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Onda Laranja

FUTURO
DO TRABALHO

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Como será que se sentiram os artesãos quando, de repente, seu trabalho se tornou completamente obsoleto com a invenção de uma máquina que exercia aquele ofício de forma mais rápida e eficiente? Vários acreditaram, seguramente, que aquele era o fim. Mas muitos outros devem ter enxergado a mudança como uma oportunidade de encontrar novas possibilidades para o futuro do trabalho. Isso ocorre desde o início da vida humana racional. A evolução de máquinas, processos e outras tecnologias vai tornando obsoletos ofícios ou técnicas que, antes, eram essenciais. Foi assim em cada uma das três revoluções industriais que já vivemos.

Nos tempos atuais, a sociedade está prestes a viver mais dessas transformações, marcadas pelo aumento substancial do uso da tecnologia, pelo crescente avanço tecnológico, pelo caráter disruptivo de algumas novidades e pela rapidez com a qual processos e modos de organizar a vida mudam. Como desvendar os desafios e as oportunidades do futuro do trabalho nesse contexto?

A resposta está em fazer como aqueles artesãos que encontraram novas formas de subsistência: abrir as portas para o novo. Para isso, é necessário conhecer e analisar as possibilidades, preparar-se para as mudanças e adotar outra postura diante do novo contexto.

Como aconteceu no passado, a mudança não representa o fim do mundo, mas a criação de um futuro com ainda mais potencial de ser eficiente, justo e empático.

Para se dar bem nessa nova realidade, será necessário se reconectar, e se fortalecer, com características que nos diferenciam de uma máquina – emoção, criatividade, abstração e outros aspectos do tipo serão essenciais para que possamos aproveitar todas as potencialidades desse novo universo extremamente tecnológico.

Homem de lado

Veja, a seguir, todos os caminhos que nos fizeram chegar até aqui e como uma análise do passado e do futuro pode ensinar a melhor maneira de agir no presente.

Elipse Azul Elipse Azul

Um resumo
da origem
do trabalho

Carrinho de mão

Um resumo
da origem
do trabalho

O ser humano trabalha desde a Pré-História, quando desenvolveu instrumentos – e técnicas – para garantir sua sobrevivência. Mas o significado da palavra passou por algumas modificações até chegar ao conceito que conhecemos atualmente.

Você sabia, por exemplo, que o nome “trabalho” se origina de um instrumento utilizado pelos romanos antigos para torturar escravos e pessoas pobres que não conseguiam pagar impostos? A palavra vem do latim tripalium. A associação fazia muito sentido na época. Afinal, quem trabalhava eram justamente os grupos torturados pelo objeto ou aqueles considerados inferiores na sociedade.

O desprezo ao trabalho perdurou por muito tempo e só começou a mudar com a consolidação das corporações de ofício, no fim da Idade Média. Eram nelas que os responsáveis por pintura, marcenaria, tecelagem e outras atividades se organizavam.

Cada corporação contava com um mestre, posição alcançada apenas por aqueles que detinham a maestria de seu ofício. Quando chegavam a essa posição de destaque, tais pessoas tinham como responsabilidade a formação de seus aprendizes, que almejavam ocupar aquele posto com o passar do tempo. Essa forma organizada de trabalhar acabou contribuindo para o crescimento econômico desse grupo, bem como para a consolidação da burguesia.

Engrenagem

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Se a noção de trabalho como tarefa dignificante se consolidou com a burguesia, também foi ela a responsável por outro elemento capaz de modificar nossa vida até hoje: a tecnologia.

Em suas manufaturas, os burgueses já não se continham com garantir a especialização de seus trabalhadores em uma tarefa, mas passaram a enxergar processos a partir de outro olhar. Nesse sentido, também passou a ser essencial pensar em novas formas de produzir mais e em menos tempo. E muitas invenções importantes se consolidaram. As novidades, como a máquina a vapor e o tear mecânico, aceleraram processos e tornaram obsoletas algumas técnicas mais manuais e complicadas.

Esse processo foi evoluindo ao longo do tempo, com a criação de outros equipamentos e de outras formas de trabalhar. A primeira grande mudança no universo laboral gerou ganhos aos profissionais daquela época, que perduram até os dias de hoje. Horário fixo, salário mensal, divisão das tarefas e mecanização do ofício são aspectos importantes que surgiram nesse período.

Como a
Revolução
Industrial

mudou o mundo
do passado

Engrenagem

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Navegar
online é
preciso

Engrenagem

Já deu para ver como o trabalho passou de renegado à atividade transformadora da sociedade. Também vimos como a tecnologia contribuiu para a maior eficiência do trabalho em quase todas as suas formas. Quando o assunto, porém, é entender como o futuro do trabalho pode nos afetar, é essencial citar outros elementos: o computador e a internet.

Foi por meio dessas invenções, da digitalização da vida, que a sociedade contemporânea se estabeleceu. Você consegue imaginar exercer sua atividade laboral sem usar um desses elementos? O computador e a internet conseguiram potencializar ainda mais o crescimento da indústria, do campo às megalópoles. O universo digital passou a ser parte importante dos processos produtivos – e da vida na sociedade.

Além de contribuir para a eficiência de processos que já existiam, as invenções acabaram representando terreno fértil para a criação de outros meios de se relacionar com o mundo e de novas necessidades. Hoje, tudo parece ser, mais fácil, rápido e eficiente do que antes – e na maioria das vezes, essa noção condiz com a realidade. É no potencial desse contexto que a indústria 4.0 está ancorada.

Máquina Direita
Bolinhas Azuis

Como você já deve saber, vivemos o início da Quarta Revolução Industrial. Para muitos especialistas dedicados a investigar sobre o tema, essa fase mudará o mundo como conhecemos.

Como? Por meio da tecnologia, aliada à grande velocidade com a qual as mudanças passarão a ser incorporadas, ao alcance dessas modificações e ao seu impacto no mundo – real ou virtual. A indústria 4.0 será marcada pela adoção, de forma simultânea e coordenada, das seguintes tecnologias:

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A tecnologia
da indústria
4.0

Análise de big data

Máquinas passam e passarão a monitorar a todo momento o desempenho de processos nas empresas. Todas essas informações poderão ser processadas digitalmente, e softwares passam a ter a chance de prever comportamentos de forma mais assertiva – e a gerar estratégias de melhora antes mesmo que o problema ocorra.

Inteligência artificial

Já pensou em conversar com máquinas para resolver um problema de forma mais rápida? Essa é apenas uma das possibilidades da inteligência artificial. Para poder conversar, escrever e reagir como um ser humano, as máquinas e os softwares dotados com essa tecnologia se apropriam da análise de big data. É mediante esse aprendizado que será possível contar com especialistas na venda de produtos, solução de problemas técnicos e outras tarefas.

Robótica

Podem ser drones, equipamentos de linhas de produção industrial ou robôs que imitam um ser humano. O fato é que a interação com máquinas vai aumentar nos próximos anos; máquinas essas que podem executar com precisão tarefas repetitivas, de locomoção ou que exigem alta precisão.

Seta para direita Seta para esquerda

“A gente tem um conjunto de novas tecnologias surgindo, que estão mudando a forma como trabalhamos no dia a dia e a natureza do trabalho [...]. E elas estão, ao mesmo tempo, fazendo tudo ficar mais rápido, mais barato, mais customizado e com uma abundância de coisas. Isso gera oportunidades. Mas só vão existir oportunidades para quem se reinventar”

Marcelo Minutti, empreendedor, durante palestra da Campus Party 2019, disponível na íntegra aqui.

No futuro do trabalho, uma máquina
pode "roubar" meu emprego?

Máquina Máquina Quadrado Laranja Duas linhas Uma linha

As possibilidades do futuro do trabalho são diversas, mas, de modo geral, espera-se que o uso coordenado de tecnologias resulte em estruturas altamente conectadas, da metrópole ao campo. O mundo passará a contar com fábricas 100% automatizadas, equipamentos que “dialogam” entre si e são capazes de solucionar problemas, além de alto grau de informação disponibilizada online.

Nesse contexto, uma máquina pode, sim, passar a ser responsável por uma ocupação que hoje é executada por seres humanos. A estimativa do Fórum Econômico Mundial, por exemplo, é de que robôs tomem 75 milhões de empregos humanos, em todo o mundo, até 2022.

No entanto, o mesmo órgão projeta a criação de 133 milhões de vagas no mesmo período. Ou seja: as oportunidades vão aumentar, assim como ocorreu nas revoluções anteriores.

Buscando encontrar novas possibilidades, é importante adotar uma visão mais ampla. Por um lado, já não haverá espaço para a presença humana em tarefas repetitivas e extremamente operacionais. Outras ocupações mais técnicas, que exigem alto índice de acuidade e precisão, também estão ameaçadas, assim como os serviços que demandam análise de um volume grande de dados. Contar com máquinas nesses processos significa fazer mais, melhor e com alto nível de customização.

Mas, por outro lado, também pode ser a oportunidade de se apropriar da tecnologia para testar novos produtos, criar soluções de maneira mais qualificada e, de modo geral, solucionar os problemas que ainda afetam a humanidade. Faz sentido para o futuro do trabalho contar com a tecnologia em todos os processos possíveis. E os humanos precisam dedicar esforços para se reinventarem.

75
milhões
de empregos
serão tomados
por robôs até 2022.
133
milhões
de vagas, entretanto,
poderão ser criadas
no mesmo período.
52%
das tarefas profissionais
atuais serão executadas por
robôs em 2025 – atualmente
o índice é de 29%.

Como serão as empresas

Homem

daqui
em diante?

“[A revolução tecnológica] vai ser um processo em que todos nós vamos ter que desaprender muito. Não é porque as coisas que a gente aprendeu estejam erradas, mas talvez agora elas não vão funcionar mais do jeito que elas sempre funcionaram. E depois a gente vai aprender, através dos métodos ágeis [...]. [Também teremos que] errar rápido. Não dar certo faz total sentido, a gente não vai dar certo o tempo inteiro”.

Amanda Graciano, especialista em inovação e gestão, durante palestra do Campus Party 2019, disponível aqui.

Levando em consideração todos os avanços que estão por vir, fica claro que não haverá espaço, no futuro do trabalho, para organizações tradicionais, marcadas pelo elevado número de empregados, processos burocráticos e alto grau de hierarquização. A necessidade, ao contrário, será de um universo cada vez mais colaborativo, diverso e orientado pela inovação.

Cada negócio estará dedicado a gerar impactos dez vezes maiores do que um concorrente tradicional – como preconiza o conceito das organizações exponenciais. Para isso, as empresas terão estruturas enxutas, extremamente capacitadas, que trabalham de forma colaborativa e que se apropriam da tecnologia para prototipar e avaliar a efetividade de suas soluções. E, quando alcançarem o sucesso, partirão para uma nova empreitada, em outra frente do mercado.

Para serem efetivas, tais organizações contarão com profissionais motivados, que entendem a relação de trabalho como o estabelecimento de uma parceria em prol de propósitos compartilhados. Nesse sentido, a tendência é o aumento do número de profissionais freelancers ou que trabalham por contrato.

Também será essencial para o sucesso do negócio contar com equipes diversas, com vivências variadas e conflitantes. É dessa forma que produtos mais inovadores podem ser modelados de maneira mais rápida e eficiente.

"As [empresas] exponenciais são as com alto valor de mercado – mas que não têm patrimônio – e pensadas para o curto prazo, uma vez que elas próprias se rompem. As novas empresas têm modelo distribuído, são ‘transempresas e atendem à economia do futuro: pequenas sociedades que se auto-organizam de acordo com o que elas precisam em determinada época”.

Jaqueline Weigel, em entrevista para o CER, disponível na íntegra aqui.

E qual será o
profissional ideal?

Se você acha que, assim como em diversos filmes futuristas, vai se dar bem quem imita o aspecto de uma máquina, está muito enganado. Na verdade, será o contrário: aqueles que vão sobressair-se são justamente os trabalhadores que mais desenvolverem o quociente emocional.

Um estudo feito pelo LinkedIn e a empresa de previsão de tendências WGSN mostra que as habilidades exclusivamente humanas serão cada vez mais valorizadas à medida que o avanço tecnológico se consolida.

Desde a contratação até a progressão de carreira, serão esse tipo de competências as que serão um diferencial nas fábricas, nos escritórios e em outros tipos de empresas.

Setas

As dez
competências

mais importantes
para o futuro

  • 1.
    Inteligência emocional
  • 2.
    Espírito empreendedor
  • 3.
    Empatia
  • 4.
    Criatividade
  • 5.
    Colaboração
  • 6.
    Senso de comunidade
  • 7.
    Transparência
  • 8.
    Compartilhamento
  • 9.
    Mindfulness
  • 10.
    Capacidade de experimentação
  • Fonte: Estudo “Futuro do Trabalho”
    LinkedIn e WGSN (2018).
Homem

Como se sair
bem no futuro
do trabalho?
A resposta está
na educação

Os alunos que estão hoje na escola podem não saber quais profissões existirão quando tiverem idade para entrar no mercado de trabalho. Contudo, em qualquer cenário, devem ter desenvolvido, ao longo da vida escolar, habilidades que robôs não dominam.

Resiliência, empatia, autoconhecimento, espírito empreendedor e outras características serão um diferencial para que os trabalhadores do futuro consigam ter sucesso no mundo que se constrói.

O cenário pode assustar se visto de forma rápida e pessimista. Mas também pode representar novas oportunidades, uma vez que a preoc upação da sociedade passará a ser direcionada em outras frentes.

Nesse novo contexto, economia compartilhada, sustentabilidade, diversidade, ética, transparência, inclusão e educação contínua passam a ser ainda mais priorizadas pela sociedade. E é aqui em que a educação pode oferecer contribuições efetivamente transformadoras em algumas frentes.

Ensino
orientado para
os desafios
do futuro

Desenvolvimento
de habilidades
socioemocionais

O cenário pode assustar se visto de forma rápida e pessimista. Mas também pode representar novas oportunidades, uma vez que a preoc upação da sociedade passará a ser direcionada em outras frentes.

Nesse novo contexto, economia compartilhada, sustentabilidade, diversidade, ética, transparência, inclusão e educação contínua passam a ser ainda mais priorizadas pela sociedade. E é aqui em que a educação pode oferecer contribuições efetivamente transformadoras em algumas frentes.

Os alunos que estão hoje na escola podem não saber quais profissões existirão quando tiverem idade para entrar no mercado de trabalho. Contudo, em qualquer cenário, devem ter desenvolvido, ao longo da vida escolar, habilidades que robôs não dominam.

Resiliência, empatia, autoconhecimento, espírito empreendedor e outras características serão um diferencial para que os trabalhadores do futuro consigam ter sucesso no mundo que se constrói.

Desenvolvimento
de habilidades
socioemocionais

Ensino
orientado para
os desafios
do futuro

Como já vimos, são muitas as questões que tomarão conta da vida em sociedade nos próximos anos. Para que estejam atentos a todos esses desafios, os alunos precisam se apropriar do ambiente escolar visando aprender e construir conhecimento com seus colegas e professores.

Uma atitude voltada à solução de problemas da comunidade pode ser um caminho importante para que o estudante entenda os impactos de suas ações para a prosperidade do seu entorno.

Introdução a metodologias
de aprendizagem ativa

Nesse contexto, também é essencial introduzir no dia a dia escolar novas formas de aprender, que rompam com o modelo tradicional de educação. Estratégias como o aprender fazendo, ensino híbrido e educação maker podem funcionar como oportunidades para desenvolver a autoconfiança e a autonomia dos alunos, além de outras características importantes para o futuro.

Criação de projetos colaborativos
e multidisciplinares

Desde já, também é importante inserir no contexto escolar a noção de horizontalidade e colaboração, rompendo com o modelo de ensino hierarquizado e compartimentado. Em projetos dessa natureza, o estudante poderá entender a importância de sua vivência para o próprio aprendizado e o de colegas.

Ao incluir a multidisciplinaridade, o educador também incentiva o olhar mais amplo da turma. No futuro, tal habilidade pode ser ideal para a coordenação de equipes híbridas, análise de dados de diversas fontes e outros desafios.

Aqui no CER são vários os conteúdos que abordam em detalhe diversas dessas novidades, oportunidades e metodologias de ensino. Para continuar aprendendo sobre o assunto, acesse nosso blog e saiba como incluir, de forma simples, o futuro do trabalho no contexto da escola.

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