GERAÇÃO Z

GERAÇÃO ALPHA:

por que a Educação Empreendedora é especialmente importante para elas?

São constantes e cada vez mais aceleradas as transformações sociais, econômicas e tecnológicas que ocorrem em nossa sociedade. As pessoas passam a se conectar de maneiras diferentes, começam a se interessar por coisas que antes nem existiam, e sua motivação não tem mais nada a ver com as anteriores.

E, claro, assim como quase tudo muda, a educação não é mais a mesma. A forma de ensino-aprendizagem precisa considerar os hábitos e as características dos alunos, para que possibilite que eles aprendam todas as competências necessárias e sejam protagonistas de seu aprendizado. É aí que entra a importância de conhecer as gerações e se adaptar a elas.

Todas são obviamente importantes, mas, quando falamos de transformação de metodologias e processos, focar na educação de crianças, adolescentes e jovens faz mais sentido. Afinal, são eles que representam a maioria dos que estão nas escolas e nas universidades atualmente. E são também eles que guiam os processos de transformação atuais.

Por isso, as perguntas que ficam são: você conhece as gerações Z e Alpha? Sabe como a Educação Empreendedora é fundamental para elas? Está pronto para captar sua atenção e oferecer um ensino-aprendizagem que seja pensado em suas características?

Antes de

seguir, vamos

falar sobre as

diferentes

gerações:

O conceito de geração surgiu para dar embasamento aos estudos científicos e intelectuais sobre mudanças sociais e culturais. Segundo Robert Wolh, autor do livro The Generation of 1914, no início do século XIX o termo já existia, mas ele era empregado especialmente para designar a relação entre pais e filhos ou a contemporaneidade entre as pessoas.

Na segunda metade do século mencionado, o termo “geração” foi cada vez mais usado para se referir à contemporaneidade e para ressaltar a diferença, a dicotomia, entre a geração mais velha e a mais jovem.

1940 - 1965

BABY BOOMERS

Bomba

1966 - 1978

GERAÇÃO X

Televisão

1979 - 1994

GERAÇÃO Y

Computador

1995 - 2010

GERAÇÃO Z

Smartphone

A PARTIR DE 2011

GERAÇÃO ALPHA

Inteligência Artificial

Foi então, no início do século XX, que o termo ganhou conotação sociológica. Enquanto antes de 1945 as teorias sobre gerações geralmente se referiam a estudos literários e artísticos ou a tendências intelectuais, como romancismo e realismo ou liberalismo e conservadorismo, após a Segunda Guerra Mundial elas passaram a ser utilizadas para se referir aos grupos de pessoas nascidas em uma mesma época, influenciadas por um contexto e que causam grande impacto na sociedade, principalmente. O foco até assume um teor mais mercadológico, para entender tendências de consumo, algo essencial para a compreensão do mundo em que vivemos.

Atualmente, as gerações mudam em períodos de aproximadamente 15 anos. Embora não seja clara a diferença entre as pessoas nascidas em um ano e no seguinte, trabalhar com essas datas é importante para fazer a distinção entre elas.

Segundo o instituto de pesquisa americano Pew Research Center, analisar gerações oferece "uma forma de entender como acontecimentos globais, econômicos e sociais interagem entre si para definir a forma como vemos o mundo".

Geração

realmente é o

que define a

mudança?

Embora os conceitos de geração sejam mundialmente utilizados para explicar mudanças comportamentais de grupos da população, é preciso lembrar que existem muitas discordâncias sobre os períodos que as definem. Portanto, mais importante do que se apegar ao ano que se inicia e o que encerra uma geração, são as características que unem os sujeitos que a formam.

Além disso, sabemos que é perfeitamente possível – e comum – que uma pessoa da geração Y seja mais parecida com as pessoas da geração Z com quem convive, do que com os demais millennials. Afinal o contexto histórico e social tem papel extremamente importante nesse tema.

Gerações são definidas pelas características estudadas e catalogadas por sociólogos. E são usadas principalmente para identificar características de consumo.

A geração sozinha não explica tudo.

O pesquisador britânico Bobby Duffy, também professor de Políticas Públicas e diretor do Policy Institute, em Londres, acaba de lançar um livro que coloca luz sobre o tema. Em "The Generation Myth - Why when you're born matters less than you think" (Mito das gerações - Por que o ano em que você nasceu importa menos do que você pensa?, em tradução livre para o português), ainda não disponível em outros idiomas, ele traz argumentos, com base em anos de estudos geracionais, sobre como a geração é apenas um entre três fatores que explicam as mudanças de atitudes, crenças e comportamentos.

De acordo com o pesquisador, os outros dois fatores são eventos históricos e "efeitos de ciclo de vida", que dizem respeito a como as pessoas mudam com o passar dos anos. Em seu livro, ele demonstra que eventos e envelhecimento interagem com a data de nascimento para explicar diferenças em atitudes raciais, na felicidade geral, nas taxas de suicídio e no alinhamento político, dentre outras coisas.

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O que Duffy se esforça para demonstrar é como em muitos casos as pessoas têm mais em comum com aqueles que, mesmo de idade completamente diferente, compartilham valores do que apenas a geração em que nascem.

Mas, se os argumentos do livro parecem ser extremamente relevantes, também não podemos deixar de considerar que existe um fator que pode ser até mesmo um dos mais determinantes para definir uma geração. "Antes, as gerações eram definidas a partir de acontecimentos históricos ou sociais importantes. Hoje, são delimitadas pelo uso de determinada tecnologia", define Roberto Balaguer, psicólogo e professor da Universidade Católica do Uruguai.

A geração Alpha, por exemplo, tem início no mesmo ano de lançamento do iPad.

MILLENNIALS:

abrindo

caminho para

as gerações Z

e Alpha

Navegador com imagem de uma mulher

A geração Y, conhecida como millennial, não é o foco deste Observatório, mas merece destaque já que foi a última a conhecer e a viver em um mundo sem internet (algo inacreditável para os jovens das gerações Z e Alpha), o que definitivamente transformou tudo ao redor, inclusive a forma de interagir e ocupar espaços.

Nascidos entre 1980 e 1995, os millennials têm hoje entre 26 e 41 anos. No mundo, vivenciaram o fortalecimento da globalização, a chegada do novo milênio e o avanço tecnológico, enquanto no Brasil assistiram ao processo de redemocratização ou, pelo menos, ao início da jovem democracia brasileira.

Esse contexto faz com que eles se adaptem bem às mudanças, sejam acelerados, imediatistas e, claro, também ansiosos e impulsivos.

Os millennials ainda têm grandes referências da televisão, das novelas e de programas de auditório. Eles viveram em um mundo analógico com nenhum ou limitado acesso à internet por um período de tempo.

Como assistiu ao acelerado ritmo das transformações digitais, a geração Y está sempre conectada, mas ainda faz questão de estabelecer relações ao vivo com as pessoas. No trabalho, entende que ele não é tudo, mas está sempre buscando algo melhor. Os integrantes dessa geração acabam sendo os "workaholics" por se acharem importantes demais, sendo assim também definidos como “egocêntricos”.

Os millennials são os pais das crianças da geração Alpha.

Imagem do Globo Terrestre

Geração Z, os jovens que querem mudar o mundo

Nascidos entre 1996 e 2010, os também chamados zoomers não sabem o que é um mundo sem internet, sendo, portanto, considerados nativos digitais. Na prática, eles não identificam uma separação entre o mundo online e offline, já que estão sempre conectados.

Nascidos entre 1996 e 2010, os também chamados zoomers não sabem o que é um mundo sem internet, sendo, portanto, considerados nativos digitais. Na prática, eles não identificam uma separação entre o mundo online e offline, já que estão sempre conectados.

No entanto, vale lembrar, muitos deles cresceram sabendo o que é internet, mas sem um telefone na mão o tempo todo (o que mudou nos últimos anos, claro). Essa ressalva é importante pois isso também os diferencia da geração Alpha.

Por serem adolescentes e jovens que estão sempre com seus smartphones, laptops e/ou tablets, eles absorvem enorme quantidade de informação em pouco tempo, além de sentirem intensa vontade e necessidade de expor suas opiniões (não é à toa que são também a geração dos tiktokers).

Esses são os jovens que cresceram ouvindo sobre o aquecimento global e há anos vivenciam crises climáticas, financeiras e de valores. Eles têm, assim, elevada consciência coletiva e se preocupam com mudar o mundo.

Uma pesquisa do Think With Google, de julho de 2019, mostra essa disposição mais claramente: 85% dos jovens da geração Z disseram estar dispostos a doar parte do seu tempo para alguma causa (sendo o meio ambiente a maior preocupação entre os temas coletivos).

Segundo o professor de Comunicação Digital da Escola de Comunicações e Artes da USP Luli Radfahrer, há algumas diferenças bem claras entre os millennials e os zoomers.

“Se, por um lado, temos uma característica mais posada, idealista e perfeita dos millennials, o pessoal da geração Z é mais ativo, mão na massa”.

*Trecho retirado da coluna Datacracia, da
Rádio USP em 25 de junho de 2021.

Mulher com punho erguido

Uma pesquisa do Think With Google, de julho de 2019, mostra essa disposição mais claramente: 85% dos jovens da geração Z disseram estar dispostos a doar parte do seu tempo para alguma causa (sendo o meio ambiente a maior preocupação entre os temas coletivos).

Segundo o professor de Comunicação Digital da Escola de Comunicações e Artes da USP Luli Radfahrer, há algumas diferenças bem claras entre os millennials e os zoomers.

“Se, por um lado, temos uma característica mais posada, idealista e perfeita dos millennials, o pessoal da geração Z é mais ativo, mão na massa”.

*Trecho retirado da coluna Datacracia, da
Rádio USP em 25 de junho de 2021.

A preocupação com injustiças sociais e o meio ambiente já existia entre os millennials, mas a geração Z transforma isso em ativismo. “Já temos ativistas de ação global dessa geração, e entre eles podemos citar a Greta Thunberg, menina sueca de 18 anos e ativista contra mudanças climáticas, e a Billie Eilish, cantora de 19 anos e ativista na relação que as pessoas têm com o corpo”, complementa o professor.

Raio-x

Raio-x da GenZ

Hipercognitivos

Vivem realidades múltiplas e simultâneas, recebem muito mais

estímulos que as gerações anteriores e fazem milhões de conexões

cerebrais diferentes.

Não querem ser
colocados em caixas

Para eles, a definição limita. Desejam quebrar estereótipos e não

reforçam os preconceitos das gerações anteriores.

Mentalidade coletiva

Em sua busca por uma forma de expressão genuína, acabam sendo

extremamente inclusivos e dialogam e se relacionam com pessoas

diversas.

Realistas

Por terem vivenciado crises, são mais pragmáticos e preferem ter

segurança financeira em sua jornada profissional.

A geração Z está a poucos cliques de alcançar milhões de pessoas

A rede social chinesa TikTok virou uma febre nos últimos anos, em especial entre os adolescentes da geração Z. Com vídeos rápidos e dinâmicos, mais de 1,5 bilhão de pessoas têm conta na plataforma e consomem informações de todos os tipos e do mundo inteiro. Se, com as outras redes sociais, os zoomers já estavam a poucos cliques de impactar milhões de pessoas, com o TikTok esse alcance se tornou ainda maior e mais rápido.

Geração Alpha, verdadeiramente do novo milênio

Nascidas depois de 2010, as crianças da geração Alpha nem sequer conseguem imaginar um mundo analógico. Enquanto os zoomers desde muito novos tiveram internet, as alphas já veem o mundo através de uma tela.

Os "filhos dos millennials" são movidos por estímulos sensoriais, uma vez que sempre interagiram com a tecnologia e estão acostumados com interações múltiplas. Além disso, se destacam pela espontaneidade e autonomia, o que também os torna de certa forma autoritários e donos de suas ações.

Embora ainda sejam muitos novos e até o momento não existam tantos estudos sobre como os acontecimentos da última década afetam a sua personalidade (a pandemia de Covid-19, por exemplo, aumentou ainda mais o uso das telas e seu isolamento) e a maneira como encaram o mundo, essas crianças já são da geração on demand e devem exigir e enxergar tudo com essa perspectiva personalizada. Além disso, acredita-se que o meio ambiente será um tema extremamente relevante para elas.

Computador Desktop
Raio-x

Raio-x da GenAlpha

Nativos digitais

Não conheceram o mundo analógico e já cresceram utilizando a

tecnologia móvel.

Hands on

Aprendem colocando as mãos na massa.

Atenção distribuída

As crianças que cresceram com muitos estímulos digitais têm mais

dificuldade de focar muito tempo em uma só tarefa.

A mais educada da
história

Filhos da geração millennial, que dá bastante valor à educação, os

alpha já nascem com a expectativa de serem os mais educados da

história.

A aprendizagem não é a mesma

Mulher ensinando uma menina a escrever

Assim como uma nova tecnologia revolucionária pode não ser compreendida pela geração dos baby boomers (nascidos pós-Segunda Guerra Mundial, até a metade da década de 1960) ou o conceito de locadora de vídeos não faça sentido para os nativos digitais, uma educação que não seja focada e planejada para os alunos, com base em suas características sociais, econômicas e geracionais, pode estar fadada ao fracasso.

Não existe apenas uma fórmula que vai se adequar a todas as pessoas, por isso é preciso se voltar para as características que são comuns em suas turmas, fazendo uso de recursos que estiverem disponíveis. Isso significa utilizar a tecnologia e a convergência de linguagens, espaços, fontes, etc., para estimular a reflexão e o pensamento crítico. A figura do professor continua sendo essencial no ensino-aprendizado, visto que cabe a ele conectar todos os recursos e estimular os alunos a entender seu papel como agentes de transformação.

Os zoomers e os alphas já consomem informação em diversos canais, como on demand, vídeos, jogos, realidade virtual e aumentada. Por isso, eles apresentam uma forma de aprendizado mais horizontal e preferem ensino personalizado, feito sob medida. Apesar do grande contato com tecnologia, a educação híbrida contextualizada é indicada, pois permite que possam aplicar o conhecimento em situações do cotidiano.

Os zoomers e os alphas já consomem informação em diversos canais, como on demand, vídeos, jogos, realidade virtual e aumentada. Por isso, eles apresentam uma forma de aprendizado mais horizontal e preferem ensino personalizado, feito sob medida. Apesar do grande contato com tecnologia, a educação híbrida contextualizada é indicada, pois permite que possam aplicar o conhecimento em situações do cotidiano.

Educação
Empreendedora
desempenha papel
fundamental

O ensino de competências empreendedoras durante toda a educação básica, o ensino médio e o superior contribui para a formação de indivíduos com conhecimento interseccional, senso de responsabilidade, capacidade de se autogerirem, com proatividade e visão de seu papel no mundo. Características essas importantes para que desempenhem seu papel como cidadãos e também para a sua atuação no mercado de trabalho, seja como empreendedor, seja como parte de um time em uma empresa ou organização.

Por tudo isso, a Educação Empreendedora é ideal para esses jovens que não cabem mais nas limitações de um ensino conteudista e padronizado. Eles, considerados mais preocupados com questões sociais, são mais diversos e sempre estiveram em contato com a tecnologia, além de estarem prontos para ser formados como cidadãos do mundo e para a resolução de problemas da vida real.

Isso significa que competências como o pensamento crítico, a criatividade, as habilidades sociais e a capacidade de trabalharem em grupo e de se comunicarem com estudantes, comunidade e professores é extremamente relevante. Assim como as jornadas de ensino personalizadas e o estímulo a uma atitude protagonista e de enfrentamento a questões práticas, que são características da Educação Empreendedora.

Educação Empreendedora

Isso significa que competências como o pensamento crítico, a criatividade, as habilidades sociais e a capacidade de trabalharem em grupo e de se comunicarem com estudantes, comunidade e professores é extremamente relevante. Assim como as jornadas de ensino personalizadas e o estímulo a uma atitude protagonista e de enfrentamento a questões práticas, que são características da Educação Empreendedora.

Competências
trabalhadas na
Educação
Empreendedora

De acordo com a Comissão Europeia, em seu estudo EntreComp – referência mundial para a Educação Empreendedora –, "empreender é agir a partir de oportunidades e ideias e transformá-las em valores para os outros. O valor criado pode ser financeiro, cultural ou social". Sendo assim, empreender não é apenas uma atitude, mas um conjunto de competências que permite criar valor para o mundo a sua volta, afetando todas as esferas da vida.

O modelo conceitual do EntreComp considera três grandes áreas (Ação; Recursos; Ideias e Oportunidades), que "compreendem o empreendedorismo como a capacidade de transformar ideias em ações que criam valor para alguém que não o próprio; e 15 competências que, em conjunto, constituem os alicerces do empreendedorismo como competência para todos os cidadãos" (ENTRECOMP Quadro de Referência das Competências para o Empreendedorismo, 2020).

Na Educação Empreendedora, todas as habilidades são desenvolvidas de maneira transversal, do nível fundamental ao de especialista, em uma progressão não linear.

Competências Empreendedoras

EM AÇÃO

Item 1

Tomar a iniciativa.

Item 2

Planejar e gerir.

Item 3

Lidar com a incerteza, a ambiguidade e o risco.

Item 4

Trabalhar com outros.

Item 5

Aprender com a experiência.

Recursos

Item 1

Mobilizar terceiros.

Item 2

Manter a literacia financeira e econômica.

Item 3

Mobilizar recursos.

Item 4

Atuar com motivação e perseverança.

Item 5

Ter autoconsciência e autoeficácia.

Ideias e Oportunidades

Item 1

Identificar oportunidades.

Item 2

Criatividade.

Item 3

Visão.

Item 4

Valorizar ideias.

Item 5

Pensamento ético e sustentável.

Benefícios na prática

Pessoas que possuem formação empreendedora são incentivadas a buscar soluções para problemas reais, inclusive aqueles com potencial de mudar o mundo. Elas são capazes de identificar e aproveitar oportunidades a fim de criar valor, tendo como base o contexto social, cultural e econômico.

Com habilidades multidisciplinares, jovens são capazes de pensar no todo.

Conhecimento empreendedor ajuda a formar pessoas que têm clareza sobre seus objetivos e possuem as ferramentas para colocar planos em prática.

Saber trabalhar em grupo (aprendendo com os mentores, mas também com os pares), ter pensamento crítico, possuir mentalidade empreendedora e postura protagonista, no que diz respeito ao seu aprendizado. Trata-se de características diferenciais no mundo do trabalho, seja ele como dono do próprio negócio, seja como parte de um time de uma empresa ou organização.

Possibilita um alinhamento entre interesses pessoais e atividades escolares, para que o ensino-aprendizagem seja ainda mais recompensador.

Estratégias da

Educação

Empreendedora

Jovens das gerações Z e Alpha têm bastante sucesso em uma ensino-aprendizagem que ofereça desafios e uma experiência imersiva em que possam desenvolver e colocar em prática o conhecimento. Eles estão interessados em conduzir suas experiências de aprendizagem personalizadas e incorporar informações provenientes de diversas fontes e meios.

E isso é perfeitamente possível de ser aplicado na prática. Utilizar metodologias ativas e os recursos disponíveis para ensinar as competências em que se foca a Educação Empreendedora não precisa ser complicado. Educação artística, laboratório maker, ferramentas digitais, atividades multimídia e gamification são algumas das possibilidades que gestores educacionais e docentes podem lançar mão no dia a dia para ensinar seus alunos, assumindo o papel de facilitadores e mentores nas escolhas e na forma como o conhecimento será construído pelas turmas

Tecnologia como aliada

Já que as gerações Z e Alpha estão sempre conectadas, usar a tecnologia é essencial. E são muitas as possibilidades para os professores, que também devem se manter atualizados.

  • Testes online para envolver os estudantes durante e após as aulas. Existem ferramentas que unem quizzes e conteúdos, sendo totalmente interativas.
  • Plataformas também importam, e os jovens estão 100% conectados a dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Por isso, todo material utilizado deve ser adaptável para que seja facilmente acompanhado a partir de um desses dispositivos.
  • Conhecimento em vídeo faz parte da realidade das crianças e dos adolescentes; então use e abuse da possibilidade. E, se possível, utilize vídeos curtos que captem a atenção dos estudantes.
  • Podcasts também são ótimas ferramentas de aprendizagem e podem ser usados como fonte de conteúdo.
  • Ensino multimídia é extremamente incentivado. Por isso, professores podem criar dinâmicas que empregam múltiplas plataformas, como vídeo, texto, podcasts e tarefas práticas.

A tecnologia cria infinitas possibilidades para o ensino-aprendizagem. Cabe ao docente conhecer sua turma e valer-se dos recursos que melhor atendam às suas necessidades.

Gamification na sala de aula

De acordo com a definição de Kevin Werbach, professor da Universidade da Pennsylvania, gamification é usar estrategicamente elementos e design de jogos fora do contexto dos games. Isso significa que é muito mais do que fazer brincadeiras ou aproveitar elementos lúdicos na sala de aula.

São muitas as "gamificações" que temos no nosso dia a dia. Um exemplo é o app de foco Forest, em que você planta árvores em uma pequena floresta sempre que consegue se manter focado em uma tarefa, por um tempo previamente determinado. Outro app muito comum que transforma tarefas do dia a dia em um tipo de jogo é o de acompanhamento de atividades físicas. Com ele, é possível determinar metas, transformando algo rotineiro em um game que depende de você para ser vencido.

Os jogos, de fato, estimulam competências transformadoras como o foco profundo, a concentração intensa, a confiança de que é possível alcançar resultados grandiosos, o espírito de equipe, a empatia, a aceitação da falha, a visão estratégica, dentre outras. Tudo de forma divertida e voluntária, uma vez que o participante decide jogar por acreditar no propósito final e compactuar com as regras dadas.

Aplicando no dia a dia

Para que os docentes e os gestores educacionais tenham todas as ferramentas necessárias para aplicar estratégias de gamification nas salas de aula, produzimos um Observatório completo sobre o tema. Clique aqui e confira.

Makerspaces para colocar o aprendizado em prática

Se o objetivo é formar cidadãos curiosos, criativos e com a capacidade de analisar situações e avaliar riscos, colocar a mão na massa é uma tática bastante relevante. O movimento Maker incentiva que os estudantes testem, executem, experimentem e inovem e assim oferece a eles ferramentas para que possam criar objetos e projetos.

Os makerspaces (também chamados de “fablabs”) são esses espaços destinados para a criação. Em escolas é possível criar um fablab com recursos simples, sem a necessidade de um investimento em equipamentos de última geração. O importante é que os alunos possam colocar a explorar sua criatividade e capacidade de solução de problemas com o apoio dos docentes, que serão responsáveis por conduzi-los na jornada de aprendizagem.

Repertório cultural como prática e teoria

Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural

Conhecida como “repertório cultural”, a descrição acima é de uma das competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) brasileira. Sua importância reside no fato de que o uso de manifestações artísticas e culturais no aprendizado aumenta o sentimento de pertencimento do aluno, além de ensinar a ele sobre a sociedade em que vive.

O uso da dança, do teatro, das artes plásticas e das demais manifestações culturais é uma maneira de integrar alunos em atividades que criam conexão com os colegas, desenvolvem o autoconhecimento, sua forma de expressar e permitem que estudantes sejam incentivados a se envolver no ensino-aprendizado com criatividade e, claro, pesquisa.

Além de ensinar sobre geografia, história e valores morais e éticos, dentre outras coisas, o repertório cultural trabalha temas que podem ser facilmente encontrados na vida dos estudantes, criando assim uma relação maior entre eles e o conteúdo. É possível ainda unir as habilidades artísticas com recursos tecnológicos para aumentar o engajamento.

Desafio da geração Alpha

Mesmo que tenham nascido conectadas, as crianças da geração Alpha tiveram ainda mais contato com a tecnologia durante a quarentena vivenciada por causa da pandemia de Covid-19. Aulas virtuais, contato com as pessoas a partir das telas, menor interação com outras crianças, mais tempo no smartphone enquanto os pais, também em casa, precisam trabalhar. E, por tudo isso, o retorno às salas de aula é ainda mais desafiador para elas.

Docentes e gestores de escolas terão, então, além do desafio de adaptar a sua metodologia de ensino-aprendizagem, a necessidade de criar um ambiente que faça com que as crianças tenham atenção e vejam sentido em sua presença física.

O mercado de trabalho mudou, e as gerações também o transformam.

Uma das consequências da pandemia de Covid-19 no mercado de trabalho foi o rápido avanço da transformação digital. Isso significa que a tecnologia tem deixado de ser um recurso extra para desempenhar um papel estratégico nas organizações, que molda seu jeito de funcionar. Esse cenário não poderia ser mais ideal para os jovens das mais recentes gerações

A transformação digital é um processo de mudança estrutural nas empresas, que passam a utilizar a tecnologia como base e parte estratégica de suas atividades, para melhorar desempenho, resultados e responder de maneira diferente aos desafios que enfrentam.

Além do uso de ferramentas tecnológicas como base das empresas e do conhecimento técnico específico para cada função, o mercado de trabalho busca pessoas com as chamadas “soft skills”, as habilidades comportamentais que dizem respeito a como a pessoa lida com o outro e consigo mesmo em variadas situações no ambiente de trabalho. Há espaço para as pessoas mais dinâmicas, com capacidade de lidar com problemas de maneira ágil e que saibam interagir com as demais pessoas.

Essas competências são desenvolvidas com a Educação Empreendedora e se ajustam muito bem às pessoas das gerações Z e Alpha. Por serem mais tolerantes e inclusivas, elas ainda possuem grande potencial de transformar organizações para melhor.

Geração Z no

ambiente de

trabalho

Os zoomers são extremamente conectados com as pautas em que acreditam e valorizam isso em suas experiências profissionais. Isso significa que as empresas devem estar dispostas a encarar com seriedade temas como diversidade, inclusão e sustentabilidade, para citar alguns, se desejam ter em seus quadros de funcionários esses jovens.

Eles são muito empreendedores e desejam criar os próprios negócios, mas em empresas buscam oportunidades que não sejam "padronizadas" ou lineares, pois querem ter certo controle sobre sua jornada. Demandam flexibilidade e autonomia, além de feedbacks e equipes com quem possam se comunicar. Pode parecer muito, mas as empresas que conseguirem oferecer a eles esse ambiente podem esperar grandes inovações.

Esses jovens são curiosos, adeptos a múltiplas plataformas, possuem habilidades multitarefas, são competitivos, têm preocupação com aspectos financeiros e estão preparados a buscar soluções para problemas do dia a dia. Além disso, já apresentam características de líderes, prontos para estar à frente de grandes transformações, não apenas nas empresas, mas no mundo como um todo.

O que esperar
quando
chegar a vez
da geração
Alpha?

Embora a geração Alpha ainda não tenha idade para estar no mercado de trabalho, o que se espera é que ela tenha de conviver com a inteligência artificial em quase todas as tarefas, o que torna ainda mais importante terem competências como comunicação, pensamento crítico, empatia e criatividade desenvolvidas. Elas precisam ter a capacidade que a AI (Inteligência Artificial) não apresenta: desenvolvimento emocional. Serão pessoas muito dinâmicas e multitarefas, que certamente criarão inovações com potencial de serem transformadoras.

Quer saber mais sobre Educação Empreendedora para as gerações Z e Alpha?

Em nosso portal, compartilhamos diversos conteúdos relevantes para docentes, gestores e demais interessados no tema. Acesse e se atualize.

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