017, e atualmente está na faculdade enquanto trabalha em três negócios – dois próprios – , além de ser presidente do Instituto de Formação de Líderes (IFL Jovem).

Mas seu caminho com o empreendedorismo começou muito antes de se formar. Conheça a trajetória do Victor e como o empreendedorismo está abrindo novas portas em sua tão recente trajetória profissional.

Qual é a sua relação com o empreendedorismo e o que o levou a optar por uma Educação Empreendedora no ensino médio?

Eu sempre estudei em escola tradicional, mas minha família tem um negócio familiar. Meus pais me sugeriram estudar no Sebrae, aos 14 anos, e decidir ir sem saber muito no que ia dar. Meu pai é professor de Administração e eu dizia que eu queria ser administrador.

Foi logo no meu segundo ano do ensino médio que decidi fazer tudo o que tinha direito na escola: me envolvi em todas as atividades, participei das missões internacionais na Alemanha e de um summer camp em Nova York, fiz parte do Startup Weekend e dos AGITAs. Acabamos terminando em terceiro lugar no primeiro AGITA e levamos um estande para a Finit (Feira de Negócios, Inovação e Tecnologia). Foi o estande com a maior movimentação do evento.

E como surgiu a primeira ideia para criar uma empresa, de fato?

Estava almoçando com dois amigos meus e tivemos a ideia de criar a PlayOff, empresa que organiza campeonatos on-line e faz a gestão de times. Estávamos no segundo ano do ensino médio e aproveitamos para unir a nossa ideia à matéria de Plano de Negócios, na EFG, junto de outra ideia que acabou não indo pra frente. A PlayOff continuou se desenvolvendo, mas hoje já não é mais o meu foco. Em 2017, junto com meu irmão, entrei para o AGITA com um negócio chamado SLO para otimizar carregamento de container e terminamos em terceiro lugar. Em seguida, conversando com o Dante Nolasco, meu contemporâneo na EFG e criador do Projeto Marvin, decidi fazer parte da equipe. Sempre tive esse fit com a educação, sou muito mais do aprendizado na prática. Nessa época, também nos inscrevemos para o AGITA e ficamos em terceiro lugar.

Atualmente, continuo no Marvin e também trabalho na Allugator, uma oportunidade que surgiu a partir das iniciativas das quais eu participava na EFG, que é uma startup de aluguel de eletrônicos e acessórios. Lá trabalho na equipe de Marketing.

No meio disso tudo, como fica a faculdade? 

A verdade é que sempre fui defensor de não ser conhecido como ‘o Victor formado em algo’. Sempre gostei de ser um Victor que faz uma coisa hoje, que faz outra amanhã. A certeza que sempre tive é de que não vou fazer a mesma coisa pelo resto da vida. Não gosto de ficar no mesmo lugar, prefiro ir mudando, me envolvendo com um milhão de coisas.

Comecei a cursar Economia, que foi uma experiência muito boa. Mas tive que sair pois surgiu uma oportunidade de trabalhar por três meses fora do país. Voltando, decidi cursar Administração em outra universidade. Atualmente estou estudando Análise e Desenvolvimento de Sistemas, nessa mesma instituição. Não tenho em mim a vontade de ter o diploma por ter um diploma; eu gosto de sentir que estou aprendendo de verdade, que é até algo que o Projeto Marvin defende muito. Continuo estudando, mas hoje esse não é meu foco principal. Minha ideia com a faculdade é conseguir estudar o máximo possível de diferentes áreas.

Você já entrou para a faculdade com algumas experiências empreendedoras na bagagem. Como você avalia a Educação Empreendedora no ensino superior, nessas experiências pelas quais passou? 

Sendo muito sincero, não acho que as universidades não têm preparado os alunos para o empreendedorismo. Na minha visão, por mais que seja somente a partir da minha experiência pessoal, falta um contato direto com o mercado, a aplicação prática das matérias. Somente uma, dentre as três universidades pelas quais passei, oferece isso.

Na minha opinião, os governos não querem formar pessoas inteligentes. Se a pessoa é inteligente, ela sabe o que você está fazendo de errado. Quando as escolas, em geral, começarem a oferecer uma educação focada no aluno e entregar valor ao aluno, as coisas vão mudar. Hoje, as escolas não são focadas nos estudantes. Atualmente temos informações infinitas, a um clique. Mas não somos ensinados a procurar e, com isso, não conseguimos aprender de verdade. Hoje, o que o professor está ensinando lá na frente, o aluno pode encontrar em milhares canais de YouTube, de  milhares de formas diferentes. O problema das escolas é focar na transmissão do conteúdo, e não na pessoa. Esse é outro aspecto que trabalhamos no Marvin. Lá, não temos professores. Damos desafios e estimulamos as pessoas a serem protagonistas do próprio conhecimento.

E qual é o diferencial que você percebe entre os jovens que tiveram acesso à Educação Empreendedora e os que não tiveram essa oportunidade  no ensino médio?

Vou te dar um exemplo bacana. Hoje sou presidente do Instituto de Formação do Jovem Líder em Belo Horizonte (IFL Jovem), no qual fazemos debates sobre economia, empreendedorismo. Lá dentro, é interessante perceber claramente quem teve acesso a uma Educação Empreendedora e quem não teve. Você vê que os alunos da Educação Empreendedora têm mentalidade e maturidade diferentes.

O contato com o empreendedorismo abre a cabeça da pessoa desde muito cedo. Muitos amigos meus comentam que só estão tendo contato com determinados assuntos na faculdade ou pedem ajuda e conselho porque sabem que já temos um contato mais próximo com startups e empresas.

Como estão seus planos para sua carreira?

Hoje, estou com o foco dividido entre a Allugator, que tem potencial de crescimento gigante, e o Projeto Marvin, que está participando de um programa de aceleração do braço social da Movile, um dos unicórnios brasileiros. O Marvin também tem grande potencial de crescer e impactar jovens de escolas públicas e particulares, mudando a mentalidade de aprendizado.

Também tenho uma agência de lançamento, um modelo de marketing e vendas, em que trabalhamos com especialistas, ajudando a lançar produtos e serviços. Tem ainda o IFL Jovem, que deve crescer bastante neste ano.

Quer saber mais  do Projeto do Marvin, uma entre as tantas iniciativas às quais Victor se dedica? Conheça o projeto. 

 

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