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LIFELONG
LEARNING

QUANDO
APRENDER SE
TORNA UM ESTILO
DE VIDA PARA A
VIDA INTEIRA

Carro

A educação transforma a maneira como lidamos com a tecnologia, e também é transformada constante e profundamente pela tecnologia. Modelos de aula totalmente expositivo e atividades de avaliação aos poucos vão perdendo o sentido em uma era em que deter a informação já não é capaz de diferenciar um indivíduo de outro. A informação está por todas as partes e, quanto mais o acesso à internet e às tecnologias digitais é democratizado, mais ela pode ser encontrada por qualquer um, com poucos cliques. No Jornalismo existe uma brincadeira que diz que “jornal de ontem só serve para embrulhar pão”, ou seja, as notícias, na época da mídia impressa, ficavam velhas na velocidade de um dia ou dois. Na era dos blogs, Twitter, transmissões ao vivo e WhatsApp e neste mundo VUCA – Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo – em que vivemos, tudo muda em velocidade exponencial e podemos comprimir essas 24h para apenas alguns minutos. A notícia divulgada pela manhã já não é mais recente após 2 ou 3 horas e provavelmente deve ser lida junto de suas atualizações. O curso que você fez no semestre passado provavelmente já lançou nova versão e está mais atualizado hoje em dia. O influenciador que ditava estilo de vida e de consumo, há alguns dias, pode ter sido “cancelado” e hoje ser considerado o maior “flop” da internet. Sim… as palavras “cancelado” e “flop” também podem ser consideradas “retrô” quando você estiver lendo este texto. Mas isso a gente deixa entre nós ;-)

Nuvem Nuvem
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FOMO, um sintoma
dos tempos atuais

63 vezes por dia. Esse é o número médio de vezes que uma pessoa checa o celular por dia. Com smartphones a preços cada vez mais acessíveis e pacotes de dados de internet mais robustos, nossa vida cotidiana migra, cada vez mais, para os nossos celulares. É por meio do aparelho que você confere seus compromissos do dia, conversa com amigos e colegas de trabalho, paga as contas, lê notícias, faz compras e se diverte.
A transição de atividades do dia a dia – especialmente os relacionamentos e a interação social – para o mundo digital gera uma ansiedade em estar conectado o tempo todo. Daí surge uma síndrome, característica do nosso tempo, ou seja, o FOMO, sigla para Fear of Missing Out ou, em português, Medo de Ficar de Fora, identificada pela primeira vez nos anos 2000.
Basicamente, os estudos psiquiátricos descrevem o FOMO como a angústia ou a ansiedade por compartilhar sua vida on-line ou se manter a par de tudo o que amigos compartilham nas redes sociais. Isso leva, muitas vezes, as pessoas a moldar sua vida off-line para que os momentos e os eventos sejam mais “postáveis” ou “instagramáveis” – palavra que, aliás, já faz parte do nosso vocabulário –, tornando-se reféns das imagens e da impressão que podem causar nas redes sociais.

Xícara de café

Há algum tempo, o Instagram decidiu omitir o número de curtidas em suas fotos, como uma medida para reduzir tal ansiedade. O fato é que, com todas essas mudanças, guardar informações já não faz diferença. Se estamos conectados o tempo todo e podemos acessar um mundo de dados na palma da mão, saber navegar em meio às informações, fazendo boa gestão delas, é o que define o conhecimento. E o que pauta, ainda mais, a educação de qualidade.
Por outro lado, a rapidez com que o mundo se transforma criou uma espécie de obsolescência do nosso próprio conhecimento. É preciso estar sempre se atualizando, acompanhando os novos lançamentos e as tendências e entendendo como gerenciar melhor a tecnologia. Urge criar um estilo de vida de aprendizado constante, também conhecido como lifelong learning.

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O que é
LIFELONG
LEARNING?

O cenário de mudança em ritmo frenético nos leva à necessidade de aprendizado constante, e esse zeitgeist (ou espírito do tempo) dos tempos atuais ganhou até um nome: Lifelong Learning, ou “aprendizado para toda a vida”, conceito que vem moldando a forma de pensar a educação formal, o desenvolvimento pessoal e também profissional nos últimos anos.

Clips

“O conceito de educação ao
longo da vida é a chave que
abre as portas do século XXI;
ele elimina a distinção
tradicional entre educação
formal inicial e educação
permanente” Jacques Delors, no relatório “Educação: um
tesouro a descobrir” , da UNESCO.

O Lifelong Learning encerra um período em que a educação formal tinha certo momento e extensão ideais para acontecer e põe fim à ideia de que, depois da graduação, o indivíduo estaria finalmente apto a ingressar no mercado de trabalho, contando apenas com cursos rápidos de formação continuada no decorrer da carreira.

Nuvem
Nuvem Quadro Negro
Nuvem

A ideia é que o indivíduo do século XXI tenha um estilo de vida de aprendizado constante, dedique esforços pontuais e direcionados à sua educação, buscando o conhecimento de forma contínua e automotivada, seja pelos meios formais, seja pelos meios informais.
De acordo com Reginaldo Manuel Sitoe, em artigo para o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa, o conceito de Lifelong Learning foi criado praticamente simultaneamente pelo Conselho da Europa, pela Unesco, e pela OCDE, em termos que orientam a ideia até os dias de hoje. Embora tenha sido cunhado nos anos 70, o conceito começou a ganhar popularidade a partir da década de 1990 e, mais intensamente, nos últimos anos, com o crescimento exponencial da tecnologia.
Segundo o Conselho da Europa a educação permanente se refere a "um padrão de educação global capaz de fazer face ao rápido crescimento das necessidades individuais cada vez mais diversificadas de jovens e adultos, no âmbito da educação da nova sociedade europeia” (Council of Europe, 1970, p. 9).

Tesoura
Nuvem

Já a Unesco, no relatório preparado por Paul Lengrand, intitulado An Introduction to Lifelong Learning (Introdução ao Lifelong Learning) oferece diretizes para seu próprio programa educativo com base na ideia de aprendizado para toda a vida. A OCDE, em seu Recurrent Education: a strategy for lifelong learning, tinha como objetivo definir a educação contínua como oportunidades educativas menores ao longo da vida de um indivíduo.

Quadro Negro Nuvem

Segundo pesquisa conduzida pelo Pew Research Center, os trabalhadores entendem que as mudanças na economia e no mundo do trabalho têm alterado as exigências relacionadas à formação e aos estudos, e 87% dos trabalhadores americanos consideram ser essencial ou importante o desenvolvimento de novas competências e o investimento em treinamento, para que possam acompanhar as mudanças no mercado de trabalho. As estatísticas do mercado confirmam esta percepção: os números de emprego crescem cada vez mais entre postos que exigem alto nível de escolaridade ou formação – 83% demandam domínio de competências sociais; 77%, de competências analíticas, e apenas 18%, de habilidades físicas, em 2015, ano em que a pesquisa foi realizada. O receio de terem suas tarefas substituídas por máquinas leva à corrida por adquirir mais e mais conhecimento, e também é acompanhado por uma profunda transformação no papel dos profissionais. Cada vez mais, é preciso ter senso crítico, desenvolver competências como liderança, empatia, resolução de problemas, trabalho em equipe, resiliência e comportamento empreendedor, o que leva esses profissionais a se colocarem também em constante treinamento.

Avião Papel Amarelo
Avião Papel Azul

Quatro Pilares do
Lifelong Learning

Foi diante de todos esses desafios que a UNESCO apresentou, em 1999, os quatro pilares da educação para o século XXI, em um relatório coordenado pelo professor Jacques Delors. Os pilares orientam escolas, profissionais de educação, empresas, universidades e a sociedade como um todo em relação aos caminhos a ser percorridos em direção a uma educação integral e plena, que prepare as crianças e os jovens para os desafios que o mundo atual apresenta não só para o mundo do trabalho, mas também para a convivência em sociedade. Esses quatro pilares são também a base fundamental do Lifelong Learning.

Avião de Papel Vermelho Quadro Negro
Nuvem
Ponte de duas canetas

Aprender a FAZER

"Aprender a fazer” guarda relação próxima e indissociável com o “aprender a conhecer”, uma vez que o aprendizado se torna mais eficaz e eficiente quando há envolvimento ativo do indivíduo. O aprendizado prático, no entanto, não se resume a aprender um trabalho manual, mas desenvolver competências por meio do fazer, isto é, evolução do ensino meramente transmissor de conteúdo. Delors aponta este tipo de aprendizado, mais ativo e engajado, como essencial para o mercado de trabalho, especialmente com a crescente substituição do trabalho do homem pelas máquinas. Na educação atual, o “aprender por meio do fazer” tem ganhado também o nome de “educação maker”, metodologia geralmente baseada em projeto, que envolve o uso da criatividade e da experimentação visando tirar ideias do papel em laboratórios ou makerspaces.

Aprender a CONVIVER

Habilidades socioemocionais têm um papel cada vez maior no mercado de trabalho, e, na medida em que a tecnologia expande sua presença no ambiente produtivo, profissionais são demandados em relação ao que o ser humano faz de melhor: se relacionar. Por isso, “aprender a conviver” é um dos pilares da educação do século XXI e é apresentada no relatório como um dos grandes desafios da educação nos tempos atuais. “Parece, pois, que a educação deve utilizar duas vias complementares. Num primeiro nível, a descoberta progressiva do outro. Num segundo nível, e ao longo de toda a vida, a participação em projetos comuns, que parece ser um método eficaz para evitar ou resolver conflitos latentes”, explica Delors no documento, que aponta ainda a comunicação não violenta como um dos caminhos para uma educação mais focada na boa convivência.

Aprender a SER

Finalmente, “aprender a ser” reúne as três formas de aprendizado anteriores e diz respeito ao desenvolvimento do indivíduo em sua integralidade – espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. É essa integralidade que vai formar pessoas autônomas e críticas para que atuem com ética e sabedoria em diferentes áreas da vida. Nesse sentido, aprender a valorizar a individualidade e a diversidade, em si e no mundo, é uma das ferramentas que propicia que o ser humano conserve sua liberdade, combatendo o que Delors chama de “estandardização do comportamento humano”.

Icone Mouse.
Percevejos

Com base nesses quatro pilares, Jacques Delors resume, portanto, o Lifelong Learning, em um entendimento mais contemporâneo do termo:
A educação ao longo de toda a vida é uma construção contínua da pessoa humana, do seu saber e das suas aptidões, mas também da sua capacidade de discernir e agir. Deve levá-la a tomar consciência de si própria e do meio que a envolve e a desempenhar o papel social que lhe cabe no mundo do trabalho e na comunidade.
O saber, o saber-fazer, o saber viver juntos e o saber-ser constituem quatro aspectos, intimamente ligados, de uma mesma realidade. Experiência vivida no quotidiano, e assinalada por momentos de intenso esforço de compreensão de dados e de fatos complexos, a “educação ao longo de toda a vida” é o produto de uma dialética com várias dimensões.
Se por um lado implica a repetição ou a imitação de gestos e de práticas, por outro é também um processo de apropriação singular e de criação pessoal. Junta o conhecimento não formal ao conhecimento formal, o desenvolvimento de aptidões inatas à aquisição de novas competências. Implica esforço, mas traz também a alegria da descoberta. Experiência singular de cada pessoa ela é, da mesma forma, a mais complexa das relações sociais, dado que se inscreve, ao mesmo tempo, no campo cultural, no laboral e no da cidadania.
Fonte: Educação: Um tesouro a descobrir - Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI.

Régua Nuvem
Grampeador Nuvem

Estratégias para ter
um estilo de vida de
APRENDIZADO
CONSTANTE

Ok, adotar um estilo de vida de constante aprendizado faz sentido e parece muito bonito na teoria. Mas como levar o Lifelong Learning para a prática? As pessoas têm realmente tempo e disposição de investir seu tempo livre em mais aprendizado e educação? Por sorte, contamos com a tecnologia que trabalha a nosso favor nesse sentido.
As maneiras de aprender têm se transformado tanto nos últimos anos que estão mais adaptadas ao nosso estilo de vida e às preferências. A educação se tornou mais divertida e diluída nos pequenos espaços livres do dia a dia corrido, permitindo que o aprendizado seja, sim, constante, mas acessível na vida tão atribulada das grandes cidades.E entre muitas formas de aprender estão por exemplo:

AULAS ON-LINE

Bom, não é segredo que as Aulas On-Line são o futuro da educação. Quer em formato totalmente EAD (Ensino a Distância), quer Híbrido (aulas presenciais e on-line, combinando diferentes metodologias), o mundo on-line tem aberto portas a muitos jovens e adultos que antes não teriam acesso à educação. Embora ainda enfrente muitos desafios, principalmente metodológicos, a Educação On-Line em geral é mais acessível financeiramente e mais flexível. Com as plataformas EAD, as aulas por redes sociais e vídeos, é possível aprender de qualquer lugar, de forma mais programada, fazendo com que elas se tornem grande aliadas do Lifelong Learning.

MICROLEARNING

Lições curtas, objetivas, em formato atraente e dinâmico. Com essas características, o Microlearning também tem permitido que pessoas incluam momentos de aprendizagem no decorrer do dia. Não existe uma plataforma específica para que um conteúdo seja considerado Microlearning: ele pode ser em formato de podcast, vídeo, apresentações de slide, transmissão ao vivo, e-books. O mais importante é que seja um conteúdo versátil, dividido em pequenas pílulas.

CURSOS LIVRES

Além dos cursos de graduação e pós-graduação on-line, outro segmento que vem registrando grande crescimento nos últimos anos é o de Cursos Livres, ou seja, capacitação geralmente mais curta, específica; em geral, são abertos, não demandando que o estudante tenha um determinado tipo de conhecimento prévio ou formação. De acordo com a pesquisa Contectaí Express, em 2017, 57% dos alunos de Cursos a Distância no Brasil faziam Cursos Livres, enquanto 24% cursavam graduação, e 19%, algum curso de Idiomas. Esses estudantes muitas vezes estão em busca de competências específicas visando complementar suas habilidades para o mercado de trabalho ou atualizar os conhecimentos em novas metodologias, inovações e tecnologias. Apesar de não serem reconhecidos pelo MEC, os Cursos Livres geralmente oferecem certificado e são muito bem aceitos no mercado de trabalho. Muitos desses cursos até são desenvolvidos e oferecidos gratuitamente por instituições de ensino renomadas em todo o mundo, como a Harvard University, o Massachusetts Institute of Technology (MIT), a Universidade de São Paulo (USP) dentre outras.

GAMES

Aprender nos momentos de ócio também é uma forma de colocar o Lifelong Learning em prática. Por isso, a prática de introduzir Jogos e atividades lúdicas para potencializar o aprendizado tem se tornado cada vez mais comum em empresas e escolas. Os Jogos são capazes de estimular foco, concentração, confiança, espírito de equipe, visão estratégica e tantas outras competências.

ENTRETENIMENTO

Além dos jogos, o Edutainment é cada vez mais comum nos dias atuais. O conceito diz respeito à união de educação e entretenimento, ou seja, o aprendizado se dá por meio de ferramentas e suportes que geralmente são destinados ao lazer. Nessa lista entram as séries de TV, podcasts, filmes, livros e todos os tipos de canais e veículos de lazer que podem contribuir com um aprendizado mais dinâmico, que estimule o engajamento, a aprendizagem ativa, a liberdade de escolha e reforce modelos positivos. Seja por esses, seja por outros caminhos, estimular o estilo de vida de aprendizagem em seus estudantes também contribui para que eles desenvolvam competências empreendedoras, muito importantes a fim de que se tornem sujeitos protagonistas da própria vida, escolhendo caminhos e sendo capazes de reunir ferramentas com o propósito de alcançar seus objetivos. E, então, pronto para se tornar um aprendiz e educador para a vida toda?

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